quarta-feira, 5 de junho de 2013

Morre Betinho do Fuzileiros da Fuzarca



Hoje recebi a noticia de que seu Betinho, figura lendária do bloco de samba Fuzileiros da Fuzarca havia falecido. Uma pena. Em janeiro, por conta do carnaval eu fiz uma entrevista com ele e embora gripado e com a saúde fragilizada, estava trabalhando disposto e sempre com o sorriso no rosto. Segue abaixo um trecho da entrevista que fiz com ele e que foi publicada no Jornal O Imparcial.

Encontramos seu Betinho, como é conhecido seu Herberth Balbino Almeida, debaixo de um sol forte  e um calor abrasador, mas que logo foi substituído por um sorriso caloroso ao receber a equipe de O Imparcial. Seu Betinho tem 75 anos, mais de 30 anos de Fuzileiro e esbanja uma vitalidade de dar inveja, embora afirme estar doente.
Este ano ele não participará como ritmista do bloco. O pandeirista no entanto, diz que não vai deixar de acompanhar o grupo, sua paixão há várias décadas. “Eu sou louco por esse bloco. O bloco é da gente”, ele diz.
Morador da rua da Felicidade, na Madre Deus, ele não poderia morar em lugar mais adequado. “Eu estou muito feliz. Estou vivo, sou reconhecido como pandeirista e tenho minhas músicas gravadas no CD. O primeiro samba que fiz foi para minha esposa Joana, e dizia assim: “Joana vai buscar o meu apito que o carnaval chegou e o sonho da vida começa. É só felicidade”, entoa Betinho.


Três perguntas//Betinho (Fuzileiros da Fuzarca)
O senhor diz que não vai sair este no bloco, mas como é que você está se sentindo?
Eu não vou sair por conta da minha saúde que ta fragilizada, mas não vou deixar de acompanhar o grupo não. É a minha paixão.

Como é que foi gravar o CD, você achou que seria possível?
Eu estou muito feliz, queria muito gravar minhas músicas, interpretar,  e tenho seis composições no CD que falam de São Luís e fazem homenagem aos 77 anos do bloco. Eu vou pensando as músicas elaborando os versos, pensando no que acontece na vida da gente e finalmente casando com a melodia. Tenho de “São Luís a Paris”, “Morena”, “Parabéns, São Luís”, dentre as seis que gravei.

Como foi que o senhor entrou para o bloco?
Desde os 8 anos eu já era envolvido com música. Nesse período eu já estava na Turma do Quinto e desde então não parei mais. Comecei como ritinteiro e sou orgulhoso pelo nome que fiz como pandeirista. Todo mundo gosta de mim, do meu trabalho. E é desse jeito que eu vivo. Eu nunca pensei que hoje pudesse ter o nome que eu tenho, e tudo é fruto da minha história com a música, da minha história com o Fuzileiro.


Insert
O grupo tem como símbolo uma estrela com as iniciais do bloco, FF. O nome do grupo foi escolhido inspirado em um filme exibido nos anos de 1940 no Cine Riauto (Rua do Passeio) intitulado Os Fuzileiros. A palavra Fuzarca foi acrescentada posteriormente.

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