quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Arte e sustentabilidade marcam as peças produzidas pelo artista autodidata João da Mata




Olhar mais que restos orgânicos e inorgânicos e transformá-los em arte. Este é o apelo do artista plástico e artesão João da Mata. Autodidata e com uma vida inteira entregando-se ao experimentalismo, somente agora, aos 63 anos de idade, ele realiza sua primeira exposição, intitulada “Sente-se: Arte e Design”. A vernissage acontece hoje, às 19h, na Galeria Trapiche Santo Ângelo, equipamento cultural da Prefeitura de São Luís. A exposição permanece durante todo o mês de novembro.
“Estamos seguindo a política de ocupação do espaço da Galeria com produções locais, além de contribuir com artistas como o João da Mata, que nunca fez uma exposição, e tem agora a oportunidade de mostrar seu trabalho”, assegura Paulo Melo Sousa, diretor da Galeria Trapiche, espaço vinculado à Fundação de Cultura (Func).
 Na exposição, João da Mata mostra toda a sua habilidade em transformar restos de utensílios do uso cotidiano, embarcações, isopor, troncos e galhos de árvores da flora brasileira, em objetos artísticos. São 14 peças artesanais, feitas com uma machadinha e muita criatividade do autor, que dá nome às peças, imbuídas de mensagens ecológicas e sociais.
Neste sentido, ele é simultaneamente um artista coletor – que após a coleta, seleciona o que vai servir à construção de sua obra – e extrativista, ao extrair e selecionar troncos e galhos de árvores que perderam a função biológica, pois é seu olhar agudo para a natureza e para as coisas que alimenta sua arte. Ao reunir esses elementos construtivos, cuja utilização e adequação são organizadas intuitivamente, João da Mara se enquadra no grupo de artistas múltiplos, criando um universo objetivo de significações artísticas, sensoriais, utilitárias e lúdicas.
A mostra reúne uma série de bancos formatados geometricamente ou estilizados em forma de canoa e que embora contenham um inevitável apelo ao ato de sentar, são objetos criados e disponibilizados não somente para esses fins. Suas linhas, formas cromáticas e texturas apelam ao olhar estético, portanto, são móveis-esculturas esculpidas em um único bloco de madeira.
Em algumas peças, João da Mata imprime sua autoria, mas em outras se utiliza dos atributos naturais do próprio suporte. “Eu olho a peça e logo vem a inspiração, eu deixo ela do jeito que eu encontrei e só dou um acabamento, um complemento”, declara o artista. Isso explica uma tendência à assimetria e o uso de vários materiais nas peças do artista.
A Galeria Trapiche Santo Ângelo fica na Avenida Vitorino Freire, s/nº, na Praia Grande, em frente ao Terminal de Integração, e fica aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 14h às 19h.

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