sábado, 25 de maio de 2013

Entrevista com Dado Villa-Lobos



Desde quinta-feira Dado Villa-Lobos está em São Luís. O lindo já fez um rolé pela cidade, deu várias entrevistas e se revelou super acessível e simpático com todos. Eu fiz uma matéria com ele para o Jornal  O Imparcial que eu compartilho com vcs.  





O ex-guitarrista da histórica Legião Urbana comandará a festa Geração Coca-cola que terá ainda os DJs Sérgio Murilo, Ricardo Pacífico e Glaydson Botelho nas pick ups, e Pandha S/A, na abertura, hoje,  a partir das 22h, no Espaço Renascença.
Dado Villa Lobos apresentará músicas de sua produção autoral, compilada nos dois  discos solos  de estúdio: Jardins de Cactus (2005) e O Passo do Colapso (2012), que tem as participações primorosas de Marcelo Bonfá (seu companheiro da Legião Urbana), os cantores Mallu Magalhães, Fausto Fawcet e os músicos Bi Ribeiro, João Barone, dentre outros.
Na nossa entrevista Dado falou sobre diversos assuntos, entre eles, a cena roqueira atual;  a sua visão sobre o filme recém lançado Somos Tão Jovens que fala da transformação de Renato Manfredini Jr. em Renato Russo e a história da Legião Urbana, que surgiu durante o movimento punk rock em Brasília; a carreira solo e ainda sobre o show que fará aqui em São Luís.
Perguntado se iria cantar músicas da Legião, Dado foi categórico: “Claro! Ao vivo a ideia é entreter e ganhar o público e pra isso a Legião é imbatível, o repertório é meio a meio com algumas surpresas, músicas que não tocava há algum tempo…teremos  Índios, Baader Meinhof Blues, Giz , Depois do Começo entre várias outras..”, diz o guitarrista. Dado faz ainda duras críticas sobre a cena roqueira atual e de alguns artistas, que como fala uma de suas músicas, se acham a “bola da vez”.
Dado Villa-Lobos é músico, produtor, ex-integrante do grupo musical Legião Urbana (extinto em1 996 após o falecimento de Renato Russo) e compôs em parceria com Marcelo Bonfá e Renato Russo algumas das canções mais representativas da história da música brasileira e teve participação direta de Dado na composição e arranjo, como Ainda é cedo, Será, Angra dos Reis, Pai e Filhos, Há tempos, Monte Castelo.


Entrevista Dado Villa-Lobos

O Imparcial - O Passo do Colapso é um trabalho de inéditas, e como você o define?
Dado Villa-Lobos- Sim, inéditas é o que faz sentido pra mim, o que realmente me motiva, me faz seguir em frente. Doze canções de intensa revelação às vezes angustiada,  outras vezes sóbria e lúcida desse passo desenfreado rumo ao colapso e transformações das relações humanísticas e sócio culturais. Na verdade sempre mais do mesmo num formato Rock!

OI - Você fez parte de uma banda que até hoje ganha fãs. Como vê a cena roqueira atual?
DVL - Eu vejo uma cena desmembrada, desagregada e engolida pelo modelo ultrabregapop musical avassalador, e que já está enchendo o saco há tempos.

OI - E quais bandas, ou artistas te agradam atualmente?
DVL - Cidadão Instigado, Céu, Otto, Cat Power, Radiohead, Beck

OI - Na música O Passo do Colapso você fala em “a bola da vez”. Foi uma crítica a quê ou a quem?
DVL - Estou falando das pessoas, artistas que seguem o modelo, a cartilha, a necessidade de exposição nas TVs, rádios e imprensa, é só dançar e aí todo mundo vai dançar…uma brincadeira com essa ideia, a música é a mais "pra cima"  do disco.

OI - E ainda falando em “a bola da vez”, o que acha do imediatismo no cenário musical?
DVL - Acho natural, sempre foi assim, tudo passa, tudo sempre passará. Às vezes demora mais pra passar…O que acho é que o modelo hoje é predominantemente esse.

OI - Nesse disco você tem parcerias bem ecléticas com Fausto Fawcet, Mallu Magalhães, Bi Ribeiro, João Barone e Bonfá em algumas faixas. Como aconteceu?
DVL - Aconteceram naturalmente, todos grandes parceiros de décadas, cúmplices dessa História toda. A Mallu foi sensacional, saiu de um encontro ao acaso num bar do Leblon.

OI - O disco foi  disponibilizado no YouTube antes mesmo de ser lançado. Está mais fácil hoje fazer parte do mercado da indústria fonográfica?
DVL - Na verdade o disco saiu primeiro no Itunes e na sequencia pôde ser "Ouvisto" no meu canal Youtube. O CD físico saiu há pouco e está nas lojas. O esquema continua na verdade o mesmo: "vamos fazer com que as pessoas saibam da existência desse novo trabalho". A internet ampliou e focou esse raio de ação. Hoje essa relação com o público se estreitou muito e esse é o novo formato do mercado, e é isso: vamos correr atrás, nos adaptar e controlar essas novas ferramentas.

OI - Qual a sua visão sobre o filme Somos Tão Jovens?
DVL - A história está lá, talvez um tanto controlada por forças externas, talvez um tanto ingênua, porém o recado foi passado, o Thiago Mendonça está excepcional como Renato e eu diria que o filme seria proibido para maiores de 18 anos.

OI - Você acompanhou o processo?
DVL - Sim, o roteiro original era sensacional, mas parece que sofreu mutações que possam ter comprometido o resultado final. Mas assim é o cinema. Ficção e inverossimilidade. Um trabalho árduo de toda uma equipe de centenas de pessoas, temos que tirar o chapéu e agradecer.

OI - E como foi ver o seu filho interpretando você?
DVL – Sensacional. Muito bom, fiquei muito orgulhoso por ele.


Serviço
O quê? Festa Geração Coca-cola, com Dado Villa-Lobos
Quando? Hoje, às 22h
Onde? Espaço Renascença (Renascença II)
Quanto? R$50,00 (pista); R$80,00 (área vip)

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