Cinco vozes, cinco artistas, cinco talentos e uma única
vontade: levar a produção maranhense para o mundo. Mas antes é hora de
homenagear os 400 anos de São Luís no dia 1º de setembro, na Lagoa, com um show
que vai entrar para a história. Chiquinho França, Carlinhos Veloz, Mano Borges,
Betto Pereira e Erasmo Dibell dividem o mesmo palco e cantam músicas que
marcaram suas carreiras e o mercado musical de São Luís. É o Projeto A5 que depois de se apresentar
em São Luís vai para o Rio de Janeiro onde devem ser confirmadas três
apresentações já a partir do mês de setembro.
O lançamento do CD e do projeto em São Luís será no show do
dia 1º de setembro e faz parte da programação do Governo do Estado, que depois
terá apresentação do cantor e compositor baiano Gilberto Gil. O repertório do
show é formado pelas 20 músicas do CD, compostas pelos cinco artistas e ainda
de músicas de autores como Gerude, César Nascimento e outros artistas que
prestaram homenagens a São Luís. No show, Chiquinho França, como é de praxe,
fará sua apresentação instrumental.
Já o CD é uma coletânea e traz gravações originais de
canções como Imperador Tocantins
(Carlinhos Veloz), Sarará (Erasmo
Dibell), Terecô (Beto Pereira), Dindinha (Chiquinho França) e Você é Tudo (Mano Borges).
A reportagem de O
Imparcial recebeu Chiquinho França e Betto Pereira para um bate-papo sobre
o trabalho, o projeto, as novas produções e a música maranhense.
Que ideia foi essa
de reunir cinco grandes artistas em show só?
Betto Pereira – A ideia foi do Chiquinho, que foi ao Rio de
Janeiro e viu que a nossa música tem
espaço, mas que não está sendo ocupado.
Chiquinho França – Nosso trabalho aí pra fora é muito
comentado e eu vi no Rio de Janeiro um espaço que a gente precisa ocupar.
Pensamos em fazer essa coletividade para que portas sejam abertas e já estão
começando a se abrir. Nós conseguimos entrar na programação do aniversário da
cidade, coisa que talvez um ou outro conseguisse, de forma individual. Ou seja,
corria-se o risco de ficar de fora dessa festa e deixar de prestar essa
homenagem a São Luís.
E vocês vão cantar
na mesma noite que Gilberto Gil...
Betto Pereira – Sim, o Gil é uma das minhas referências, ao
lado de Paulinho da Viola e nós conseguimos uma relação interessante. Ele
participou do meu show no Circo Voador, há 15 anos, a convite da Alcione e
gostou muito do meu trabalho. As duas vezes que ele esteve fazendo show em São
Luís ele procurou por mim.
Vocês comentavam que
muita gente não entendia o A5?
Chiquinho França - Sim. E o A5 é um projeto com cinco
artistas cantando e executando música maranhense. Embora cada um vá cantar sua
música, mas o show tem muita dinâmica, muita interatividade. O palco nunca vai
ficar sem ninguém. Além disso, cantamos músicas de outros artistas. O show na
Lagoa será o lançamento do CD.
Como é que vai ser
ocupar o espaço da música maranhense no Rio de Janeiro?
Chiquinho França - Nós temos já confirmados três shows no
Rio de Janeiro, estamos dependendo apenas de um apoio do governo estadual para
seguir com o espetáculo no Rio. Está previsto fazermos o lançamento do CD coletânea, coletar imagens
para o DVD e gravar o CD. Já temos contatos com produtores, gravadoras,
formadores de opinião.
Betto Pereira – Queremos mostrar a homenagem que a gente tá
fazendo aos 400 anos lá no Rio de Janeiro, dividindo com o público. Chegar no
Rio de Janeiro com a nossa música.
Vocês são artistas
que estão na música há muito tempo. Como é que vocês veem essa produção local
atual?
Betto Pereira – Eu não gosto de rótulos, de dizer que faço
música popular maranhense, ou da terra, minha música é universal. É muito
difícil hoje em dia o artista estar em evidência. Na época em que nós começamos
tivemos a sorte da produção maranhense estar num crescente, mas tem muita gente
boa aí, talentosa, que falta acreditar no seu potencial, deixar de modismos, cópias
e covers e apostar na sua produção.
Eu tenho 30 anos de música e ainda estou trabalhando porque acredito na minha
música.
Chiquinho França – A nossa música é um produto. O estado e
o município é que não veem isso. Temos artistas talentosos, música boa, o
turismo está aqui e as vezes a coisa não acontece. É de suma importância que
essa rapaziada toda dê continuidade ao trabalho da gente, porque na festa de
500 anos não estaremos aqui (risos). Então, assim como essas músicas estão
sendo tocadas agora, é importante que daqui a 100 anos tenham outras homenagens
assim também. Eu tenho pena deles que botam o pé na estrada sem apoio nenhum. E
o trabalho do A5 prevê isso também, abrir portas para eles em outros estados,
começando pelo Rio de Janeiro.
Vocês
hão de convir que às vezes o artista precisa começar de alguma forma...
Chiquinho França – Sim, mas eles precisam ser sustentados
pelo público deles, criarem formas de promoção, sem ter que ficar passando com
o pires na mão. E o poder público por outro lado, precisar dar o anzol e não o
peixe. Eu mesmo todos os anos faço um tributo a Pink Floyd porque eu preciso
fazer nome. E no meu caso que é música instrumental as coisas se tornam ainda
mais difíceis.
Betto Pereira - Eu
acho que essa turma tá vivendo muito do que é feito lá fora, com bandas de
forró, de rock, pop e esquecendo um pouco a nossa regionalidade. Tem que ter um
pouco mais de autoestima.
Faixas do CD
Ilha Bela
Filhos da Precisão
Fissura
Bangladesh
Toque de Amor
Viagem de Novembro
Vidente
Czardas
Você é Tudo
Terecô
Imperador Tocantins
Sarará
Apego a Upaon Açu
Amagni
Mana
Beija-Flor
Beija na Boca
Dindinha
Ça Va
Ana e a Lua
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