Confiram a reportagem que fiz para o jornal O Imparcial de hoje.
Dois poetas em carreira solo. Os dois vindos de bandas importantes do
rock brasileiro. Dois artistas que arrastam multidões. Dois shows. Um só dia. É
o projeto Geração Brazuca, da Pororoca
Produções, que reúne em uma mesma noite os cantores e compositores Nando Reis
(ex-Titãs) e Humberto Gessinger (Engenheiros do Hawai). Além deles o show hoje,
a partir das 21h, na Lagoa da Jansen, tem ainda os DJs Glaydson Botelho e
Rogério Mix, e a banda Raiz Tribal.
Segundo a produção, o projeto foi uma ideia que surgiu no intuito de
trazer as maiores feras da música brasileira pra São Luís. Nando Reis esteve em
São Luís no ano passado, e retorna com a turnê Sei exatamente quando completa um ano de sua vinda. Humberto está à toda com a turnê do
álbum InSULar, lançado em 2013.
Nesse meio
tempo Nando Reis não parou. Além dos muitos shows em todo o Brasil, ele gravou
o DVD Sei Como Foi em BH, em Belo
Horizonte, que traz um apanhado de sua carreira solo e um ou outro momento
dedicado aos Titãs. No show, claro, além das músicas do álbum Sei, o repertório traz ainda All Star, Onde Você Mora, Sou Dela, O
Segundo Sol, Marvin e Do Seu Lado. Também não para de compor para si e para
outros parceiros novos e antigos, como Skank, Ana Cañas, Luciana Araújo e Carolina Lima.
E vem novidade
por aí. Nando já prepara um novo álbum de inéditas. Os nomes de algumas músicas
já foram postadas por ele nas redes sociais, a exemplo de 4 de Março, Só Posso Dizer, Azul de Presunto, Lobo Preso em Renda,
Concórdia, Como Somos, A Visão do Terraço, Patagônia Agônica. É curtir o
show e aguardar. A formação de Nando Reis e os Infernais tem Nando Reis (violão
e voz), Felipe Cambraia (baixo e vocal), Diogo Gameiro (bateria e vocal), Alex
Veley (teclados e vocal), Walter Villaça (guitarra e vocal) e conta com Gil
Miranda e Hannah Lima no backing vocal.
Humberto em nova fase
É de Belo
Horizonte também que vem o novo trabalho de Humberto Gessinger, definivamente
em carreira solo. Na estrada com o novo show, havia 10 anos que o gaúcho não
gravava um disco só de inéditas. Em entrevista a O Imparcial ele falou da turnê, do momento da carreira solo e da
pergunta que não quer calar: a volta dos Enegenheiros. A última vez que
Humberto esteve em São Luís foi com o show Pouca
Vogal, há dois anos, ao lado de Duca Leindecker.
Agora ele vem
tocando baixo, teclados e acordeon, ao lado de Rafa Bisogno na bateria e
Esteban Tavares na guitarra, tocando músicas de todas as fases da sua carreira.
Mostrando o que tem vontade de fazer na música e no palco. “Cada noite, uma
alegria renovada. Recentemente, gravamos o show em BH para o DVD inSULar ao vivo. De todos os meus DVDs,
é o registro mais abrangente da minha música. Estou feliz e cheio de planos. Essa
nova fase abriu várias possibilidades de expressão da minha música”, conta ele.
Entrevista//Humberto
Gessinger
Você
tem um público fiel desde o Engenheiros e também um renovado. Fica satisfeito com essa diversidade?
Quanto mais
diverso, geográfica e geracionalmente, o público, mais legal. Já há tanta coisa
feita pra dividir as pessoas no mundo... música é para unir.
Como
foi a montagem do repertório para esse show?
Ao lado de
músicas do disco novo, fiz questão de colocar canções de todas as fases da
minha carreira. Eu sei que é difícil, mas minha vontade é de fazer com que os
fãs mais radicais e os mais superficiais saiam satisfeitos do show. Tenho
equilibrar os clássicos com coisas novas e lados B. Pelos comentários que ouço,
acho que estou conseguindo.
Você
sempre fez o que quis, ou se sente mais à vontade agora em show solo?
Não vejo
diferença entre solo ou banda. Só coloquei meu nome à frente do inSULar por ser
um disco com muitas participações, sem uma banda fixa me acompanhando. As
composições, em si, poderiam estar num disco dos EngHaw ou Pouca Vogal.
Discos,
livros, blogue...mente criativa. O que te motiva a escrever?
Gosto do lado
misterioso e mágico da criação, mas também gosto do trabalho envolvido na
execução de uma ideia. Essa mistura de arte e ofício me agrada. Em última
instância , toda obra de arte é uma tentativa de diálogo, de construir ponte
entre ilhas.
Como é
envelhecer no universo da música pop?
Me dou muito
bem com a passagem do tempo. Gosto de ver os cabelos grisalhos aparecendo.
Nunca acreditei que música pop era algo pra durar só 15 minutos. Não dedicaria
minha vida a isso se não acreditasse na transcendência da música. Mas, sem
dúvida, às vezes a infantilidade do universo pop (não da música, mas de coisas
que a cercam) deixa a gente desanimado. Mas o desânimo acaba nos primeiros
acordes da próxima canção.
Ainda
há alguma possibilidade do Engenheiros voltar?
Sim. Mas não
nos próximos anos. Vou ficar um bom tempo na estrada com o inSULar e em 2016, quando o LONGE
DEMAIS DAS CAPITAIS completar 30 anos quero refazer o disco com a galera
que faz parte do universo inSULar.
Depois, não sei o que farei... mas farei música!
A
última vez que esteve aqui foi com o Pouca Vogal. O que o público vai ver desta
vez?
Um power trio
(com Rafa Bisogno na bateria, Esteban Tavares na guitarra e eu no baixo,
teclados e acordeon) Tocando músicas de todas as fases da minha carreira além
de canções do inSULar. Uma geral no
passado e uma dica do futuro. O mesmo show que virou DVD. No palco, três caras
felizes porque a vida permitiu que fizessem o que mais gostam de fazer: música.
Anota aí!
O quê? Show
Geração Brazuca
Quando? Hoje,
às 21h
Onde? Lagoa da
Jansen
Quanto?
R$75,00 pista; R$130,00 Camarote
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