Espetáculo de palhaços que será apresentado no Maranhão é alimentado
por técnicas de acrobacias de solo, saltos e quedas, música, improviso e
comédia pastelão
Os
palhaços Chaveco e Azevedo fazem sucesso com seus números, mas até que cheguem
ao fim do espetáculo, muita coisa vai acontecer. O jogo cênico é baseado na
máxima: “eu mando, você obedece”! Mas como não poderia deixar de ser, em se
tratando de palhaçada, um pensa que manda e o outro, bom, finge que obedece. Tomando
como cenário a própria paisagem, o espetáculo é construído através da relação
com o público e dos palhaços entre si. O roteiro fixo de cenas e textos
incorpora jogos, improvisações e acrobacias, para divertir plateias de todas as
idades. Por fim, os palhaços tocam trompete e clarineta. Música e alegria no
picadeiro!!!
Assim é
o espetáculo Yo si tu no, um elogio à bobagem,
estrelado pela dupla de palhaços André Sabatino (Chaveco) e Mauro Braga
(Azevedo), da Cia. Irmãos Sabatino, de São Paulo. O projeto Um
Elogio À Bobagem – Encontro Entre Brasis circulará por pequenas comunidades
dos estados do Maranhão e Goiás, além de praças de centros urbanos desses
Estados, explorando a rua em suas mais diversas possibilidades.
No
Maranhão o espetáculo estará nos próximos dias 12 e 13, em Barreirinhas; dia 15
na Comunidade de Coqueiro em São Luís; e dia 16 no Espigão da Ponta da Areia -
São Luís.
Levando
em conta “rua” como todo espaço público e aberto, inserido em uma determinada
comunidade, espaço tanto de circulação, como de permanência e convívio, o
projeto busca alternativas frente a tendências mundiais de urbanização, e
deseja ainda, fomentar encontros, trocas de saberes populares, novos olhares
sobre o espaço público – a rua – e o exercício da cidadania.
Yo Si Tu No, Um Elogio à Bobagem é um espetáculo de palhaços,
pensado para a rua, e que se fundamenta justamente no caráter artesanal do
trabalho do palhaço e seu estado de vulnerabilidade, que leva ao extremo a
importância da relação – consigo, com o outro e com o espaço, com o que está fora.
“Esse espetáculo nasceu na rua e para a rua,
mas é bem flexível, feito com temáticas simples e tendo como foco a relação dos
palhaços entre si e a interação com o público. Mas ele já foi apresentado em
vários outros espaços, inclusive em locais inusitados, como uma piscina vazia”,
conta o ator Mauro Braga.
Após
ampla circulação com esse espetáculo por comunidades de difícil acesso e praças
de São Paulo - seu Estado “sede”- os artistas e equipe de produção deste
projeto propõem, buscando a descentralização de suas ações, compartilhar com
comunidades de diferentes regiões do Brasil o trabalho desenvolvido por eles ao
longo dos últimos 10 anos.
Segundo
a produção, com a bagagem carregada de bens culturais e artísticos,
colecionados em tantos encontros, a equipe sai do interior de São Paulo para
lançar-se rumo a ruas desconhecidas. Não apenas por seus endereços nunca antes
visitados por nós, mas por integrarem outros Brasis. Desconhecidas para eles,
da equipe, em costumes e culturas, que por resistência - ou mesmo isolamento geográfico
- não cederam completamente ao rolo compressor da globalização, tão
profundamente vivenciado nos centros urbanos da região sudeste.
“Desde
o início do projeto, e esse foi o primeiro espetáculo da gente como dupla, eu e
o André, quisemos que ele fosse apresentado no Centro da cidade e também na
zona rural, nas comunidades mais afastadas para dar acessibilidade a todos os
públicos”, conta.
Tomando
como cenário a própria paisagem que o recebe e se desenvolve através da relação
dos palhaços entre si, com o público e com o espaço. O roteiro fixo de cenas e
textos é conduzido por jogos e improvisações. A partir desses encontros,
repletos de singularidades e riquezas, o espetáculo busca a criação de
espaços/tempos onde se promova o encontro e a troca entre diferentes gerações e
saberes, estimulando valores de respeito e preservação de culturas distintas.
Ao
longo do tempo, com a experiência da rua, os artistas desenvolvem rituais de
preparação (tanto pessoal, como do próprio espaço) - a chamada convocatória do
público - e criam uma intervenção urbana. Ao chegarem, iniciam a relação com
público e espaço ainda como André e Mauro. Aos poucos, espaço e atores vão se
modificando diante dos olhos do público que acompanha ativamente a transformação:
a disposição dos objetos no espaço, a troca de roupa, a maquiagem. Ao final, os
artistas, influenciados por estes encontros – concretos e em potencial –
assumem seu pequeno picadeiro, e já não temos mais os palhaços e espectadores,
mas parceiros, cúmplices, que juntos construirão um espetáculo.
Dupla
Os
palhaços trabalham juntos há mais de dez anos e apresentam esquetes
tradicionais do circo. O Azevedo interpreta o papel do bobão, ingênuo,
brincalhão, que perde a linha. Já o Chaveco faz o autoritário, o sabe-tudo. Ambos
atores são palhaços e tem formações em outras
habilidades como música, acrobacia, que
compõem a apresentação.
Em uma
década o espetáculo foi se renovando, inovando, incluindo coisas novas e
retirando outras, motivadas pelo contato com o público. Nunca uma apresentação
é igual à outra.
“Nós já
fizemos esse espetáculo, além de São Paulo, no Rio de Janeiro, Goiás, Paraná, e
os públicos são completamente diferentes. Na realidade o público é que dita o
ritmo da encenação. Tem lugares, por exemplo, que tem mais criança, então é
mais dinâmico; em outros tem mais adulto, então o ritmo é um pouco mais lento. Já
pegamos público mais formal, silencioso, caloroso, barulhento, interativo,
então tudo isso nos ensina bastante, faz o espetáculo ser mais flexível”,
avalia Mauro Braga.
André Sabatino
Trapezista,
graduado em licenciatura pela Faculdade de Educação Física da UNICAMP. Integrou
a Cia. ParaladosanjoS entre 2003 e 2009, realizando intensa pesquisa artística
nas linguagens da música, teatro e circo. Em 2009 foi convidado pela troupe de
trapézios voadores, The Flying Mendes (Ultrech – Holanda), para a Gala de Natal
com o circo Luis Knee Junior. Tem uma carreira internacional, passando por
importantes grupos e circos da Europa, como a companhia de trapézios voadores
Les arts Sauts (Escola de Circo Fratelline - Paris França), Escola de Circo da
Bélgica e grupo Corpus Acrobaticus (Amsterdam–Holanda).
Em 2010
funda a troupe de trapézios de vôos The Flying Neves (ITA), circulando com os
Circos Ronny Roller e Oscar Orfei,por diversas cidades da Itália. Atualmente
integra a Troupe Irmãos Sabatino e é artista convidado de importantes grupos,
como Acrobático Fratelli e Grupo Ares.
Mauro Braga
Violoncelista
e bacharel em música popular pela UNICAMP. Integrou a Orquestra Oficina de
Cordas com a qual gravou os CD's: Retratos em Vários Compassos (2002), Tempo de
Delicadeza (2005) com a cantora Consiglia Latorre e Para Cordas Brasileiras
(2007). Atualmente integra o trio de cordas e percussão CARCOARCO. Em 2002,
iniciou sua formação como ator e acrobata, estudando com importantes nomes da
cena circense e teatral.
Músico
convidado pelo LUME Teatro para executar trilha sonora ao vivo (composição do
violeiro Ivan Vilela) da peça O que seria
de nós sem as coisas que não existem (Direção de Norberto Presta - Itália).
Desde 2001 integra a Cia. ParaladosanjoS, onde desenvolve intensa pesquisa
artística nas linguagens da música, teatro e circo.
Agenda
Maranhão
12/01
16h - Intervenção urbana e apresentação na Comunidade - Barreirinhas;
13/01
16h - Intervenção urbana e apresentação na Praça da Matriz - Barreirinhas;
15/01
16h30 - Intervenção urbana e apresentação na Quadra da Comunidade de Coqueiro -
São Luis
16/01
16h30h - Intervenção urbana e apresentação no Espigão da Ponta da Areia - São Luís
Ficha Técnica
Coordenação:
Dani Scopin e Mauro Braga
Direção,
Criação e Atuação: André Sabatino e Mauro Braga
Responsável
Técnico: Mauro Braga
Produção:
Dani Scopin
Produção
Local: Imira Brito
Duração:
60 minutos
Indicação
etária: Livre
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