terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Cinco perguntas para Jorge Aragão

A Avenida Litorânea foi tomada pelo samba no sábado que passou com show do sambista Jorge Aragão. “Cantar em São Luís, uma terra que eu amo, que eu adoro, onde me sinto tão a vontade... As pessoas nunca esperam que eu faça um trabalho com muitas músicas inéditas, então vou trabalhar da maneira como eles desejam. Vou cantar tudo que eles querem ouvir. Sei que vão dançar junto comigo e vão cantar um bocado. É sempre mágico a recepção que as pessoas tem com meu repertório. Enfim, nada mais que isso, eu não tenho novidade pra contar. Aliás eu estou sendo considerado uma velha novidade”, disse Jorge Aragão em entrevista a O Imparcial.
Desde a década de 1980, Aragão lançou 19 álbuns ao longo da carreira, e o mais recente deles foi lançado em 2007, denominado Coisa de Jorge, gravado ao vivo em Copacabana (RJ), que reuniu vários artistas consagrados da MPB que carregam o Jorge no nome, como Ben Jor e Vercilo.


Cinco perguntas//Jorge Aragão

Como você lida com o fato de ser considerado um dos maiores nomes da música popular brasileira?
Ser considerado já parte do princípio que não somos, podemos não ser, talvez não venhamos a ser... rsrs... São as pessoas que nos elevam a esse patamar. É claro que fico envaidecido, mas isso não me faz totalmente feliz porque enquanto autor eu me permito a tudo. Eu quero fazer o que é muito bom e às vezes dá vontade de fazer o que é muito ruim também, só pra mim... só para curtir meu dia a dia, minha rotina.

Você disse certa  vez que não se orgulhava de ser autodidata. Por quê?
Realmente. É um contrassenso as pessoas me considerarem um grande nome e eu não saber praticamente nada da música que eu faço. Eu só sinto, eu só percebo. É por isso que não tenho tanto orgulho assim. Eu gostaria sim de ter tido mais tempo ou de ter mergulhado mais na música para poder ter uma leitura, ter exatamente noção daquilo que eu faço com a música. Estou dizendo harmonicamente.

Como de fato você entrou no samba?
Eu me entendo entrando no samba ou para samba, a partir da gravação do meu primeiro samba, gravado por Elza Soares, por volta de 1976,1977, por aí... Malandro. Esse foi meu ponta pé, foi como iniciei minha vida dentro do samba. Embora estivesse tido uma estrada na música já bastante corrida.

Os artistas mais jovens o procuram? Você tem esse contato com eles?
Tenho o prazer de ter várias pessoas que me procuram para ver se tenho samba, para conversar, para chegar perto, para agradecer. Qualquer palavra que eu possa falar para ele é sempre no intuito do prazer da música, pela música. Enquanto defenderem essa musicalidade e buscarem o melhor e tentarem sempre se superar - principalmente na idade que eles têm, que é o principal - a longevidade estará assegurada.

No ano passado você teve um infarto. Como está cuidando da saúde hoje e como foi ter passado por aquele momento?
Depois do susto do infarto eu venho tentando cuidar melhor da saúde. Estou buscando alimentação mais regrada, procurando fazer a dieta, ter uma rotina de caminhada. Gosto muito dessa vida e não é bom para nenhum ser humano sentir uma dor como aquela. Então espero que Papai do Céu me livre por muitos anos disso que aconteceu e eu vou tentar me cuidar para mim e por tantos que me curtem, que gostam de mim.



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