sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Nando Reis e Humberto Gessinger em São Luís



Confiram a reportagem que fiz para o jornal O Imparcial de hoje. 


 Dois poetas em carreira solo. Os dois vindos de bandas importantes do rock brasileiro. Dois artistas que arrastam multidões. Dois shows. Um só dia. É o projeto Geração Brazuca, da Pororoca Produções, que reúne em uma mesma noite os cantores e compositores Nando Reis (ex-Titãs) e Humberto Gessinger (Engenheiros do Hawai). Além deles o show hoje, a partir das 21h, na Lagoa da Jansen, tem ainda os DJs Glaydson Botelho e Rogério Mix, e a banda Raiz Tribal. 
Segundo a produção, o projeto foi uma ideia que surgiu no intuito de trazer as maiores feras da música brasileira pra São Luís. Nando Reis esteve em São Luís no ano passado, e retorna com a turnê Sei exatamente quando completa um ano de sua vinda. Humberto está à toda com a turnê do álbum InSULar, lançado em 2013.
Nesse meio tempo Nando Reis não parou. Além dos muitos shows em todo o Brasil, ele gravou o DVD  Sei Como Foi em BH, em Belo Horizonte, que traz um apanhado de sua carreira solo e um ou outro momento dedicado aos Titãs. No show, claro, além das músicas do álbum Sei, o repertório traz ainda All Star, Onde Você Mora, Sou Dela, O Segundo Sol, Marvin e Do Seu Lado. Também não para de compor para si e para outros parceiros novos e antigos, como Skank, Ana Cañas,  Luciana Araújo e Carolina Lima.
E vem novidade por aí. Nando já prepara um novo álbum de inéditas. Os nomes de algumas músicas já foram postadas por ele nas redes sociais, a exemplo de 4 de Março, Só Posso Dizer, Azul de Presunto, Lobo Preso em Renda, Concórdia, Como Somos, A Visão do Terraço, Patagônia Agônica. É curtir o show e aguardar. A formação de Nando Reis e os Infernais tem Nando Reis (violão e voz), Felipe Cambraia (baixo e vocal), Diogo Gameiro (bateria e vocal), Alex Veley (teclados e vocal), Walter Villaça (guitarra e vocal) e conta com Gil Miranda e Hannah Lima no backing vocal.

Humberto em nova fase
É de Belo Horizonte também que vem o novo trabalho de Humberto Gessinger, definivamente em carreira solo. Na estrada com o novo show, havia 10 anos que o gaúcho não gravava um disco só de inéditas. Em entrevista a O Imparcial ele falou da turnê, do momento da carreira solo e da pergunta que não quer calar: a volta dos Enegenheiros. A última vez que Humberto esteve em São Luís foi com o show Pouca Vogal, há dois anos, ao lado de Duca Leindecker.
Agora ele vem tocando baixo, teclados e acordeon, ao lado de Rafa Bisogno na bateria e Esteban Tavares na guitarra, tocando músicas de todas as fases da sua carreira. Mostrando o que tem vontade de fazer na música e no palco. “Cada noite, uma alegria renovada. Recentemente, gravamos o show em BH para o DVD inSULar ao vivo. De todos os meus DVDs, é o registro mais abrangente da minha música. Estou feliz e cheio de planos. Essa nova fase abriu várias possibilidades de expressão da minha música”, conta ele.

Entrevista//Humberto Gessinger

Você tem um público fiel desde o Engenheiros e também um renovado.  Fica satisfeito com essa diversidade?
Quanto mais diverso, geográfica e geracionalmente, o público, mais legal. Já há tanta coisa feita pra dividir as pessoas no mundo... música é para unir.

Como foi a montagem do repertório para esse show?
Ao lado de músicas do disco novo, fiz questão de colocar canções de todas as fases da minha carreira. Eu sei que é difícil, mas minha vontade é de fazer com que os fãs mais radicais e os mais superficiais saiam satisfeitos do show. Tenho equilibrar os clássicos com coisas novas e lados B. Pelos comentários que ouço, acho que estou conseguindo.

Você sempre fez o que quis, ou se sente mais à vontade agora em show solo?
Não vejo diferença entre solo ou banda. Só coloquei meu nome à frente do inSULar por ser um disco com muitas participações, sem uma banda fixa me acompanhando. As composições, em si, poderiam estar num disco dos EngHaw ou Pouca Vogal.

Discos, livros, blogue...mente criativa. O que te motiva a escrever?
Gosto do lado misterioso e mágico da criação, mas também gosto do trabalho envolvido na execução de uma ideia. Essa mistura de arte e ofício me agrada. Em última instância , toda obra de arte é uma tentativa de diálogo, de construir ponte entre ilhas.

Como é envelhecer no universo da música pop?
Me dou muito bem com a passagem do tempo. Gosto de ver os cabelos grisalhos aparecendo. Nunca acreditei que música pop era algo pra durar só 15 minutos. Não dedicaria minha vida a isso se não acreditasse na transcendência da música. Mas, sem dúvida, às vezes a infantilidade do universo pop (não da música, mas de coisas que a cercam) deixa a gente desanimado. Mas o desânimo acaba nos primeiros acordes da próxima canção.

Ainda há alguma possibilidade do Engenheiros voltar?
Sim. Mas não nos próximos anos. Vou ficar um bom tempo na estrada com o inSULar e em 2016, quando o LONGE DEMAIS DAS CAPITAIS completar 30 anos quero refazer o disco com a galera que faz parte do universo inSULar. Depois, não sei o que farei... mas farei música!

A última vez que esteve aqui foi com o Pouca Vogal. O que o público vai ver desta vez?
Um power trio (com Rafa Bisogno na bateria, Esteban Tavares na guitarra e eu no baixo, teclados e acordeon) Tocando músicas de todas as fases da minha carreira além de canções do inSULar. Uma geral no passado e uma dica do futuro. O mesmo show que virou DVD. No palco, três caras felizes porque a vida permitiu que fizessem o que mais gostam de fazer: música.

Anota aí!
O quê? Show Geração Brazuca
Quando? Hoje, às 21h
Onde? Lagoa da Jansen
Quanto? R$75,00 pista; R$130,00 Camarote

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