domingo, 5 de janeiro de 2014

Ator maranhense indicado para o Press Award USA 2014


 O ator maranhense Al Danuzio (foto), 25 anos, radicado em Nova York, pode se juntar à lista de brasileiros premiados no Press Award USA 2014, e figurar ao lado de nomes como Ivete Sangalo, Regina Duarte, Antônio Fagundes, Alcione, entre outros. É que Al Danuzio foi indicado para a 17ª edição do prêmio na categoria de ator brasileiro. O prêmio homenageia os destaques brasileiros do ano, por meio de votação popular pelo site Press Awards. A votação começou no último domingo (15), vai até o dia 15 de fevereiro de 2014 e conta com 26 categorias como Artes Visuais, Fotografia, Dança e Folclore, Teatro, Cinema e Vídeo, Esportes, Cantor, entre outros.

O mais curioso, é que há 6 anos, quando Alberto Danuzio, que adotou o nome artístico Al Danuzio, chegou aos Estados Unidos, não conhecia nada, nem ninguém. Com apenas um mês que estava lá, ao conhecer um produtor brasileiro por acaso, mostrou seu material em vídeo (algumas encenações feitas em peças teatrais em São Luís) e dois dias depois foi convidado para ser o mestre de cerimônias do mesmo prêmio para o qual foi indicado este ano. “De apresentador a indicado. É muito louco isso. Jamais imaginei, mas estou muito contente com esse reconhecimento em tão pouco tempo morando lá”, diz o ator, que está em São Luís desde outubro quando começou a gravar o curta-metragem Broders.

A produção do curta, aliás, pode ter sido, na opinião de Al Danuzio, um dos motivos principais para a indicação, já que um dos motes da premiação é valorizar a produção brasileira no intercâmbio EUA/Brasil. “Eu acho que tenha sido isso, porque estou há seis anos lá, e embora tenha feito muitos trabalhos, nunca tinha sido indicado. O fato de eu ser radicado lá e trazer uma produção para o Brasil acho que foi culminante pela questão de fazer um filme no meu país. Isso conta muito”, acredita Al Danuzio.

Atualmente Al Danuzio mora em Los Angeles e está fazendo faculdade de cinema. Nos Estados Unidos morou inicialmente em Miami, onde estrelou algumas peças que fizeram turnê por todo o país e também esteve em telenovelas americanas. Em Nova Iorque ele começou a estudar na New York Film Academy e atuou em mais de 25 filmes durante o ano de 2013. Com um reconhecimento da faculdade, Al Danuzio foi uma das estrelas da PROMO que a NYFA fez para o Brasil.

“Eu já havia atuado em peças aqui em São Luís. Comecei no colégio Divina Pastora, depois Maristas, aí fui para as companhias Improviso, In Cena, Mambebe. Apareceu a oportunidade de ir morar nos Estados Unidos com a minha mãe e eu fui. Coincidentemente depois que apresentei a premiação a que hoje sou indicado, caí de cabeça na profissão, fiz vários trabalhos em espanhol, atuei com brasileiro ou latino e resolvi trazer o filme para fazer em São Luís que era um sonho que eu tinha”, conta Al Danuzio.
Para votar em Al Danuzio até o dia 15 de fevereiro, é só acessar o site http://www.pressaward.com/votacao/. Categoria: Atores brasileiros nos EUA. Al Danuzio-New York, NY.



Produção com ares internacionais
Após três anos sem vir a São Luís Danuzio retornou ao Maranhão para produzir seu primeiro filme. Broders (15 minutos) foi idealizado no começo do ano e foi gravado em apenas três dias (25, 26 e 27 de novembro) tendo como locação as ruas do Centro Histórico de São Luís, o bar Canto da Cultura (na Rua Portugal) e um sítio na Vila Nova. A produção, totalmente independente, contou com atores maranhenses, produção e roteiro de Al Danuzio e direção geral de André Matias (São Paulo) e direção de fotografia de Fredrick Ekmark (Nova Iorque). O filme contou ainda com apoio do Museu da Memória Audiovisual do Maranhão (que emprestou os equipamentos) e do LabCom da Universidade Federal do Maranhão (onde aconteceram as reuniões).

Apesar de já ter atuado em mais de 30 filmes, esta é a estreia de Al Danuzio como produtor de cinema e representa um anseio de trazer para a cidade profissionais com que trabalhou fora do Brasil. Bem como realizar produções em São Luís com projeção nacional e internacional.

O filme conta a história de dois amigos de infância que tomam rumos diferentes e se desencontram ao longo da vida. Tempos depois, um virou marginal e o outro soldado. A vida os coloca juntos de novo quando acontece um assalto em uma parada de ônibus. Na confusão um acaba reconhecendo o outro. E aí se desenrola a história. “É um drama que fala do conflito de oportunidades. Digo que é um filme colaborativo. O apoio financeiro veio da família e os atores que contracenaram abriram mão do cachê”, informa Al Danuzio.

A equipe contou com 16 pessoas, sendo a maioria alunos do curso de Rádio e TV da UFMA. Luan Paiva faz Caio, um ex-presidiário que, nos tempos da escola, havia sido um dos melhores, mas ao se confrontar com uma realidade difícil acabou tornando-se ladrão. Ele contracena com Al Danuzio, o JJ, que viajou para os Estados Unidos tentando uma vida melhor por lá. Após ter ganhado um bom dinheiro como soldado egresso da guerra, retorna ao Brasil para visitar o pai doente e é roubado por Caio em uma parada de ônibus. Quando os dois se reconhecem, tem início uma jornada em que ambos vão perceber que tem mais em comum do que podem imaginar.


O elenco tem ainda Luna Gandra (Alice) e Nicole Meireles (Dandara). Ambas interpretam garçonetes. Para os acadêmicos, o trabalho serviu de aprendizado para futuramente iniciarem seus projetos e fazer com que o cinema maranhense cresça. Para Luna Gandra, que além de atriz, produtora associada e assessora de comunicação do projeto, é namorada de Al Danuzio, a experiência foi enriquecedora.
“Faço uma garçonete que no passado teve uma relação com Caio e foi bastante engrandecedora. Todo o elenco foi bem participativo mesmo. Não fui somente eu que abracei este sonho. Todos foram se unindo ao seu tempo. E hoje o Broders pra mim não foi somente um sonho, é um presente, recheado de pessoas que sonham, mas que também realizam...”, diz a atriz.

 O curta será lançado com legendas em inglês e espanhol, já que a pós-produção será feita nos Estados Unidos. A distribuição do filme será direcionada para os festivais do mundo todo.


Três perguntas//Al Danuzio 

 Esperava essa indicação?
Não. É uma premiação que em 2011 se expandiu para a Europa e a Ásia. Eu estou concorrendo pela América do Norte que inclui Estados Unidos e Canadá, como ator brasileiro nos EUA e é pelos trabalhos apresentados. A premiação é bem abrangente feita por brasileiros para brasileiros nas mais diversas áreas, que moram ou atuam lá e que ajudam na difusão da cultura brasileira no âmbito internacional. Então acredito que ter produzido o Broders foi fundamental para a minha indicação.


Quanto ao filme, agora que terminaram as gravações qual o próximo passo?
Vai para edição agora em São Paulo e em seguida para a pós-produção nos EUA. Acredito que em fevereiro já teremos terminado e aí ele vai andar com as próprias pernas. Porque um filme é um filho. Ele nasce, você cria e ele ganha vida independente. Nosso foco vai ser participar dos festivais, principalmente em Los Angeles onde o número deles é maior.


Em pouco tempo você se transformou em um produtor. Está realizado?
Escrever um filme e gravá-lo em São Luís era um sonho. Um sonho que foi compartilhado com todos os parceiros, com o elenco. Foi um trabalho colaborativo que inicialmente era voltado para os adolescentes, mas que com o decorrer foi ficando um filme para a família. E o nome do filme é bem isso mesmo, irmãos, família. Uma história que fala de sonhos, de oportunidades. ‘Quem não tem sonhos não tem nada. Mas quem só tem sonhos também não tem’. Agora é esperar ficar pronto e vê-lo caminhar.



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