quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Bruno Azevêdo lança Gabriela


Quem escreve cartas de amor numa sociedade em que se manda nudes? O que é escrever uma carta de amor nos anos 10? Foi pensando nisso que o escritor Bruno Azevêdo decidiu publicar Gabriela, carta de amor que escreveu (e enviou) há um ano. A obra será lançada nesta quinta-feira, 23, no Chico Discos (Centro), às 20h.




O poeta português Fernando pessoa escreveu certa vez que todas as cartas de amor são ridículas, no que provavelmente é seu mais famoso verso. Pouco antes, numa carta à sua amada Ophélia de Queiroz, disse que “para me mostrar o seu desprezo ou, pelo menos, sua indiferença real, não era preciso o disfarce transparente de um discurso tão comprido”, mostrando que mesmo o papa do negócio não escapava do drama quando um certo alguém lhe despertasse o sentimento.

Pessoa é um entre vários missivistas famosos que meteram pelas mãos os pés num enlace; desde que o mundo é mundo se escreve cartas de amor, de João Bidu a James Joyce, do Mensageiro do Amor a André Gorz -- que se matou com a esposa após escrever para ela um monumento --, ou Graciliano Ramos, que deixou de mão a sisudez pra, em oito cartas, conquistar o cora-ção da jovem Heloísa, nos anos 1920.

Mas e hoje?
Gabriela, parte de uma experiência real do autor, que juntou retratos de anônimos em Salvador para compor uma carta: “a ideia era ver como os retratos, coisa que eu tenho feito muito desde o Ostreiros, funcionariam pra falar a alguém”, comentou.

O resultado é um livro em papeis coloridos, costurado artesanalmente, com um envelope que imita antigos expressos aéreos, lançado na Flip (Festa Literária de Paraty, RJ) na última semana de julho. A tiragem artesanal é de 200 exemplares.
Para o autor, escrever e publicar uma carta de amor hoje é recuperar algo muito antigo e em desuso, sobretudo quando as possibilidades do mundo digital alteram cada vez mais as formas de interação humana.

Gabriela, inicia um projeto editorial maior, em que o escritor traz à baila cartas de amor escritas por anônimos. As correspondências foram encontradas em arquivos pessoais. Para Bruno Azevêdo, que também é historiador, “embora formulaicas, cartas de amor dizem muito sobre a sociedade nas quais foram escritas”.



Serviço
Lançamento de “Gabriela,” novo livro de Bruno Azevêdo
Quando: Quinta, 23 de agosto, às 20h

Onde: Chico Discos, Rua dos Afogados, 387 - Centro

Programação: Leitura do livro e outras cartas, além de discotecagem de vinis.
Extra: Gabriela, já está disponível na livraria AMEI (São Luís Shopping) e no site da editora (www.pitomba.iluria.com)

Elomar realiza show em São Luís


 
O Conce r t o ‘ M u n t a no o Mondengo’, com Elomar e convidado, João Omar, trafega pela história do Brasil, através da música, perpassando as rotinas dos tropeiros, vaqueiros e retirantes, numa leitura metafísica do seu universo simbólico e fantástico, levando o público ouvinte a uma contemplação abrangente da sua geografia “inventada”. A expressão ‘Muntano o Mondengo’, faz referência aos versos da canção “Na Quadrada das Águas Perdidas”, também título do segundo álbum musical de Elomar, gravado nos estúdios do Seminário Livre de Música da Universidade Federal da Bahia, em dezembro de 1978.

Muntano o Mondengo faz parte da Agenda Nacional “Homenagem ao Menestrel”, em comemoração aos 80 anos do cantor e compositor  Elomar Figueira Mello, completados em 21 de dezembro de 2017.

Este concerto vem brindar o público maranhense, em única apresentação, no Teatro Arthur Azevedo, dia 24 (sexta-feira),  com belíssimas imagens do “Sertão Profundo de Elomar” (aquele lugar vaporoso, que se desmancha toda vez que se alcança) e um pouco da poética desse "desertão" nordestino cujas raízes remontam a antigas tradições ibéricas e celtas que até nós chegaram, como num encantamento, numa carruagem conduzida por estes dois músicos andarilhos, numa linguagem musical elaborada no português vernáculo, dos tempos do começo e também do dialeto roçaliano, cunhado na obra de Elomar, como "dialeto sertanez, tudo isso na incomum interpretação de Elomar, com seu violão e voz de Menestrel e do maestro João Omar, violonista clássico e de bela voz também.

Elomar Figueira Mello, artista que conquistou respeitabilidade no seio da música popular genuinamente brasileira e na música erudita mais elaborada, compõe suas obras percorrendo os "lugares encantados”, sua “geografia inventada”, onde estão nossas raízes culturais, oferecendo-nos um acervo de pérolas garimpadas e buriladas desde as "Barrancas do Rio Gavião", passando pela "Serra da Carantonha", pelas planícies sinfônicas da "Lagoa dos Patos", até chegar na Serra da Tromba, “lá onde Maneca chorô”, e hoje de volta ao velho "Pouso da Casa dos Carneiros", em Vitória da Conquista - BA, onde mora e produz, com o compromisso de dar continuidade e concluir sua obra, ofício que acredita ser uma missão.

Em 2017, Elomar lançou novo disco, O Menestrel e o Sertão Mundo, gravado ao vivo com a Orquestra Sinfônica Nacional, no Rio de Janeiro, e estreou a ópera Faviela, na Casa dos Carneiros.

Serviço
Concerto “Muntano o Mondengo” com ELOMAR e JOÃO OMAR.
Data: 24 (sexta-feira), às 20h30
Local: Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol, S/N, Centro, São Luis-MA)
Ingressos: A partir de 60 reais na bilheteria do Teatro.