Desde quinta-feira Dado Villa-Lobos está em São Luís. O lindo já fez um rolé pela cidade, deu várias entrevistas e se revelou super acessível e simpático com todos. Eu fiz uma matéria com ele para o Jornal O Imparcial que eu compartilho com vcs.
O ex-guitarrista da histórica Legião Urbana comandará a festa Geração Coca-cola que terá ainda os DJs
Sérgio Murilo, Ricardo Pacífico e Glaydson Botelho nas pick ups, e Pandha S/A, na abertura, hoje, a partir das 22h, no Espaço Renascença.
Dado Villa
Lobos apresentará músicas de sua produção autoral, compilada nos dois discos solos de estúdio: Jardins de Cactus (2005) e O
Passo do Colapso (2012), que tem as participações primorosas de Marcelo
Bonfá (seu companheiro da Legião Urbana), os cantores Mallu Magalhães, Fausto
Fawcet e os músicos Bi Ribeiro, João Barone, dentre outros.
Na nossa entrevista Dado falou sobre
diversos assuntos, entre eles, a cena roqueira atual; a sua visão sobre o filme recém lançado Somos Tão Jovens que fala da transformação de Renato Manfredini Jr. em Renato Russo e a
história da Legião Urbana, que surgiu durante o movimento punk rock em Brasília;
a carreira solo e ainda sobre o show que fará aqui em São Luís.
Perguntado se
iria cantar músicas da Legião, Dado foi categórico: “Claro! Ao vivo a ideia é entreter e ganhar o público e pra isso a Legião
é imbatível, o repertório é meio a meio com algumas surpresas, músicas que não
tocava há algum tempo…teremos Índios, Baader Meinhof Blues, Giz ,
Depois do Começo entre várias
outras..”, diz o guitarrista. Dado faz ainda duras críticas sobre a cena
roqueira atual e de alguns artistas, que como fala uma de suas músicas, se
acham a “bola da vez”.
Dado
Villa-Lobos é músico, produtor, ex-integrante do grupo musical Legião Urbana (extinto
em1 996 após o falecimento de Renato Russo) e compôs em parceria com Marcelo
Bonfá e Renato Russo algumas das canções mais representativas da história da
música brasileira e teve participação direta de Dado na composição e arranjo,
como Ainda é cedo, Será, Angra dos Reis, Pai e Filhos, Há
tempos, Monte Castelo.
Entrevista Dado Villa-Lobos
O Imparcial - O Passo do Colapso é um
trabalho de inéditas, e como você o define?
Dado
Villa-Lobos- Sim, inéditas é o que
faz sentido pra mim, o que realmente me motiva, me faz seguir em frente. Doze
canções de intensa revelação às vezes angustiada, outras vezes sóbria e
lúcida desse passo desenfreado rumo ao colapso e transformações das
relações humanísticas e sócio culturais. Na verdade sempre mais do mesmo num
formato Rock!
OI - Você fez parte de uma banda que até
hoje ganha fãs. Como vê a cena roqueira atual?
DVL - Eu vejo uma cena desmembrada, desagregada e engolida pelo modelo
ultrabregapop musical avassalador, e que já está enchendo o saco há tempos.
OI - E quais bandas, ou artistas te agradam
atualmente?
DVL - Cidadão Instigado, Céu, Otto, Cat Power,
Radiohead, Beck
OI - Na música O Passo do Colapso você fala
em “a bola da vez”. Foi uma crítica a quê ou a quem?
DVL - Estou falando das pessoas, artistas que
seguem o modelo, a cartilha, a necessidade de exposição nas TVs, rádios e
imprensa, é só dançar e aí todo mundo vai dançar…uma brincadeira com essa
ideia, a música é a mais "pra cima" do disco.
OI - E ainda falando em “a bola da vez”, o
que acha do imediatismo no cenário musical?
DVL - Acho natural, sempre foi assim, tudo
passa, tudo sempre passará. Às vezes demora mais pra passar…O que acho é que o
modelo hoje é predominantemente esse.
OI - Nesse disco você tem parcerias bem
ecléticas com Fausto Fawcet, Mallu Magalhães, Bi Ribeiro, João Barone e Bonfá
em algumas faixas. Como aconteceu?
DVL - Aconteceram naturalmente, todos grandes
parceiros de décadas, cúmplices dessa História toda. A Mallu foi sensacional,
saiu de um encontro ao acaso num bar do Leblon.
OI - O disco foi disponibilizado no
YouTube antes mesmo de ser lançado. Está mais fácil hoje fazer parte do mercado
da indústria fonográfica?
DVL - Na verdade o disco saiu primeiro no Itunes
e na sequencia pôde ser "Ouvisto" no meu canal Youtube. O CD físico
saiu há pouco e está nas lojas. O esquema continua na verdade o mesmo:
"vamos fazer com que as pessoas saibam da existência desse novo
trabalho". A internet ampliou e focou esse raio de ação. Hoje essa relação
com o público se estreitou muito e esse é o novo formato do mercado, e é isso:
vamos correr atrás, nos adaptar e controlar essas novas ferramentas.
OI - Qual a sua visão sobre o filme Somos
Tão Jovens?
DVL - A história está lá, talvez um tanto
controlada por forças externas, talvez um tanto ingênua, porém o recado foi
passado, o Thiago Mendonça está excepcional como Renato e eu diria que o filme
seria proibido para maiores de 18 anos.
OI - Você acompanhou o processo?
DVL - Sim, o roteiro original era sensacional,
mas parece que sofreu mutações que possam ter comprometido o resultado final. Mas
assim é o cinema. Ficção e inverossimilidade. Um trabalho árduo de toda uma
equipe de centenas de pessoas, temos que tirar o chapéu e agradecer.
OI - E como foi ver o seu filho
interpretando você?
DVL – Sensacional. Muito bom, fiquei muito
orgulhoso por ele.
Serviço
O quê? Festa Geração Coca-cola, com Dado
Villa-Lobos
Quando? Hoje, às 22h
Onde? Espaço Renascença (Renascença II)
Quanto? R$50,00 (pista); R$80,00 (área vip)
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