Confira a matéria publicada na edição de ontem de O Imparcial e a entrevista que fiz com Marcelo Lobato.
Com letras críticas,
fortes, marcantes, de alto cunho social, mas acima de tudo que reforçam a positividade
na fé e na luta do povo brasileiro, O Rappa chega a São Luís, após dois anos do último show, com
a turnê Nunca Tem Fim. O nome do show
é de um trecho da música Anjos, uma
das mais executadas pelas rádios desde que foi lançada no final de 2013 e que contabiliza
mais de 5 milhões de views no
YouTube.
O álbum inédito
que tem sido uma explosão de sucesso poderá ser visto e ouvido ao vivo aqui hoje, a
partir das 20h, na Lagoa da Jansen, em noite que terá ainda as apresentações de
Pandha S/A, bandas Ária 53 e Raiz Tribal e grupo Argumento Samba Rock, em uma realização da Pororoca Produções.
Sentimentos,
melodias esculpidas em dub, reggae, rock, hip hop, samba, rap e MPB em versos
como: “...pra quem tem fé, a vida nunca tem fim...” (Anjos); “...uma doce família que tem a mania de achar alegria, motivo
e razão onde dizem que não. Aí que tá a mágica, meu irmão...”(Auto-reverse), ou ainda, “...as grades
do condomínio são pra trazer proteção,
mas também trazem a dúvida se é você que tá nessa prisão...” (Minha Alma), pontuam a carreira do Rappa
e mostram identidade do grupo, formado por Marcelo Lobato (bateria), Lauro
Farias (baixo), Xandão (guitarra) e Falcão (voz), há 20 anos na estrada
“Na verdade, a
banda existe por conta dessa mistura, dessas sonoridades. É o ponto de encontro
das preferências sonoras de cada um e onde cada um pode exercitar essa mistura.
Então é mais natural do que parece. Quando estamos juntos fazendo música, já
estamos exercendo essa característica. Ao mesmo tempo é algo que também está
sujeito a sofrer mais ou menos a influência de algum estilo musical. Foi assim
que percorremos essas duas décadas de história”, comenta o tecladista Marcelo
Lobato, um dos fundadores da banda.
Em seu novo
disco O Rappa sonoriza a força que o brasileiro emprega em seu dia a dia, em
cada uma de suas batalhas. Em terras tão arredias com os que mais precisam, soa
como uma feliz teimosia. Feito isso, estabelece fé e esperança como balizas,
que espelham um caminho que se percorre sempre pra frente, guiado por um norte
de positividade, de dias melhores.
Segundo
Lobato, o tecladista, o repertório do show não é fechado e trazem também
músicas que contam a história da banda, mas “coisas podem acontecer”. O certo é
que sucessos da carreira, além das faixas do novo disco não poderão faltar,
como: Minha Alma, Mar de Gente, Pescador
de Ilusões; o reggae de Boa noite, Xangô;
Súplica Cearense, Vida rasteja, (que
carrega versos intimamente ligados protestos que se espalharam pelo país: “a
máquina desgovernada consome a vontade de ficar na paz; orgasmo de raiva, e a
vida aqui vale muito mais”), entre outros.
Seis perguntas//Marcelo Lobato
1. A música Anjos,
assim que foi lançada foi uma explosão, algo como o que as pessoas desejam.
Especialmente essa composição reflete qual momento da banda?
Mais do que
refletir um momento da banda, ela reflete uma característica do brasileiro, que
persiste contra a adversidade por crer na superação dos obstáculos. É a luta do
dia a dia, que todo mundo enfrenta e sabe como é. A gente também tem esse
sentimento com a gente e usou essa força para manter a banda ativa, lançando
discos e na estrada por tanto tempo. Também vencemos nossas lutas para
chegarmos aqui.
2. Vocês disseram que enquanto o Brasil der
motivos vocês farão letras fortes, com críticas. Acham que as coisas estão
mudando no Brasil?
Há mudança.
Pessoas venceram a linha da pobreza, uma vergonha que se arrasta há séculos,
por exemplo. Mas em um país com tanta carência em tantas áreas, como na saúde,
na educação, a urgência é obrigatória. Tem muita, mas muita coisa que precisa
mudar. E se manifestar sobre essas necessidades é a porção cidadã de cada um de
nós da banda, mas algo que todos tem o direito de fazer.
3. As letras funcionam com uma forma de
despertar para o que acontece no Brasil? Acredita que o grupo seja formador de
opinião?
A arte pode
ser usada das mais variadas maneiras, inclusive para falar dos problemas do
nosso país. O rótulo “formador de opinião” pode soar restritivo, como se as
pessoas apenas acatassem o que é dito. O que a gente gosta de fazer e pratica é
fazer quem está do outro lado pensar por uma perspectiva diferente.
4. Um disco de inéditas foi lançado
primeiro nas plataformas digitais, a exemplo do
streaming no iTunes. A Internet é uma aliada?
Com certeza. E
não há como falar de música hoje sem falar de internet. Nossa relação com ela
já vem desde o nosso retorno, quando passamos a olhar com mais carinho pro
digital. Temos um canal no YouTube com pequenos documentários e vídeos
variados, nosso Facebook é bastante ativo e acabamos de alcançar 3 milhões de
fãs. É parte da rotina da banda.
5. O show da turnê é fechado em todas as
apresentações? Farão também as homenagens a Chorão e Champignon?
Cada show
acaba sendo de um jeito. A gente tem essa coisa meio jazz, meio jam session, que deixa o show bem solto,
o que abre espaço para homenagens como essa. É uma coisa que surge no palco.
6. Há dois anos vocês não vem a São Luís. O
que os fãs vão ver?
É um show com
bastante coisa nova, embalado pelo disco novo. Ele deu um gás na banda, então a
estrada e a volta a lugares como São Luís ganham contornos especiais. Junto
disso vem o repertório que faz parte da nossa história. É sempre bom visitar a
capital do reggae nacional. Obrigado. Valeu!
Anota aí!
O quê? Show de
O Rappa
Quando? Hoje, às
20h
Onde? Lagoa da
Jansen
Quanto? R$ 60,00
(pista) e R$ 120,00 (camarote Anjos)
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