Sobre a água e sobre o Laborarte. Esses assuntos são temas dos sambas enredo das
escolas Favela do Samba e Flor do Samba, respectivamente, para o carnaval de
passarela de 2016. Particularidades sobre essas escolas, suas escolhas e como
vão chegar na avenida foi o que apurou a nossa reportagem. Nas edições
seguintes daremos continuidade mostrando o que as demais escolas que existem na
Ilha estão preparando para este carnaval. Os desfiles na Passarela do Samba
acontecem nos dias 7 e 8 de fevereiro.
A Favela do Samba, campeã do carnaval de passarela
do ano passado, quer buscar o bicampeonato. Sob o comando do advogado João
Moraes, a escola vai levar para a avenida o enredo Se não chover?...Se a fonte do Rio não brotar? ... E se o Mar secar?
... O que de nós será?, de autoria de Josias Filho e Luzian Filho. O
carnavalesco da escola é Pedro Padilha.
Com isso a escola quer entreter e conscientizar, ao
mesmo tempo, a população sobre o uso correto dos recursos hídricos. Cerca de
três mil pessoas distribuídas em 21 alas vão contar esse enredo e mostrar o que
pode e o que não pode ser feito para que não haja escassez de água.
“Vamos levar essa reflexão para a avenida e vamos
destacar os dois cenários: quando temos água e o que ela traz de bom, e quando
não temos e o que isso acarreta, que consequências há para a população. A
Favela sempre desempenha um papel social e não poderíamos deixar de falar do
cenário atual trazendo à tona essa problemática da falta de água, da seca, dos
nossos reservatórios que estão abaixo do considerável...”, conta João Moraes.
O atual presidente assumiu a escola em junho, mas
há 4 anos participa ativamente das atividades da Favela. E falando em
atividades, desde o ano passado a agremiação se desdobra fazendo vários eventos
para conseguir recursos para o carnaval. “A Favela sempre sai na frente.
Fazemos eventos o ano inteiro porque só o que o poder público dá para as
Escolas é muito pouco”, assegura.
O trabalho nos barracões (para as alegorias) e nos
ateliers (para as fantasias) não para. Segundo ele, de 8h até meia-noite o serviço corre em ritmo
acelerado. Segundo Moraes, 80% dos trabalhos de fantasias e adereços já foram
concluídos.
A Escola levará este ano para o desfile 21 alas e 5
carros alegóricos. Atual campeã, com 16 títulos, a Favela tem 65 anos
e é a escola com o maior número de vitórias no carnaval maranhense. Sediada no
bairro Sacavém, as cores da agremiação são azul, amarelo e branco.
Escola
do Desterro
A Flor do Samba vai levar a história do
Laborarte para a avenida. O Laboratório, palco grandes atividades culturais e
que há quatro décadas movimenta e impulsiona a cena cultural da cidade, será, do
começo ao fim do desfile, homenageado com o tema Laborarte: mais que um laboratório de artes, uma paixão da cidade, dos compositores
Darlan Oliveira, Hakã Silva e Lucas Neto. O samba será puxado
por Vovô,
intérprete oficial e mais dez cantores.
Sob a presidência de Luís César, o Lulu, e
tendo na coordenação o carnavalesco Sebastião Cardoso, a escola do Desterro, que este ano foi
sagrada vice-campeã, tem 76 ano e levará para a avenida cinco carros alegóricos, 20 alas e pelo menos 2 mil
pessoas.
“Nós vamos falar da arte que o Laborarte
fomentou desde a sua fundação. Das pessoas que começaram lá e se tornaram
grandes artistas. O Laborarte leva cultura e alegria para muita gente com seus
projetos, a exemplo do Caravana Laborarte que acontece na periferia. Não tinha
como não reverenciar o trabalho deles nessas quatro décadas. Vai ser um desfile
muito bonito”, conta Luís César.
Os trabalhos estão a pleno vapor. Alegorias
preparadas para montagem e figurino
pronto em ritmo acelerado visto a proximidade do carnaval. “Este ano começa
cedo, mas nós estamos trabalhando já há bastante tempo. Nós estamos com os dois
ateliês funcionando direto e o barracão, o dia todo. Só vamos parar nos dois
dias antes do desfile”, conta Lulu.
O teatrólogo Tácito Borralho, o produtor
cultural e fundador do Laborarte Nelson Brito e a hoje presidente da Casa,
cantora Rosa Reis, serão alguns dos homenageados, em um desfile que, segundo
Lulu, ficará para a história. “Nós vamos abordar a música, o teatro, a dança,
os projetos, a capoeira, o cacuriá e haverá muitas surpresas, que eu não posso
contar, claro”.
Tácito Borralho não estará presente no
desfile, mas Rosa Reis, assim como os integrantes do Laborarte, desfilarão
compondo as várias alas. Uma homenagem para Nelson Brito (falecido em 2009) também
é surpresa. Outra homenageada será Dona Teté com a ala das baianas e uma
performance especial do cacuriá será feita na avenida. “Não tem como falar do cacuriá e não lembrar de Dona Teté.
Ela foi um ícone e será destaque na avenida também”, conta Lulu.
Favela
do Samba
Desfile:
Dia 8 (última escola a desfilar)
Presidência: João Moraes
Carnavalesco: Pedro Padilha
Componentes: 3 mil
Carros alegóricos: 5
Alas: 21
Tripé: 1
Bateria : 120
Baianas: 60
Flor do Samba
Desfile: Dia 7 (última escola a desfilar)
Presidência: Luís
César
Carnavalesco: Sebastião Cardoso
Componentes: 2 mil
Carros alegóricos: 5
Alas: 20
Tripé: 2
Bateria:120
Baianas: 60
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