Hoje recebi a noticia de que seu Betinho, figura lendária do bloco de samba Fuzileiros da Fuzarca havia falecido. Uma pena. Em janeiro, por conta do carnaval eu fiz uma entrevista com ele e embora gripado e com a saúde fragilizada, estava trabalhando disposto e sempre com o sorriso no rosto. Segue abaixo um trecho da entrevista que fiz com ele e que foi publicada no Jornal O Imparcial.
Encontramos seu
Betinho, como é conhecido seu Herberth Balbino Almeida, debaixo de um sol
forte e um calor abrasador, mas que logo
foi substituído por um sorriso caloroso ao receber a equipe de O Imparcial. Seu Betinho tem 75 anos,
mais de 30 anos de Fuzileiro e esbanja uma vitalidade de dar inveja, embora
afirme estar doente.
Este
ano ele não participará como ritmista do bloco. O pandeirista no entanto, diz
que não vai deixar de acompanhar o grupo, sua paixão há várias décadas. “Eu sou
louco por esse bloco. O bloco é da gente”, ele diz.
Morador
da rua da Felicidade, na Madre Deus, ele não poderia morar em lugar mais
adequado. “Eu estou muito feliz. Estou vivo, sou reconhecido como pandeirista e
tenho minhas músicas gravadas no CD. O primeiro samba que fiz foi para minha
esposa Joana, e dizia assim: “Joana vai buscar o meu apito que o carnaval
chegou e o sonho da vida começa. É só felicidade”, entoa Betinho.
Três perguntas//Betinho (Fuzileiros da
Fuzarca)
O senhor diz que não vai sair este no
bloco, mas como é que você está se sentindo?
Eu
não vou sair por conta da minha saúde que ta fragilizada, mas não vou deixar de
acompanhar o grupo não. É a minha paixão.
Como é que foi gravar o CD, você achou que
seria possível?
Eu
estou muito feliz, queria muito gravar minhas músicas, interpretar, e tenho seis composições no CD que falam de
São Luís e fazem homenagem aos 77 anos do bloco. Eu vou pensando as músicas
elaborando os versos, pensando no que acontece na vida da gente e finalmente
casando com a melodia. Tenho de “São Luís a Paris”, “Morena”, “Parabéns, São
Luís”, dentre as seis que gravei.
Como foi que o senhor entrou para o bloco?
Desde
os 8 anos eu já era envolvido com música. Nesse período eu já estava na Turma
do Quinto e desde então não parei mais. Comecei como ritinteiro e sou orgulhoso
pelo nome que fiz como pandeirista. Todo mundo gosta de mim, do meu trabalho. E
é desse jeito que eu vivo. Eu nunca pensei que hoje pudesse ter o nome que eu
tenho, e tudo é fruto da minha história com a música, da minha história com o
Fuzileiro.
Insert
O
grupo tem como símbolo uma estrela com as iniciais do bloco, FF. O nome do grupo foi escolhido
inspirado em um filme exibido nos anos de 1940 no Cine Riauto (Rua do Passeio)
intitulado Os Fuzileiros. A palavra Fuzarca foi acrescentada posteriormente.
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