Entrevista exclusiva com o sambista Diogo Nogueira

 Hoje São Luís recebe o samba e a jovialidade do carioca Diogo Nogueira no palco da Mistura (Praça Dedoro) no carnaval da Ilha. Diogo Nogueira vai mostrar toda a cadência do samba com sua voz super potente e um repertório de sucessos da carreira e as músicas de seu novo trabalho, o DVD Ao Vivo em Cuba.

Diogo é um dos cantores mais populares do samba carioca contemporâneo e me concedeu entrevista que foi publicada na edição de ontem do jornal O Imparcial.

Na entrevista Diogo fala do pai e da paixão pelo samba e pela escola de samba Portela, além é claro do trabalho em Cuba. “Foi uma experiência incrível gravar em Cuba. Fui convidado para fazer um show em Havana, com minha banda completa, dançarinos, como vínhamos fazendo no Brasil. Então, tive a ideia de aproveitar para registrar o show e a minha passagem por Havana e fazer um documentário em DVD. Convidamos a equipe do Instituto Cubano de Cinema para esse trabalho e tivemos um ótimo resultado, com um doc.show que mostra imagens do show com cenas gravadas da minha visita a Havana. Sempre tive curiosidade em conhecer Cuba. Meu pai sempre falou muito de lá, dos cubanos, de Fidel, do Che... Quando surgiu o convite para fazer o show, topei na hora”, disse o cantor.

No DVD  ao Vivo em Cuba Diego canta diversos clássicos da MPB, em versões inéditas. O sambista coleciona quatro CDs e três DVDs, que venderam mais de 500 mil cópias e renderam ao cantor dois Discos de Ouro e dois DVDs de Platina, sendo um deles de Platina Duplo. Além disso, o cantor também já participou de 35 projetos especiais, como o CD e DVD Samba Social Clube, CD e DVD O Baile do Simonal, trilhas de novelas, dentre outros produtos.

Este ano a Águia de Ouro homenageará João Nogueira e Diogo participou da criação do samba-enredo. “Sempre procuro homenagear João Nogueira nos meus shows e discos. Não apenas por ele ter sido o grande pai que foi para mim, mas também porque ele é um sambista que nos deixou uma herança muito importante para a nossa música. Será uma grande honra estar com o público paulista, dividindo com ele toda essa emoção. Sei que esse será mais um Carnaval inesquecível pra mim”, espera Diogo.

 Confira  a entrevista:

 

1.Você é um sambista da nova geração, mas que cresceu com grandes sambistas ao lado do seu pai. Como é o mundo do samba pra você?

O samba, assim como a música, faz parte da minha desde menino. Gosto de compor, interpretar e gravar. E é um grande privilégio conviver com os bambas do samba, como Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, só para citar alguns exemplos. Fico muito feliz e agradecido pelo fato de ser reconhecido, pois adoro o trabalho deles e fico honrado por muitas vezes dividir o mesmo palco com eles.

2.O que torna uma música inesquecível, um samba que ultrapassa gerações?

Um bom samba tem que ter uma melodia que te arrepie, uma letra que te faça viajar. A interpretação do cantor/cantora também faz toda a diferença. Enfim, é uma combinação perfeita que faz com que um samba se torne inesquecível...

3.Como vai ser o seu carnaval no Rio de Janeiro?

Vou sair na Portela, minha escola de coração, que fará uma grande homenagem ao bairro de Madureira e a seus personagens. Madureira é um lugar muito querido por todos na cidade e mais ainda pelos sambistas. Houve um período grande de esquecimento, mas agora a revitalização do bairro está muito forte. O berço do samba está feliz e tenho certeza que o desfile será emocionante.

 4.Você participou do último Rock in Rio, como foi essa experiência, um sambista em show de rock?

Foi incrível ter participado do Rock in Rio. Mas já fiz shows com a Pitty, no projeto “Estúdio Coca-Cola”, com ela cantando samba e eu cantando rock. A musicalidade no Brasil é muito rica. E essa mistura de ritmos traz um “quê” de novidade nas músicas. Gosto de ouvir música boa, independente do ritmo. Por isso, me permito e curto fazer parcerias com artistas de outros segmentos que não sejam necessariamente do samba, assim como também já fiz com outros artistas, como o D2. A mistura com outros elementos da música, desde que bem feita, só tem a acrescentar. Nos meus álbuns eu gosto de combinar sambas antigos com o trabalho de compositores novos, que estão despontando no cenário musical brasileiro.

5.Quando não está trabalhando o quê e quem gosta de ouvir?

Ouço quase tudo: reggae, MPB, rock... Mas o que gosto mesmo é de música boa.

6.Pra esse show em São Luís o que você está preparando?

Vamos apresentar parte do repertório do meu novo CD e DVD “Ao Vivo em Cuba”, como “Verdade Chinesa” (Carlos Colla / Gilson), que já está tocando nas rádios, “Deixa eu te amar” (Agepê / Camillo / Mauro Silva), “Ex-amor” (Martinho da Vila), além de “Madalena” (Ivan Lins/Ronaldo Monteiro) e “Que maravilha” (Toquinho/Jorge Ben Jor), que ganharam um “tempero cubano”. Também não vão faltar alguns sucessos da minha carreira, como “Malandro é malandro, mané é mané” (Neguinho da Beija-Flor) e “Fé em Deus” (Flavinho Silva), clássicos do gênero e um final com muito samba pra cima, para fechar a segunda-feira de carnaval com chave de ouro.

 

Programação

Segunda-feira Gorda - 11
18h30 - Pepê Junior e Erasmo Dibell
20h - Diogo Nogueira
22h - Bicho Terra