domingo, 19 de outubro de 2014

A fusão sonora de Otto



O cantor e compositor Otto esteve aqui em São Luís participando do Festival Limonada terceira edição, neste domingo. Nessa etapa, o pernambucano, ex-percussionista do Nação Zumbi, grupo fundador do mangue-beat, foi a principal atração do Festival que agora experimenta uma nova fase trazendo artistas de outros estados, aliando a boa música nacional à maranhense, mostrando a força da nova cena musical da cidade. Completaram o line up dessa edição do Limonada,  os pockets shows de Hermes Castro, Pedeginja, Beto Ehongue & Canelas Preta e Loopcínico, e ainda a  discotecagem de Pedro Sobrinho.
A festa da música brasileira começou com a banda Maratuque Upaon-Açu e seus mais de 20 percussionistas fazendo a recepção dos convidados. Em seguida o DJ Pedro Sobrinho mostrará sua criteriosa seleção musical antenado com as novidades do mundo da música, dará o start para o show de Otto, que subirá ao palco às 19h.
No Limonada III, Otto veio fazer o lançamento de seu mais recente trabalho, The Moon 1111 sexto disco de inéditas do cantor. O disco mantém amplo o leque de referências do autor, indo de Felakuti a Pink Floyd, passando pelo cinema da Nouvelle Vague. O álbum traz participações de Fernando Catatau, Kassin, Fábio Trummer (vocalista da banda Eddie), e da atriz Tainá Muller. Além disso, ganhou produção do mestre Pupillo (baterista do Nação Zumbi).
Com 16 anos de carreira Otto desenvolve um trabalho pautado pela infusão de regionalismos, como o maracatu e o forró na música eletrônica com Rap e vice-versa, o que vem conquistando o público e a crítica desde Samba pra Burro (1998), passando por Condom Black (2001), Sem Gravidade (2003) e Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos (2009).
“Minha trajetória é muito semelhante à trajetória de vários artistas populares. Sou um nordestino que tinha sonhos e pôde ser realizado com muito trabalho perseverança e certezas. Toquei nas duas bandas mais importantes daquela época Mundo Livre e Chico Science, e fui pra carreira solo pra conquistar meu próprio espaço. Hoje digamos que tenho um público lindo em toda parte e tenho um carisma grande   E tenho experiência pra comandar meu destino de cantor”, conta Otto em entrevista a O Imparcial completando que compõe com  olhos e coração. “Tento sempre explicar um pouco mais a vida que vivemos. No mais é observar e se inspirar.”

 
Seis perguntas//Otto
O The Moon 1111 representa de certa forma uma simbologia?
Tudo que me proponho a fazer nos meus discos são conceitos dos meus pensamentos. The moon 1111 é uma simbologia dos dias atuais. Das novas formas de pensamentos, dos portais. Sendo o mais relevante é a internet e a sua interação do mundo. A lua é uma forma de satélite. 1111 são os binários, as cabalas, são as novas tecnologias. E o coração do homem! 

O que você está preparando para depois dele? Já há um novo trabalho?
Ele já tem aí uns dois anos de correria, mas o Brasil é tão grande que há lugares que eu ainda não fui. Pelas despesas  de passagens às vezes dificulta a vinda. E por isso tem este caráter de lançamento e eu adoro.  No próximo ano vou lançar o OTTOMATOPEIA  meu próximo trabalho  que ainda estou compondo!

Pode ser difícil de eleger um melhor trabalho, mas qual dos seus discos você tem mais amor?
Tenho amor por todos, sem dúvida. Não sei bem definir o que gosto mais. É melhor que os ouvintes elejam. Mas o primeiro tem um lugar de divisor de água na música brasileira: Um antes e depois do Samba pra Burro, pela eletrônica que não existia neste país com poesias.

E como você define a atual fase da carreira?
Amável, produtiva, madura e delirante (risos).

Em 2015  Brasil terá um novo mandato presidenciável. Qual a sua avaliação do Brasil?
Acho que a presidenta Dilma tem que continuar. É impossível ir de encontro aos números que provam que desde Lula o Brasil melhorou e muito. É difícil imaginar uma volta ao descrédito, aos atrasos. Saímos  da linha de pobreza. O Nordeste hoje é outro e estamos melhorando cada vez mais, então é isso. Aécio Never, jamais (risos).

Dá pra adiantar como será o show aqui em São Luís?
Cara eu amo cantar e amo viajar. A emoção que tenho é de poder estar fazendo este show aí em São Luís depois de dois anos rodando o mundo. Acho que a emoção é minha junto com a galera que está a fim de ver este show há tempos. Então o que posso adiantar é minha ansiedade e alegria de pisar aí, nessa cidade e nesse estado tão lindo do meu Nordeste. Junte isso com a paz e teremos um show intenso e cheio de emoção. Beijos meu Maranhão do coração.

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