quarta-feira, 31 de julho de 2013

Moizés Nobre lança DVD no dia do Poeta de Cordel



Autor fecundo, de mente criativa, fértil; com agilidade nas palavras, destreza nos versos; sintonia com o momento atual, os assuntos do mundo e uma maestria de dar inveja na hora de fazer as rimas. Assim é o cordelista, poeta popular que transforma vivências, fatos do dia-a-dia, que para alguns podem passar despercebidos em rimas literárias, em literatura de cordel. 
Quando se pensa nesse gênero literário vem à lembrança os folhetos, com capas ilustradas e várias poesias que falam sobre tudo e que hoje estão mais presentes do que nunca. O nome cordel tem origem na forma como tradicionalmente os folhetos eram expostos para venda, pendurados em cordas, cordéis ou barbantes em Portugal. No Brasil o nome  foi herdado, mas a tradição do barbante não se perpetuou. Mas uma coisa é certa: o cordelista encanta ao recitar seus versos ritmados.
É com esse encantamento e com a certeza de que o cordel está mais popular do que nunca, que o poeta e ator Moizés Nobre comemora 34 anos de carreira. Mais de três décadas de poesia popular reunidas em um DVD com criações autorais e em parceria com outros artistas, que será lançado amanhã,  1º de agosto, no Dia do Poeta da Literatura de Cordel, na Praça da Saudade, em Santa Inês (MA).
O DVD Acredite se Quiser é o primeiro da carreira do poeta que possui pelo menos 20 livretos publicados,  1 CD (1989) gravado em parceria com o saudoso artista Gerô e centenas de poesias orais. O DVD traz ainda uma faixa bônus, Parece Pesadelo, mas é Real, uma homenagem a Gerô (falecido em 2007), que assina autoria da poesia ao lado de Moizés, e em vida foi amigo e irmão de carreira de Moizés.
A poesia que dá nome ao DVD faz um alerta sobre a consciência do voto. Nesse trabalho Moizés incorpora o personagem Zé Brasil que interpreta todas as poesias.
Gravado no ano passado, com direção de Marcelo Nepomuceno, editado pela Guadalupe Filmes e com capa de Enon Silva, Acredite se Quiser é um trabalho que contém 12 faixas, roteiro elaborado e produzido pelo próprio artista, com poesias populares. O DVD abre com a faixa Dá Licença e segue com Eu deixei de ser matuto (Jotão e Moizés Nobre); Mote de três versos (Moizés e Pedro Costa); Acredite se quiser; O caboclo e o deputado (Moizés/Gerô); Receita do Brasil novo (Antonio J. Siqueira e Moizés); Ode à mulher; Amor caboclo; O microfone; Vocaboilário (Orlando Brito/Moizés) e finaliza com Despedida. A faixa bônus Parece pesadelo, mas é real, é uma homenagem a seu parceiro Gerô.





Três perguntas//Moizés Nobre

O que você espera com esse DVD?
Primeiro de tudo divulgar o cordel, também mostrar a minha obra e a dos meus parceiros que estão comigo nesse DVD. Sou ator por formação e cordelista por vocação. Então é isso que as pessoas vão ver no DVD: a mistura dessas artes. Meu objetivo também é fazer com que ele se propague, sobretudo nas escolas como ferramenta literária. Hoje graças a Deus o cordel está nas escolas contribuindo no processo de aprendizagem. Aqui em Santa Inês esse trabalho é muito realizado em todos os níveis escolares, assim como em São Luís também.

Que tipos de trabalho você pode destacar?
O cordel será tema do desfile de 7 de setembro aqui em Santa Inês. Além disso, o meu trabalho está servindo de monografia para alunas da turma de Letras do Cessin/Uema de Santa Inês. Tenho uma pesquisa concluída sobre os cordelistas do Estado que deve ser lançada até o final do ano. O cordel é muito presente em todos os municípios do Estado e essa pesquisa vai mostrar esse mapeamento dos artistas do Estado e que tem menor visibilidade. 

Suas poesias falam de tudo, inclusive política. Você já teve trabalhos censurados?
Eu procuro fazer cordel social. Trabalho temas do cotidiano, da política, educação, saúde, moradia e motes variados. É só pedir que eu mando (risos). Mas já tive sim alguns trabalhos censurados, inclusive nos cordéis para o Judas do Laborarte, que eu também escrevo. Mas isso não influencia na minha obra. Continuo trabalhando.


Serviço
O quê? Lançamento do DVD “Acredite se Quiser”
Quando? 1° de agosto (quinta-feira), a partir das 18 horas
Onde? Praça da Saudade (Santa Inês)
Quanto? Aberto ao público

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