*Patricia Cunha
Juntos
novamente, por tempo indeterminado, segundo a própria banda, e mais do que
nunca, à milhões de revoluções por minutos, o RPM, vem a São Luís pela primeira
vez com a formação que a consagrou como um dos grupos de maiores sucessos do
rock brasileiro nos anos 80. Paulo Ricardo (baixo e voz), Luiz Schiavon
(teclado), Paulo P.A. (bateria) e Fernando Deluqui (guitarra), se apresentam
logo mais, às 22h, na Lagoa da Jansen, com um show inédito mostrando novas canções
e grandes sucessos, além de versões internacionais de músicas consagradas. A festa é
uma produção da Pororoca Auera Auara e
terá ainda o DJ Glaydson Botelho e Pandha.
Paulo Ricardo
bateu um papo com O Imparcial e revelou, dentre outras coisas, a vontade de
continuar com a banda para sempre. As idas e vindas do grupo serviram para
fortalecer a amizade da banda e mostrar o amadurecimento musical. “Estamos mais maduros, como pessoas e como músicos,
e convivemos como uma família. É uma grande conquista, com tantos anos de
carreira, constatar que somos percebidos como o classic rock brasileiro”, admite Paulo Ricardo.
Nessa turnê o
grupo divulga Elektra (2011), o primeiro álbum de estúdio com a formação
clássica do grupo em 23 anos e marca a chegada de novos elementos ao repertório
do RPM. Com uma superprodução e efeitos tecnológicos, o show começa leve e
manso, com músicas inéditas, para depois empolgar o público. O setlist começa com Muito Tudo, Dois Olhos Verdes, Ela é Demais. Dois Olhos Verdes, aliás, ganhou
um videoclipe, que também é o primeiro do grupo após 23 anos. A banda não
lançava um clipe desde a época de Partners,
canção do disco conhecido como Quatro
Coiotes, de 1988.
Não poderão
faltar, claro, os clássicos da banda como Rádio
Pirata, Olhar 43, Alvorada Voraz, Loiras Geladas, London, London e Vida Real, música tema do programa Big Brother Brasil, da TV Globo,
entre outras. O show tem também com um momento acústico, no qual o grupo se
aproxima bastante da plateia e faz um pout
porri que começa com Wish You Were
Here, do Pink Floyd e finaliza com Easy,
do The Commodores.
O retorno definitivo - O RPM foi um dos grupos de maiores sucessos
do rock brasileiro nos anos 80. Seu segundo disco, Rádio Pirata Ao Vivo, foi um fenômeno de vendas, chegando a mais de
2 milhões de cópias. Após a separação prematura do grupo (formado em 1983), em
1988, o vocalista Paulo Ricardo teve uma carreira de sucesso como cantor
romântico nos anos 90. A
banda se reuniu em 2001 e lançou um disco ao vivo em 2002. No entanto, antes de
produzir outro álbum de inéditas a banda se separou de novo em 2003.
O retorno
começou a se desenhar em 2008, quando foi lançado o box comemorativo de 25 anos
de carreira. A Rede Globo resolveu homenageá-los no programa Por Toda a Minha Vida, e dali para
conversas sérias sobre a volta foi um pulo. Em 2011 fizeram alguns shows e
finalizaram o ano com 70 apresentações pelo país, mirando nos três dígitos de
shows em 2012. Para 2013 o grupo pretende lançar um CD de inéditas e um documentário com imagens de turnês e
entrevistas que o grupo vem fazendo desde o lançamento do Elektra, previsto
para o segundo semestre. Confira a entrevista com Paulo Ricardo!
O Imparcial - O RPM está de volta, depois de várias idas e vindas. Qual
foi a sensação de estar no palco de novo com a formação original da banda?
Paulo Ricardo - A sensação foi a melhor possível. A ideia foi
retomar a maneira tranquila e orgânica de trabalhar que tínhamos no começo.
Essa é a forma com que a banda tem melhor desempenho, e com essa visão
distanciada 28 anos no tempo isso se tornou muito claro para nós. O show está
super amarrado, estamos à vontade no palco.
O Imparcial - A banda surgiu em plena efervescência do rock brasuca e
depois de um tempo cogitou-se dizer que o rock brasileiro tinha acabado, porém
as mesmas bandas que faziam sucesso nos anos 80 continuam aí produzindo e fazendo
sucesso (como Titãs, Paralamas, Capital). Você concorda?
Paulo Ricardo - Concordo,
claro. É uma grande conquista, com tantos anos de carreira, constatar que somos
percebidos como o "classic rock" brasileiro, e que conseguimos criar
uma tradição de grandes espetáculos, grandes produções. Mais do que um gênero
musical, o rock é uma atitude, um estilo de vida. Em todo o mundo se fala sua
linguagem universal. Mas a música brasileira é muito rica, e o rock é apenas
uma de suas facetas, mas com uma enorme capacidade de adaptação. Rock'n'roll
can never die!
O Imparcial - Você acha também que isso deve à falta de surgimento, ou
de permanência de novas bandas?
Paulo Ricardo - Não. Acho
que se deve ao fato de fazermos músicas de qualidade. Espaço há para todo mundo
que faça rock de qualidade.
O Imparcial - Como foi que você entrou no mundo do rock, e como está o
Paulo Ricardo hoje, perto dos cinquenta anos?
Paulo Ricardo - Canto desde
sempre, e por isso, aos 5 anos uma professora me levou a um programa da Globo
apresentado por Augusto César Vanucci. Essa foi minha estreia na televisão.
Nessa época, o Roberto de "Eu sou Terrível" era definitivamente a
minha maior influência. O Paulo Ricardo de hoje é o mesmo de sempre, mas
casado, formando uma família. Tenho um enorme prazer de tocar numa grande banda
de rock e se Deus quiser, espero fazer isso muito tempo ainda.
O Imparcial - “Olhar 43”,
por exemplo, é uma das músicas que ultrapassou gerações e “Elektra” vem com
inéditas. Musicalmente o RPM compõe da mesma forma?
Paulo Ricardo - Sim. Na
verdade, RPM é RPM. De certa forma, deixamos de lado essas “individualidades” e
nos amalgamamos em algo maior que a soma dos quatro quando trabalhamos em conjunto. Há uma
influência mútua muito forte e o resultado é o que se pode chamar de mágica, ou
química, como preferir.
Temos marcas próprias, estilo
próprio, uma maneira de compor e tocar que são particulares e valorizamos muito
isso. É claro que ninguém aqui é surdo e temos ouvido de tudo na cena do
pop-rock desses anos todos, mas filtramos isso com a nossa maneira de fazer
música.
O Imparcial - O RPM pretende fazer o mesmo sucesso estrondoso que fez
quando surgiu?
Paulo Ricardo - Ainda fazemos. E a busca é sempre pelo melhor.
O Imparcial - Como está o RPM hoje?
Paulo Ricardo - O conceito é de um RPM update, de identificar e desenvolver nosso estilo, nossa marca, uma
banda de tecnopop, um rock dançante, eletrônico, com letras instigantes. Uma
banda que se orgulha de sua história, mas que olha pra frente.
O Imparcial - E como está o relacionamento da banda hoje?
Paulo Ricardo - Nunca nos demos tão bem. Cada um tem sua
individualidade, mas estamos mais maduros, como pessoas e como músicos, e
convivemos como uma família.
O Imparcial - Quando você não está trabalhando o que costuma ouvir?
Paulo Ricardo - Rock n`roll, sempre!
O Imparcial - Quem do cenário atual vc aponta como uma boa banda?
Paulo Ricardo - Gosto muito do The Killers.
O Imparcial - Há algum projeto novo que estejam já trabalhando?
Paulo Ricardo - Sim. Este ano, o a gente se prepara para lançar um
disco que conta com músicas inéditas, a própria “Vidro e Cola (Linda)”, a nova
versão de “Vida Real”, tema principal do programa BBB e “Vício (Miss You)”,
versão em português da música do Rolling Stone, autorizada por Mick Jagger. O
novo CD será lançado junto com um documentário com imagens de turnês e
entrevistas que o grupo vem fazendo desde o lançamento do Elektra.
O Imparcial - E sobre o show em São Luís?
Paulo Ricardo - Podem esperar um show com muita garra e tesão. Esse
é o RPM que se apresenta pelo Brasil. Faremos um show inesquecível, com muitos
clássicos e músicas inéditas. Esperamos que o público goste.
Anota aí!
O quê? Show da banda RPM
Quando? Hoje (6), às 22h
Onde? Lagoa da Jansen
*Matéria publicada na edição de 05.04, no Jornal O Imparcial
Fotos: Divulgação
Fotos: Divulgação
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