“Bola na trave não altera o placar. Bola na área sem ninguém pra
cabecear. Bola na rede pra fazer o gol. Quem não sonhou em ser um
jogador de futebol?” Ao som dos versos da música do Skank, o público foi
chegando e preenchendo o auditório do curso de Arquitetura e Urbanismo
da UEMA para uma conversa com o jornalista e escritor Xico Sá, realizada como parte da programação da 7ª Feira do Livro
de São Luís.
Xico Sá, que tem um estilo próprio e leve de escrever, e que é
conhecido pelo carisma e textos que mesclam atividade literária e
jornalística, esteve na FeliS para um bate-papo descontraído sobre
jornalismo, literatura e futebol, com mediação do jornalista Zema
Ribeiro.
Pela segunda vez em São Luís como escritor, Xico com seu sotaque
nordestino característico fez uma grande viagem no tempo para explicar
sua trajetória como cronista das relações amorosas e jornalista
multimídia, não se limitando somente ao tema da palestra.
Ao relembrar da infância no município de Crato, no Ceará, Xico falou
sobre o seu primeiro romance intitulado “Big Jato”, uma ficção com
alguns traços autobiográficos, que serviu para o autor como um momento
de redescoberta de fatos do passado, histórias vividas, casos amorosos,
entre tantos outros marcos da juventude.
A vontade de escrever, conta o cronista cearense, foi o que o levou
para o jornalismo, uma vez que na época em que ele tinha que se decidir
por uma profissão o mercado da literatura era muito limitado, com pouco
espaço para novos escritores.
Já como jornalista, a literatura vinha nas horas vagas de trabalho,
já que a redação tomava muito tempo dele. E mesmo no texto jornalístico a
influência do texto literário é marcante no modo de escrever de Xico
Sá, como pode ser observado nos trabalhos em que fez, como nas crônicas
futebolísticas, cuja inspiração remete a Nelson Rodrigues.
Sobre o universo feminino, aspecto marcante em suas textos publicados
na Folha de São Paulo, Xico disse que até hoje está tentando
compreender as mulheres. Segundo o autor, a observação e a consequente
escrita de crônicas é um exercício praticado por ele para compreensão do
mundo complexo da mulher, que está emergindo na modernidade como
protagonista de sua própria história.
A recepção do público à palestra foi positiva. Na visão Xico, a noite
foi inesquecível: “é muito bom falar de literatura, futebol,
jornalismo, dentre tantos outros assuntos, para uma plateia como a dessa
noite, um público variado e interessante que enriqueceu o debate com
perguntas e indagações variadas, foi muito bom”, disse.
Xico Sá publicou onze livros, com destaque para “Chabadabadá”, “Modos
de macho e Modinhas de Fêmea”, “Divina Comédia da Fama” e “Nova
Geografia da Fome”, este último em parceria com o fotógrafo Ubirajara
Dettmar. Além disso, tem coautoria em mais dez livros, e participações
no cinema e na música.
Fonte: Ascom/Feira do Livro
Foto: Euzemar Pereira
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