Nesse dia eu quase morro. Não sabia se era fã ou era jornalista, porque simplesmente Nando Reis, isso mesmo, Nando Reis, me ligou na redação para eu entrevistá-lo sobre o show que fará logo mais aqui em São Luís. Lógico que eu ja tinha agendado a entrevista com ele para o jornal O Imparcial, e eles ficaram de ligar, mas imaginava que primeiro ia falar com a assessora e tal, mas qual foi a minha surpresa quando ele mesmo ligou e falou: "Patricia?". Nossa, foi o "Patricia" mais doce que já ouvi nos últimos tempos.
E eu não sabia por onde começar, travei, atropelei, mas entrevistei e quando terminei fiquei: "putz, foi tão rápido, eu poderia aproveitar mais..." rsrs. Bom, valeu. Segue a entrevista que fiz com ele.
Poeta dos tempos modernos
Compositor consagrado, Nando Reis chega a São Luís após três anos do último show trazendo a turnê Sei, nome do seu mais recente álbum, hoje, a partir das 22h, na Lagoa da Jansen. Suas canções, na sua voz e na de inúmeros intérpretes, embalam e comovem milhares de pessoas pelo Brasil. Uma obra particularmente marcada pela referência às relações pessoais. A noite terá ainda show de abertura com o cantor maranhense Pandha fazendo o melhor do pop rock, e do DJ Claudinho Polary.
Ao lado dos Infernais, banda que o acompanha desde que enveredou pela carreira solo, Nando diz que mostrará um show como São Luís nunca viu. “Faz um tempinho que não vou aí, uns três anos acho, então São Luís merece ver um show completo e muito especial”, disse ele em um bate-papo por telefone a O Imparcial. A formação da banda Nando Reis e os Infernais tem Nando Reis (violão e voz), Felipe Cambraia (baixo e vocal), Diogo Gameiro (bateria e vocal), Alex Veley (teclados e vocal), Walter Villaça (guitarra e vocal) e conta com Gil Miranda e Hannah Lima no backing vocal.
Carismático e com uma singeleza que lhe é peculiar, Nando falou ainda sobre a carreira solo, a família, a turnê, as parcerias musicais, seus mais recentes trabalhos como o lançamento do CD/DVD Sei, do Projeto Entregas de Nando Reis, e ainda do trabalho dos filhos na banda Dois Reis, encabeçada por Theodoro e Sebastião em que eles revisitam a obra do pai. “Os meninos tem a banda Dois Reis e eu tento me manter à distância. Mas como o repertório é em cima das minhas músicas, quando eles pedem eu vou lá ajudar, mas tento deixá-los livres”, conta Nando.
Na apresentação da Lagoa da Jansen Nando explorará as canções de Sei, seu mais recente trabalho de inéditas, composto por 15 músicas, já considerado como um dos melhores da carreira de 30 anos do ex-Titã, 12 como cantor solo. O repertório é composto ainda por músicas inéditas como a que dá nome ao CD e ficou mais conhecida por embalar o romance do casal interpretado por Marjorie Estiano e Thiago Fragoso, na novela Lado a Lado, da TV Globo), Janeiro a Janeiro (que fez parte da trilha sonora da novela Sangue Bom), além de Pré-Sal, Back in Vânia, Sei, Declaração de Amor, Pra Quem Não Vem, e sucessos autorais e já conhecidos como As Coisas Tão Lindas, All Star, Pra Você Guardei o Amor, Relicário, entre outras.
Sei é o primeiro disco independente de Nando Reis e está à venda apenas no site do cantor. O preço do CD é definido pelos próprios fãs a cada semana. Quem compra o disco recebe pelos Correios. E alguns fãs mais sortudos tem o prazer de recebe-lo pelas mãos do próprio Nando Reis, em uma parceria com os Correios. “É uma surpresa para os fãs que adquirem o CD pelo site, mas também para mim. Cada entrega é surpreendente e é mais uma forma de estar perto do meu público”, diz Nando Reis.
Nove perguntas//Nando Reis
Nando, o show que você apresenta tem variação no repertório, ou é fechado?
Varia um pouco, dependendo de cada cidade, mas é o show da turnê Sei com um repertório básico e que estou adorando fazer pelo Brasil. E eu não vou a São Luís já tem um tempinho, acho que uns três anos. Se não me engano a última vez que estive foi com o Baile do Ruivão, então vai ser um show com repertório bem completo, com músicas desse CD e dos anteriores, as canções antigas, os sucessos...
Como você define seu atual momento musical?
Eu estou bem feliz com a turnê, com a minha banda que me acompanha desde o início da carreira solo, há 12 anos. Estamos comemorando 18 mil discos vendidos pelo site, um número incrível. Encontrei um jeito muito particular de me relacionar com meu público, através das redes sociais, estamos próximos.
Por que você resolveu vender seus próprios discos?
Eu estava insatisfeito com as formas como as coisas estavam. Eu quero mesmo é que o pessoal baixe minha música, que ouça minhas canções, não importa se eu vou vender discos ou não. Mas estou muito satisfeito com os resultados. 18 mil discos vendidos pelo site, de forma independente, é um número muito expressivo.
Se foi uma fórmula que deu certo você vai continuar nesse sistema para os próximos trabalhos?
A precificação no site faz parte de um trabalho independente, mais profissional, onde tenho mais responsabilidades, porque tem uma empresa para cuidar, mais gente trabalhando. Mas estamos trabalhando no próximo lançamento que será disponibilizado nas lojas também. Nós gravamos em outubro o show de Belo Horizonte, o show Sei- Ao Vivo, que será lançado em CD e DVD em dezembro. Esse vai para as lojas também.
O show no Rock In Rio foi muito elogiado pelos fãs e pela crítica e teve participação do Samuel Rosa. Fale da parceria com ele.
Foi um show muito marcante. Além da participação do Samuel cantando músicas minhas, o trio de metais que veio de Seattle e o percussionista Léo Leobons completaram o time. O Samuel é um grande parceiro, de pelo menos 20 anos. Eu escrevi músicas novas que vão estar no próximo CD do Skank.
Mas tem também a Roberta Campos da nova geração?
Tanto a Roberta Campos, como a Ana Cañas chegaram até a mim. Gravei duas músicas para a Roberta e a convidei para cantar comigo (Janeiro a Janeiro) e eu também estou no DVD dela.
Qual o momento mais marcante dos 12 anos de carreira?
Ah! Vários! (risos). Mas acho que os meus discos e o último show do Rock in Rio foram muito marcantes.
Suas músicas sempre falam de relacionamentos e família. Como faz para estar com a família?
Eu faço em média 8 a 10 shows por mês, geralmente aos finais de semana, então dá para conciliar as folgas com a família. E eles viajam comigo também quando dá. Agora com as férias escolares chegando eles vão poder estar mais comigo.
O que você costuma ouvir quando não está trabalhando e o que não ouve de jeito nenhum?
Em geral eu ouço de tudo, mas de preferência músicas mais antigas, relançamentos. Agora mesmo no carro eu estava ouvindo o CD do Nirvana, In Utero, que foi relançado agora, 20 anos depois. Agora, música eletrônica eu não ouço de jeito nenhum (risos).
Anota aí!
O quê? Show de Nando Reis
Quando? Hoje, a partir das 22h
Onde? Lagoa da Jansen
Quanto? R$50,00 (pista); R$ 100,00 (área vip)
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