sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Xico Sá marca presença na FeliS

“Bola na trave não altera o placar. Bola na área sem ninguém pra cabecear. Bola na rede pra fazer o gol. Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?” Ao som dos versos da música do Skank, o público foi chegando e preenchendo o auditório do curso de Arquitetura e Urbanismo da UEMA para uma conversa com o jornalista e escritor Xico Sá, realizada como parte da programação da 7ª Feira do Livro de São Luís.

Xico Sá, que tem um estilo próprio e leve de escrever, e que é conhecido pelo carisma e textos que mesclam atividade literária e jornalística, esteve na FeliS para um bate-papo descontraído sobre jornalismo, literatura e futebol, com mediação do jornalista Zema Ribeiro.

Pela segunda vez em São Luís como escritor, Xico com seu sotaque nordestino característico fez uma grande viagem no tempo para explicar sua trajetória como cronista das relações amorosas e jornalista multimídia, não se limitando somente ao tema da palestra.

Ao relembrar da infância no município de Crato, no Ceará, Xico falou sobre o seu primeiro romance intitulado “Big Jato”, uma ficção com alguns traços autobiográficos, que serviu para o autor como um momento de redescoberta de fatos do passado, histórias vividas, casos amorosos, entre tantos outros marcos da juventude.

A vontade de escrever, conta o cronista cearense, foi o que o levou para o jornalismo, uma vez que na época em que ele tinha que se decidir por uma profissão o mercado da literatura era muito limitado, com pouco espaço para novos escritores.

Já como jornalista, a literatura vinha nas horas vagas de trabalho, já que a redação tomava muito tempo dele. E mesmo no texto jornalístico a influência do texto literário é marcante no modo de escrever de Xico Sá, como pode ser observado nos trabalhos em que fez, como nas crônicas futebolísticas, cuja inspiração remete a Nelson Rodrigues.

Sobre o universo feminino, aspecto marcante em suas textos publicados na Folha de São Paulo, Xico disse que até hoje está tentando compreender as mulheres. Segundo o autor, a observação e a consequente escrita de crônicas é um exercício praticado por ele para compreensão do mundo complexo da mulher, que está emergindo na modernidade como protagonista de sua própria história.

A recepção do público à palestra foi positiva. Na visão Xico, a noite foi inesquecível: “é muito bom falar de literatura, futebol, jornalismo, dentre tantos outros assuntos, para uma plateia como a dessa noite, um público variado e interessante que enriqueceu o debate com perguntas e indagações variadas, foi muito bom”, disse.

Xico Sá publicou onze livros, com destaque para “Chabadabadá”, “Modos de macho e Modinhas de Fêmea”, “Divina Comédia da Fama” e “Nova Geografia da Fome”, este último em parceria com o fotógrafo Ubirajara Dettmar. Além disso, tem coautoria em mais dez livros, e participações no cinema e na música.


Fonte: Ascom/Feira do Livro
Foto: Euzemar Pereira 

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