sábado, 23 de fevereiro de 2013

Show de cantautores no Odeon Sabor e Arte




 Em São Luís o show dos cantautores mineiros Luiza Brina e Rafael Macedo promete mostrar a essência da canção autoral. Apontados pela crítica especializada e por compositores e músicos do Brasil como expoentes da nova canção de Minas Gerais, Luiza Brina e Rafael Macedo desenvolvem há tempos cada um o seu trabalho solo autoral que vem apresentar hoje, a partir das 21h, no Odeon Sabor e Arte (Rua da Palma, Centro).
Os artistas dividirão o palco em determinado momento, mas o público poderá conferir o lado mais completo de cada um, o momento puro da canção acompanhado apenas por um instrumento. “Em Belo Horizonte tomamos esse termo emprestado da língua espanhola pra caracterizar um movimento de novos artistas que compõem e cantam suas próprias canções. Acredito que esse cenário particular influenciou muito o começo de minha trajetória no mundo da canção, que hoje traça caminhos complementares, como no Rio de Janeiro, onde moro atualmente”, explica Luiza Brina.
Se por um lado Luiza Brina traz em suas canções influências das culturas populares afro-latinas, brasileiras e dos próprios cancionistas já consagrados, Rafael Macedo busca em suas canções uma linguagem bastante inovadora e contemporânea . O resultado da mistura entre os compositores é uma sonoridade inusitada e peculiar.
Mas essa não será a primeira vez que a cantautora, arranjadora e multi-instrumentista mineira vem a São Luís. Influenciada pela batida do Boi de Maracanã, ela costumeiramente vem para as festas de São João. “Essas experiências me inspiram bastante na hora de compor, tanto em relação ao ritmo e a melodia como, por assim dizer, espiritualmente”, comenta a artista.

Quatro perguntas//Luiza Brina

1. Como compositora o que te inspira?
 
Componho minhas canções inspiradas por minhas próprias vivências e sentimentos e pelo estudo sobre a canção. Atualmente também tenho me aproximado de áreas de conhecimento que me ajudam a compor como a antropologia, a psicanálise, e os movimentos de intervenção urbana como a pichação. Isso me incentiva cada vez mais a aproximar-me de pessoas e culturas diferentes da minha, o que é sempre muito interessante. 

2. Você diz que suas canções apresentam diversas influências, como o nosso São faz parte da sua criação?
Desde muito nova eu tenho proximidade com os movimentos de cultura popular. Há quatro anos vou ao São João do Maranhão, e normalmente passo as noites com o Boi de Maracanã. Essas experiências me inspiram bastante na hora de compor, tanto em relação ao ritmo e a melodia como, por assim dizer, espiritualmente. Por exemplo, A Toada vem e pelo vento, canção que dá nome ao meu disco, é uma toada de boi em homenagem ao Maracanã.

3.Como você acha essas influências? como se identifica?
Bom, pesquiso principalmente vivenciando, participando das festas, conhecendo as pessoas. Complementar a isso, fiz algumas matérias de Etnomusicologia na faculdade e tive contato com o músico Jose Izquierdo, que me fez ter outra percepção das músicas das culturas afrolatinas em geral, como a Santeria Cubana.    

4. O seu trabalho também foi lançado na Europa, e a receptividade do público?
Fiz uma turnê de 3 meses pela Europa entre 2011 e 2012 de forma independente. Passei por Portugal, Espanha, França, Alemanha e Holanda. O público da Europa recebe muito bem a música brasileira e me senti bem acolhida lá. Em Amsterdã participei do que chamam de "Living room", que são shows dentro de apartamentos. Os donos das casas convidam amigos, fazem um almoço ou jantar e recebem os músicos. Gostei muito de ter essa vivência! Infelizmente, sinto que hoje em dia é mais fácil tocar fora do Brasil do que dentro em razão de como funciona a estrutura, o apoio e os investimentos na área cultural aqui. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário