segunda-feira, 26 de junho de 2023

Elas usaram roupas masculinas e foram presas

            Fato ocorreu há 120 anos na pacata São Luís, e revela os costumes e comportamento da época

            




          *  Por: Patricia Cunha

             O ano era 1903, início do século 20. O diário  Pacotilha - Jornal da Tarde, noticiava na edição 143, do  dia 18 de junho, que a cidade de São Luís estava estarrecida com um fato ocorrido na cidade.  A edição de número 144 estampava: "Facto sensacional - mulheres trajadas com roupas de homem". O que para os dias de hoje não chama nenhuma atenção, para a época foi um escândalo que culminou com as duas presas e soltas após manifestações de populares.

          O fato ocorreu no dia 17 de junho, há 120 anos,  e a reportagem começava assim: "Desde hontem à noite que a pacata população desta capital experimenta a sensação de um fato entre nós, raríssimo, qual o que se deu lá para as bandas do Caminho Grande (antigo nome da Rua Grande, que na época se estendia até o Canto da Fabril).

            A matéria era sobre Constância de Tal e Maria José (assim identificadas no texto), moradoras de uma casa na Rua do Passeio, que naquela noite decidiram que iam passear vestidas de trajes e acessórios, até então, masculinos. Elas passearam sem ser incomodadas, foram por vários lugares, brincaram, se divertiram sem ser incomodadas, mas ganharão olhares curiosos. Ao retornarem, alegres e contentes, tudo parecia ir bem. E como a cumprimentar uma das pessoas que as olhavam curiosas, uma delas tira a cartola e as tranças, até então escondidas, ficam expostas.

            "Isso, para o caso, valeu mais que uma catástrofe. Uma voz, estridente e aterradora gritou: 'são mulheres'." Constância a mais velha, ainda tentou se defender do tumulto que se formou para pegá-las, com uma pequena faca que portava. Afinal, mulheres vestidas de homem? em que sociedade estávamos? Só que era tarde demais. Outras pessoas  que estavam em um baile perto dali se juntaram. Elas foram presas e conduzidas ao quartel de São João, pelo músico Manoel Domingos e outros praças da infantaria estadual.

            A cidade era muito pequena e logo se espalhou  a notícia. Assim, várias pessoas (chamadas de raia miúda) se aglomeraram em frente ao quartel exigindo a soltura delas. Maria José contou aos policiais que elas se vestiram assim para que pudessem transitar sem serem desrespeitadas, fato que já havia ocorrido com elas. Fato é que foram soltas, com vergonha do ocorrido, mas isso demonstra o preconceito enraizado na sociedade desde sempre, o medo da mulher de sofrer assedio dos homens, e a ousadia com que Constância e Maria José encararam as ruas. No dia seguinte, Pacotilha - Jornal da Tarde, repercutiu o assunto da soltura delas.

            "Primeira vez que mulheres vestiram calças. Você percebe aí,  desde aquela época como era a sociedade. Cometeram fraude..., observe que a polícia chama estelionato. Olha aí. Foi algo que abalou a sociedade. Hoje as mulheres nem imaginam a luta que outras mulheres tiveram para se vestir como queriam. Observe como evoluiu o pensamento", disse o historiador Eulálio Leandro, responsável pela pesquisa. 

            Para além do fato de serem julgadas por usarem calças, está a explicação delas para isso, se sentirem respeitadas. Para a mestranda de Ciências Sociais, Ana Paula Santos, aí está enraizada a cultura do machismo, onde essas mulheres precisaram usar de artifícios para se sentirem livres nas ruas, "Olha o que elas fizeram para poder saírem sem ser incomodadas. E esse sentimento de incômodo perdura ainda hoje. Muitas mulheres não vestem o que querem, uma roupa mais curta, um decote, uma roupa justa,  porque sabem que o homem vai olhar. E o mais grave disso, nem precisa estar usando esses trajes para se tornar objeto de desejo masculino. Essa cultura machista é algo estrutural e que precisa ser mudada com educação, em casa e na escola", disse. 

             Usar calças era crime

            Naquela época, mulheres não usavam calças compridas.  Para se ter ideia, em 1800, entrava em vigor em Paris uma lei determinando que as mulheres que usassem calças em público podiam ser presas pela polícia. Era permitido usar calças apenas com autorização prévia da polícia.  A lei das calças femininas dizia que “as mulheres transvestidas como homens poderiam ser repreendidas por policiais a não ser que tivessem autorização especial”.

            No fim do século XIX, as mulheres começaram a aderir à febre dos esportes e dos exercícios físicos. Mas como se exercitar ou andar de bicicleta com saias pesadas e cheias de camadas? As mais ousadas (lembremos que a bicicleta teve um papel da bicicleta na emancipação feminina, leia mais nos links abaixo) começaram a usar um modelo de calça bem bufante, quase uma saia bifurcada, mas que lhes davam maior liberdade de movimentos, a chamada bloomer, cujo nome foi uma homenagem à feminista Amelia Bloomer. Obviamente, a resistência ao uso dessa peça era grande. Mulheres eram xingadas e agredidas nas ruas por estarem em “trajes masculinos”, o que ocorreu com as maranhenses Constância e Maria José.

            O início da Primeira Guerra Mundial (1.914-1.918) contribuiu, indiretamente, para a popularização da calça. Se os maridos, pais, filhos e irmãos tinham de ir para o front, sobrou para as mulheres a tarefa de trabalhar fora de casa. O resultado? Uma dose maior de independência, liberdade para circular sozinha pelas ruas e participar de atividades esportivas.

.           Para se ter ideia, a primeira vez que uma mulher teve permissão para usar calça comprida no Plenário do Senado foi há duas décadas. O uso do traje era proibido até 1997, quando um ato do então presidente, senador Antônio Carlos Magalhães (1927-2007), permitiu a entrada e a permanência de mulheres com essa vestimenta. O uso também foi liberado nas salas das comissões, na sala do café dos senadores, na tribuna de honra e na bancada de imprensa.

            As calças são as peças de roupa mais usadas em todo o mundo. Atualmente usadas por homens e mulheres, ela também já foi um item exclusivo do estuário masculino.

*Publicado originalmente na edição de 24/25 de junho de 2023, do jornal O Imparcial (São Luís - MA). 

sexta-feira, 16 de junho de 2023

“Nosso Tesouro” : Novo single de Emanuel Jesus homenageia a Cultura e o São João do Maranhão.


Acende a fogueira para São João! Toda a nossa efervescente e rica Cultura é o “Nosso Tesouro” do Maranhão! Fonte inesgotável de inspiração para os artistas a traduzirem em suas obras todo esse universo encantador. 

E é com esse sentimento de pertencimento que o cantor, compositor e apresentador Emanuel Jesus apresenta novo single “Nosso Tesouro”, de sua autoria, disponível no canal do YouTube: Emanuel Jesus Oficial. O single  já pode ser acessado em todas as plataformas digitais.

Nosso Tesouro de Emanuel Jesus tem arranjos e produção do maestro Zé Américo Bastos, que dispensa maiores comentários, ele é um craque na arte da produção fonográfica, de referência nacional. A gravação da música contou com um talentoso time de músicos Israel Dantas (violão e violão), Jesiel Bives (teclados), Marquinhos Carcará (percussão), Marcelo Martins (flautas), Fernando Leite e Sara Vale (vocais), sob a direção do maestro Zé Américo Bastos, que também faz teclados e acordeom. 

Videoclipe - Em um cenário exuberante, a locação escolhida para a gravação do videoclipe foi uma embarcação em alto mar, elevando às bençãos também a São Pedro, e tendo a participação de representantes de importantes grupos da Cultura Popular do Maranhão: Boi de Santa Fé, Boi de Maracanã, Boi de Axixá, Cacuriá de Dona Teté e Tambor de Crioula de Mestre Leonardo. O videoclipe tem a produção de Ellen Soares e a realização da Interart Produção Criativa.

“A nossa cultura, a nossa arte e a fé do nosso povo, são as inspirações de “Nosso Tesouro”. Essa é uma homenagem feita com a alma e o coração de maranhense, uma forma de exaltar a nossa rica cultura e mostrar o que temos de melhor aqui nessa terra de tantas riquezas!”,  destaca o artista que vem cumprindo uma movimentada agenda de shows neste período junino.

Emanuel Jesus - Nascido em 24 de dezembro de 1981, em Bacabal e radicado há mais de dezesseis anos em São Luís. É músico, cantor, compositor, produtor, radialista e apresentador, com graduação em Letras e formação em Rádio e Jornalismo, um dos nomes da nova geração da música no Maranhão, que há mais de vinte anos movimenta a cena artística no estado. Idealizador da "Festa da Música no Maranhão - Prêmio Papete", um dos projetos mais representativos da música e do cultura no Maranhão, Emanuel, como apresentador do programa "Cultura em Pauta" da TV e Rádio Assembleia do Maranhão, contribui de forma significativa para a difusão da cultura maranhense. 

Foi premiado com melhor música e melhor intérprete no UNIREGGAE, festival promovido pela Universidade Federal do Maranhão, que participou durante cinco anos. Em 2005 representou o Maranhão na Alemanha, na Jornada Mundial da Juventude, e apresentou o show “Brasil Tropical” na cidade de Eveswinkel. Em 2007 ao se mudar para São Luís, lançou nos Jardins do Museu Histórico e Artístico do Maranhão, o seu primeiro CD autoral intitulado “Sonho Real”. Já em 2008 foi o primeiro artista a participar do projeto “Casa Cheia” do Teatro Alcione Nazaré. Lançou em 2010 no São João do Maranhão o CD “Folia de São João”, com o grupo Folia de Três. Em maio de 2011, Emanuel de Jesus comemorou “10 anos de Música”, com show no Teatro Arthur Azevedo e lançou o CD “Acústico MPB”, com vários convidados. Entre as canções autorais que fazem parte do seu repertório destacamos "Chamego Bom" (Emanuel Jesus), “Deixa Acontecer” (Emanuel de Jesus/Dommer), “PraTocar” (Emanuel de Jesus), “Canção pra Morena” (Emanuel de Jesus/Marcelo Duarte), “Nosso Tesouro” (Emanuel de Jesus) e “Na Batida do Tambor” (Emanuel de Jesus). Estreou no cinema em junho de 2012, no longa-metragem “Flor de Abril” do diretor Cícero Filho participando do elenco e da trilha sonora, interpretando a música “Onde Estará o meu Amor” de Chico César. Como produtor, entre os projetos de destaque estão a "Festa da Música no Maranhão - Prêmio Papete", "Crioula Festival" e "Um Natal de Luz".

Zabumbada encerra etapa formativa na sede do Grupo Grita


O Festival Zabumbada, arraial fora de época de São Luís, encerrou neste sábado, na sede do Grupo Grita, no Anjo da Guarda, a sua primeira etapa de atividades em 2023, que leva a alma do bumba meu boi a crianças e jovens de escolas públicas por meio de oficinas gratuitas de danças e percussão. Em uma semana a Caravana Zabumbada ocupou escolas da área Itaqui Bacanga e Cidade Operária. Nesta edição, pela primeira vez o projeto ocupou um centro cultural, o Grita, que atua há décadas naquele território e realiza a Via Sacra mais tradicional da cidade.

Agora é preparar os corações para a etapa festiva do Festival Zabumbada, que ocupará a Praça das Mercês nos dias 7 e 8 de julho com uma sequência de shows e apresentações folclóricas, reunindo o melhor do nosso bumba meu boi, danças populares e artistas da música a convidados especiais que neste ano chegam a São Luís para zabumbar bonito: a multiartista amazônica Gaby Amarantos e o Olodum, que é a maior banda percussiva do planeta.

O Zabumbada é um projeto da Temporana Produções Culturais, patrocinado pelo Instituto Cultural Vale por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Pertencimento

Participaram desta etapa cerca de 1.000 crianças e jovens e a maioria deles nunca tinha experimentado o bumba meu boi fora do espetáculo. As oficinas deram oportunidade de ter contato mais próximo com o papel dos principais personagens desse gênero da cultura popular e o ritmo que marca o sotaque de zambumba, que dá nome ao projeto.

“É muito bom participar para entender melhor o bumba meu boi, porque antes eu ia assistir, mas não conhecia. Agora eu conheço e vou ter bem mais respeito e admiração”, disse Lara Sousa, aluna do Centro de Ensino Maria José Aragão, da Cidade Operária.

Para a diretora do projeto, Carol Marques, a largada do Zabumbada já está abençoada pelos santos juninos, dado o entusiasmo com que foi recebida pela comunidade de diretores, professores e alunos por onde passou. “Estamos muito felizes com os primeiros resultados. É emocionante o encontro desses jovens com instrumentos e indumentárias do bumba meu boi e como eles se entregam ao ritmo e à dança. Não temos dúvida de que o nosso patrimônio cultural está na alma da gente e só precisa de um estímulo para florescer e tornar cada um de nós parte desse patrimônio”, afirma.

As oficinas de dança levaram aos participantes coreografias e indumentárias de índias, índios, caboclos de pena e de fita e miolo do boi. E as de música foram dedicadas aos tambores: zabumba e pandeirão. A estudante Laylla Vitória, também aluna do Centro de Ensino Maria José Aragão, escolheu a oficina de zabumba. “Eu só conhecia por nome mesmo, da época do São João. Realmente me surpreendeu o toque do tambor, achei muito divertido”, contou.

A Caravana Zabumbada tem por propósito apresentar os personagens no contexto cultural em que estão inseridos, estimulando o sentimento de pertencimento da comunidade ao Maranhão, berço do bumba meu boi, que é a maior manifestação cultural do estado, tombada como patrimônio imaterial do Brasil.

O quê: Festival Zabumbada

Quando: Junho (etapa educativa de 5 a 10) e Julho (festival dias 7 e 8)

Onde: Escolas da área Itaqui-Bacanga (etapa formativa) e Praça das Mercês (festival)

Todas as atividades são gratuitas


Exposições cartográficas retratam desenvolvimento urbano em cidades colonizadas por portugueses


Duas novas exposições entram em cartaz no Centro Cultural Vale Maranhão:  Urbanismos de Influência Portuguesa e Cartografias Urbanas do Maranhão apresentam diferentes perspectivas cartográficas de territórios e como as intervenções realizadas ao longo dos séculos reverberam até hoje em diferentes cidades ao redor do mundo.

Urbanismos de Influência Portuguesa sintetiza os resultados de um projeto de investigação elaborado entre 2005 e 2008 na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, que apresenta a evolução conceitual e metodológica da prática urbanística portuguesa num período significativo do século XX, por meio do estudo das influências que se estabeleceram entre Portugal e as antigas colônias na África. A curadoria é de Maria Manuela da Fonte e Sérgio Padrão Fernandes.

A exposição faz parte da programação do IX Fórum Internacional de Patrimônio Arquitetônico Brasil-Portugal – FIPA, realizado pela primeira vez em São Luís com apoio da Prefeitura através da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (FUMPH). “Essa exposição é um testemunho da importante contribuição da arquitetura e da engenharia portuguesa pelo mundo. São Luís, em específico, é um dos marcos que assinalam a identidade de Portugal nesse mundo de expansão marítima. Então, trazer essa exposição é contribuir com os maranhenses e os brasileiros para um entendimento da nossa formação enquanto cidade”, afirma a historiadora Kátia Bogéa, presidente da FUMPH e coordenadora da FIPA em São Luís.

A segunda exposição – Cartografias Urbanas do Maranhão – é uma linha do tempo demonstrada por meio de mapas do estado em diferentes épocas, do século XV ao XX, desde o conhecimento do novo território através de rios e mares, aldeias indígenas e bancos de areia, passando pelo traçado da vila idealizada por portugueses e finalizando com o processo de expansão urbana da cidade. Entre os itens expostos, o mapa holandês de 1641-44, do livro de Gaspar von Barleus, representa os primeiros registros do território maranhense, que inclui o traçado urbano deixado pelo engenheiro-mor português, Francisco Frias de Mesquita.

Os mapas que compõem a exposição fazem parte do acervo da Biblioteca Nacional. “Essa exposição demonstra a importância do estudo da cartografia como instrumento do planejamento urbano contemporâneo. O resgate dos mapas antigos no acervo da Biblioteca Nacional proporciona um confronto com a cartografia atual e permite compreender o planejamento urbano do Centro Histórico e de São Luís”, comenta Grete Pflueger, arquiteta, doutora em urbanismo (UFRJ), mestre em Desenvolvimento urbano (UFPE), professora associada do curso de Arquitetura e Urbanismo e Programa de Mestrado em Desenvolvimento socioespacial e Regional da UEMA e curadora da exposição ao lado de Rosilan Garrido, artista visual e doutora em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Lisboa, mestre em Artes (USP) e professora adjunta de Arquitetura e Urbanismo da UEMA.


Retrato sobre saúde mental e solidão é destaque no espetáculo “Efeito Colateral”, que estreia no mês de junho, em São Luís


Questões importantes da contemporaneidade, como solidão, saúde mental e conturbação afetiva ganham espaço nas reflexões e inquietações do palhaço Hans Zinzerr, o personagem central do espetáculo “Efeito Colateral”, que fará sua estreia nacional nos palcos maranhenses ainda neste mês de junho, em São Luís (MA), com três sessões especiais.

Trazendo a dramaturgia do palhaço, assim como a comicidade com elementos teatrais, circenses, musicais e audiovisuais, “Efeito Colateral” estreia sua primeira temporada utilizando diversas multilinguagens para apresentar o mau humor e a vulnerabilidade afetiva vividos pelo palhaço Hans Zinzerr.

A comédia se passa nas vésperas do aguardado aniversário do palhaço Hans Zinzerr, que recorre a pílulas milagrosas para fugir da realidade, vivendo o picadeiro de suas fantasias megalomaníacas.

Leonardo Fernandes, criador, ator e produtor do espetáculo “Efeito Colateral”, ressalta que o espetáculo é um reflexo dos desejos particulares das pessoas para fugirem do caos cotidiano.

“A peça gira, principalmente, em torno de três dias em que Hans espera o seu aniversário chegar, brincando com as ideias sobre o peso do cotidiano, a ansiedade da comemoração e os próprios sonhos se manifestando quando ele dorme”, destaca Leonardo.

Questionamentos como 'Solidão tem cura, tem antídoto?' e 'De quem é a culpa: dos solitários ou de quem poderia estar ao redor mas não está?' permeiam a uma hora de duração do espetáculo, que foca, também, em apresentar o universo de fantasias do protagonista, além de suas frustrações, intimidades, e claro, sua própria realidade.

“Em 'Efeito Colateral', o lírico e o patético dão as mãos no picadeiro poético do espetáculo, instigando no espectador a reflexão sobre suas próprias vivências de anestesia e apatia diante da vida, bem como do despertar para si”, analisa Michelle Cabral, diretora da comédia.

Temporada de estreia

Com realização da Jubileu Trupe de Teatro e apoio da Miramundo Produções Culturais, a 1ª temporada de “Efeito Colateral” irá estrear no Teatro Arthur Azevedo (TAA) e terá três sessões: no dia 24/06 (sábado), às 19h; e no dia 25/06 (domingo), às 18h e 20h - neste dia, a sessão das 18h terá ingressos promocionais para estudantes de instituições públicas de ensino (por R$ 10).

Os ingressos já estão à venda, de R$ 10,00 a R$ 40,00, e podem ser adquiridos na bio do Instagram da Jubileu Trupe de Teatro - neste link: https://instagram.com/jubileu.trupe - ou na Bilheteria do TAA.

Com duração de 60 minutos, a comédia tem classificação indicativa de 16 anos, com cenografia de Luisa Pflueger, iluminação de Nina Araújo, sonoplastia de Gustavo Oliveira, direção assistente de Karliene Moreira, além de Michelle Cabral e Leonardo Fernandes também assinando a dramaturgia.

Mais informações sobre o espetáculo em: https://bit.ly/461C9pK.

 

SERVIÇO

O quê: espetáculo de palhaçaria “Efeito Colateral, com palhaço Hans Zinzerr”;

Sinopse: Para o palhaço Hans Zinzerr, a solidão é uma companhia ingrata e a insônia uma certeza de todas as noites. Sempre mal humorado e carregando a monotonia da rotina, só lhe resta uma alegria: o seu aniversário. Faltando três dias para essa data, sua inquietude aumenta em níveis quase catastróficos e as noites de insônia se tornam uma tortura. Hans recorre a pílulas milagrosas para fugir da realidade e em seus sonhos vive o picadeiro de suas fantasias megalomaníacas, esperando o amanhecer glorioso do seu aniversário. Será que os efeitos colaterais valerão a pena?

Onde/Quando: no palco do Teatro Arthur Azevedo (TAA), na Rua do Sol, no Centro Histórico de São Luís, nos dias 24/6 (às 19h) e 25/6 (às 18h e 20h);

Classificação indicativa: 16 anos;

Ingressos: disponíveis via Ingresso Digital, de R$ 10 a R$ 40, no link: https://bit.ly/45TJCrb. Na sessão do dia 25/6, às 18h, cada ingresso custará no valor de R$ 10 para estudante de instituição pública (mediante comprovação).


Fotos: Patrícia Adélia/Divulgação

Cinema maranhense em cartaz no TCE

 Diálogos em sintonia com temáticas sociais e apreciação estética e reflexiva, a partir do contato com as produções de curtas-metragens maranhenses produzidos por egressos da Escola de Cinema do Maranhão – IEMA (Instituto de Ciência, Educação e Tecnologia do Maranhão). Essa é a ideia principal da Jornada Cine e Debate, realizada em parceria pela Escola Superior de Controle Externo do TCE (Escex) e Escola de Cinema do Maranhão – IEMA.

A mostra acontece das 9h às 12h, nos dias 19, 20 e 21 de junho na Sala Retrátil da Escex, no prédio anexo do TCE. Os curtas-metragens a serem exibidos na Jornada abordam temáticas de viés regional, que falam sobre criatividade, novos mercados, inovação, conexões, identidade, tradição, cultura e desenvolvimento.

O público-alvo do evento são estudantes do ensino médio das redes pública e privada, universitários de cursos relacionados a arte e comunicação, realizadores audiovisuais, pesquisadores de cinema e servidores e colaboradores do TCE. As inscrições podem ser feitas no link: https://www.even3.com.br/jcdec_iema2023/

A ideia da Jornada partiu do aluno da Escola de Cinema, Johnny Carvalho, que também é estagiário do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão na área de produção em áudio e vídeo. Ele percebeu, a partir dos equipamentos estruturais da instituição e dos programas culturais já desenvolvidos pela Escex, a viabilidade de promover essa colaboração via palestras, mostras e oficinas com direito a certificação dos participantes. A proposta abrange a análise de questões socioeconômicas e culturais locais contemporâneas, a partir da perspectiva audiovisual, com a participação da comunidade maranhense.

“Nossa intenção é que o evento seja a oportunidade de, em três dias, termos momentos de aprendizagem e trocas de experiências para estudantes, pesquisadores, realizadores, apreciadores da 7ª arte e servidores e colaboradores do TCE. É uma novidade dentro do tribunal e também mais uma oportunidade de aproximar a sociedade da corte de contas”, diz Johnny.

O projeto vem ao encontro de uma das diretrizes da Carta do VII Encontro Nacional dos Tribunais de Contas, especificamente a que estimula “promover, institucionalizar e auditar as políticas afirmativas de combate às desigualdades estruturais e institucionais do Brasil e todas as formas de discriminação enfrentadas por setores da sociedade como os negros, as mulheres, os indígenas, os LGBTQIA+, os pobres e outros”. Além disso, é tema que consta do Planejamento Estratégico 2023 da Escex. Pelo lado do IEMA, a projeto compõe o Plano de Ação 2023 da Unidade Vocacional Escola de Cinema do Maranhão – IEMA.

Juntamente com Johnny Carvalho, a ação é liderada por duas gestoras da Escex, a líder de ação educacional para a sociedade, Jane Marta, e a líder de Ação Educacional da Biblioteca, Rossana Jansen. Para Jane, “este projeto de parceria entre a Escola do TCE e a Escola de Cinema-IEMA contribui para o processo de aprendizagem, formação cultural, numa outra linguagem, a partir de filmes para a construção de novos saberes”. Ela ainda destaca que a Jornada acontece como uma ação integrativa, indo ao encontro dos objetivos de sua liderança de aproximar as realizações da Escex da sociedade.

Rossana Jansen vê a mostra como um fortalecimento da sintonia do trabalho da Escex com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS, da ONU. “A Jornada nos traz uma abordagem reflexiva dos desafios locais, em alusão aos objetos de controle externo relacionados à Agenda 2030 das Nações Unidas”. E acrescenta que essa importância cresce “principalmente agora que as desigualdades estruturais e institucionais se exacerbaram no Brasil pós-pandemia”.

A cineasta Rose Panet, que terá filmes apresentados na Jornada e será debatedora em uma das mesas do evento, destaca a importância da mostra. Considerando toda sua abrangência, da arte à indústria que envolve muitos trabalhadores, além do sentido educacional, a cineasta nos fala sobre fazer 7ª arte no nosso estado: “O cinema no Maranhão vem crescendo em produção. Temos uma vocação para documentários, mas hoje vemos uma pluralidade muito grande de linguagens, de abordagens. Filmes com temáticas sociais, identitárias, de meio ambiente, de sexualidade, de práticas religiosas, revelando o protagonismo de pessoas que até então eram invisibilizadas nessa profissão: mulheres, negros, quilombolas, indígenas, LGBTQIA+. O cinema abre janelas para entendermos o mundo e esta iniciativa do TCE e do IEMA está de parabéns por proporcionar mais esta abertura”, diz Rose.

Ciente de que ações como esta são fomento da cultura audiovisual maranhense e oportunizam o acesso a estudantes, realizadores audiovisuais, pesquisadores de cinema e demais interessados, o gestor da Escex, Ribamar Nojosa, tem certeza de que a Jornada “fortalece o compromisso institucional em promover a igualdade de oportunidades e combater qualquer forma de discriminação, se coadunando, portanto, com as diretrizes para atuação do controle externo brasileiro, a partir de 2021, definidas na Carta do VII Encontro Nacional dos Tribunais de Contas.”. E ainda acrescenta: “Compartilhar conhecimentos abre espaços de diálogo”.


Programação:

19/06 – Segunda-Feira

9h- Abertura oficial do evento pela gestora da Escola de Cinema/IEMA e gestor da Escex e convidados da mesa do dia.

Mediação: Johnny Carvalho – Aluno da escola de cinema do Maranhão – IEMA. Estagiário Escex - Técnico em produção de áudio e vídeo.

9h10 – Projeção do curta-metragem selecionado para exibição e debate da mesa (50 minutos)

Curadoria:

Amniogênese, direção de Rose Panet

Aquarela, direção Aldanuzio e Thiago Kistenmacker.

Mesa 1: 10h

Tema - Do roteiro à tela: Segmentos de uma produção audiovisual

Pré-Produção; Produção; Pós-Produção

Convidada: Rose Panet e Sheury Manu

11h10 Considerações finais

11h30 Encerramento

Dia 20/06 – Terça-feira

9h10 – Início da programação do dia – Projeção de videoclipes selecionados para exibição e debate da mesa

Curadoria:

VIDEOCLIPES CLOCKWORK FILMES

Killa - Enme

Batidão - Enme

Chato - Marco Gabriel

KOLAPSO - Monkey Jhayam, Enme, Terra Treme

4 por 4 - Enme

Dama da Quebrada - Enme

Magia Negra - Enme ft. Bixarte

Mesa 2: 10h

Tema: Produções audiovisuais nas periferias - Videoclipes

Identificação e fortalecimento de agentes e movimentos culturais

Convidados: Jessica Lauane, Walber Sousa e Paula Beatriz.

11h10 - Considerações finais

11h30 Encerramento

Dia 21/06 – Quarta-feira

9h10 – Início da programação do dia - Projeção da obra selecionado para exibição e debate da mesa

Curadoria:

TRAILERS CINEMANDO O MUNDO

CINECLUB MURILO SANTOS Vozes que ajudam, direção Laisa Diniz e Karoline Diniz Still

Traços – direção: Bruno Guerra

Memórias – direção: Camila Vieira

Confia em mim - direção: Luiza Travassos

PROJETO CINE ALEGRE Contrapartida, direção Janderson Kauã

Mesa 3: 10h05

Tema Geral: Cinema e Educação: Escolas nas telas dos cinemas

Reflexões sobre o uso educativo do cinema.

Convidados: Mônica Rodrigues, Thaís Lima e Mateus Felipe.

11h10 Considerações finais

11h30 Encerrament

Arraial da Assembleia continua nesta sexta-feira com várias atrações



Uma multidão prestigiou a  abertura do “Arraial da Assembleia”, na noite de ontem, na sede da Casa Legislativa A festa continua até domingo, e nesta sexta-feira tem as apresentações dos grupos: 

DIA 16 – SEXTA-FEIRA

19h – Bumba Meu Boi Encanto do São Cristóvão

20h – Coco Pirinã

21h – Bumba Meu Boi Itapera de Maracanã

22h – Dança Portuguesa Império de Lisboa

23h – Companhia Vem BB

23h30 – Bumba Meu Boi de Nina Rodrigues

00h30 – Cacuriá de Dona Teté

01h30 – Thaís Moreno e Banda (foto)


DIA 17 – SÁBADO

19h – Quadrilha Fogueira Viva

19h30 – Bumba Meu Boi Lendas e Magias

20h30 – Cacuriá do Jhon

21h30 – Bumba Meu Boi da Madre Deus

22h30 – Bumba Meu Boi Tremor da Campina

23h – Bumba Meu Boi Estrela dos Lençóis

00h – Banda Reprise

01h – Boi da Maioba


DIA 18 – DOMINGO

18h – Seu Raimundinho e Forró Pé no Chão

18h30 – Dança Portuguesa Vila Lusitana

19h – Pérola dos Lençóis

20h – Boi da Lua

21h – Companhia Barrica

23h – Boi de Sonhos

00h – Bumba Meu Boi de Axixá

01h – Erick Andrade

Arraial da Praça Maria Aragão com grupos juninos e show de Luan Santana nesta sexta-feira

 


No Arraial da Cidade, na Praça Maria Aragão, a festa de São João  segue nesta sexta, com atrações da cultura popular e shows de Luan Santana, na sexta (16) e Joelma, no domingo (18).

Palco para grupos folclóricos de bumba meu boi, danças como cacuriá e quadrilhas, tambor de crioula e outras manifestações típicas maranhenses, o Arraial da Cidade terá, nesta sexta-feira (16), a dança portuguesa Raízes de Portugal, Boi Mocidade Axixaense (orquestra), Companhia Encantar, Boi Upaon-Açu (orquestra) e, encerrando a noite, show de Luan Santana. As atrações de sábado (17) são dança portuguesa Império de Lisboa, Boi Encanto do Olho d’Água (orquestra), Cia Batuk, show do grupo Lamparina, cacuriá Assa Cana, Boi Lendas e Magias (orquestra), Boi de Ribamar (matraca) e Boi de Morros (orquestra).

No Dia Nacional do Tambor de Crioula, celebrado no domingo (18), diversos grupos se apresentarão no Arraial da Cidade. Depois deles, é a vez do Boi de Sonhos (orquestra), seguido pelo grupo Baile de Caixa e show de Joelma.

Forró e Reggae

Para quem curte dançar agarradinho, a Prefeitura de São Luís preparou dois espaços específicos no Arraial da Cidade: o Barracão do Forró, com o legítimo pé de serra, e o Espaço Reggae, onde as pedras rolam soltas.

No Barracão do Forró,  o arrasta-pé segue com literatura de cordel "A Menina de Buique", com Júlia Constância e Forró Pé de Moleque.

Literatura de Cordel "Paulinho Nó Cego", Forró Cheiro da Terra, Forró Grude Aí e Forró Pegado são as atrações do sábado (17). Já no domingo (18), se apresentam no Barracão do Forró literatura de cordel "Moizes Nobre" e Forró do Cabozé.

Sucesso no Arraial da Cidade, o Espaço Reggae foi aprovado pelos frequentadores e segue sua programação a partir de sexta (16), com a banda Cena Roots. No dia seguinte, sábado (17), as atrações são as bandas Upaon Attak e Capital Roots; e, no domingo (18), o comando fica por conta da banda Crioulo D' Fé.

São João no Bairro

Além da Praça Maria Aragão, a Prefeitura de São Luís leva os festejos juninos para as comunidades de São Luís, contribuindo com a descentralização e democratização da festa que é uma paixão dos ludovicenses.

Neste sábado (18), quem recebe toda a estrutura de som, palco, luz e muita música são os bairros Madre Deus e Cidade Olímpica. Nesta última, a festa será na Avenida Jaílson de Sousa, próximo à Igreja Santíssima Trindade. Por lá, a festa começa às 19h, com o Boi de Santa Fé (baixada), seguido pelo Boi Brilho da Ilha (orquestra) e show de Luan Costa.

Na Madre Deus, o ponto de encontro é o Largo do Caroçudo, a partir das 19h, e quem se apresenta é o Boi da Madre Deus (matraca), cacuriá Libertos da Noite, Cia Encantar, Boi Oriente (baixada), Boi Brilho da Terra (orquestra).

Programação Arraial da Cidade


Sexta-feira (16)

18h - Dança portuguesa Raízes de Portugal

19h - Boi Mocidade Axixaense (orquestra)

20h - Companhia Encantar

21h - Boi Upaon-Açu (orquestra)

22h - Show Luan Santana


Sábado (17)

18h - Dança portuguesa Império de Lisboa

19h - Boi Encanto do Olho d’Água (orquestra)

20h - Cia Batuk

21h - Show grupo Lamparina

22h - Cacuriá Assa Cana

23h - Boi Lendas e Magias (orquestra)

0h - Boi de Ribamar (matraca)

01h - Boi de Morros (orquestra)


 Domingo (18)

18h - Dia Nacional do Tambor de Crioula

20h - Boi de Sonhos (orquestra)

21h - Grupo Baile de Caixa

22h - Show de Joelma



Travessia Junina será no Espigão da Ponta D'Areia


Grande sucesso de público no ano passado, a Travessia Junina volta este ano para matar as saudades de quem curtiu a ação em 2022, e quem estava louco para acompanhar grupos juninos, no arrastão cultural, que acontecerá no Espigão, que fica na Ponta D’Areia, neste domingo, 18, com concentração às 16h.

O Espigão, na Península da Ponta D’Areia,  é um dos principais cartões postais da cidade, e será invadido culturalmente com as travessias dos grupos  Boi de Nina Rodrigues (sotaque de orquestra), Boi de Santa Fé (sotaque da Baixada) e Boi de Maracanã (sotaque de matraca), acompanhados de brincantes.

A Travessia Junina foi uma inovação do São João do Maranhão 2022 e que promete ser mais um sucesso neste ano de 2023, no Maior São João do Mundo.  

“A Travessia Junina começou a ser realizada no ano passado, na Ponte do São Francisco e depois no Espigão e foi um grande sucesso, reunindo milhares de brincantes nas duas vezes. Este ano, não poderíamos deixar de fazer, porque o São João é uma festa que envolve muita gente, muitas pessoas que querem ver os grupos, querem uma programação de qualidade. Então, domingo à tarde é dia de curtir a Travessia, uma ação dentro do São João do Maranhão, o maior São João do mundo”, disse o secretário de Estado da Cultura, Yuri Arruda.  

A Travessia Junina faz parte da programação oficial do Maior São João do Mundo realizado pelo Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Cultura. Ao todo, serão 65 dias de festança junina.

 Arraiais em toda a cidade

Na capital, os tradicionais arraiais do Ipem, Vila Palmeira e Ceprama têm atraído grande público em busca das comidas típicas e do artesanato maranhense. A festa também está sendo realizada nos bairros Liberdade, Anjo da Guarda, Vila Embratel, Cohatrac, Cidade Operária, Maiobão e Maracanã (Parque da Juçara), Praça da Fé,  palco que une a cultura popular maranhense com a beleza do patrimônio arquitetônico.

A programação completa do Maior São João do Mundo pode ser conferida no aplicativo ‘São João do Maranhão’, que está disponível para download para celulares Android e IOS, e também nas redes sociais da Secma: @cultura.maranhao.

 Travessia Junina 18 de junho (domingo)

16h - concentração na Península da Ponta d’Areia, nas proximidades do Champs Mall

17h -  Boi de Nina Rodrigues

18h -  Boi de Santa Fé

19h -  Boi de Maracanã

 Serviço

O quê: Travessia Junina

Quando: 18 de junho

Onde: Espigão (Ponta D’Areia)