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É a primeira vez que o ator vem a São Luís e ele se mostrou muito ansioso por encontrar o público da cidade. O espetáculo que está em cartaz há dois anos, já passou por diversas capitais e cidades brasileiras e neste ano já começou, desde os primeiros dias do ano, com apresentações em Campos do Jordão. Em entrevista ao Jornal O Imparcial, Octávio falou de como o espetáculo se consolidou, dos personagens, de situações engraçadas, constrangedoras e da importância do seu papel como ator.
Irmã Selma e Seu Terço Insano foi fruto do programa Terça Insana, do qual foi um dos fundadores.
Ele conta que após o término do programa uma pessoa fez o convite para que ele se apresentasse com Irmã Selma (personagem do Terça Insana) para um grupo de alunos em Ribeirão Preto. A princípio ele recusou, mas depois de várias insistências ele aceitou achando que era uma plateia pequena. “Eu nunca tive vontade de fazer um espetáculo só, mas fui. Preparei o texto, as músicas e quando eu cheguei lá era um teatro abarrotado de gente e eu sai de lá ovacionado. Contei para o Ari Toledo o que tinha acontecido e o produtor dele que estava do lado disse que se eu quisesse continuar ele marcava umas coisas pra mim. Ele marcou em seguida e o que era pra ser uma sessão se transformou em cinco, todas lotadas. Aí eu resolvi pensar a respeito (risos)”, conta o ator.
O espetáculo tem uma hora e meia de duração, e é escrito, dirigido, estrelado e por Octávio. No palco ele apresenta, além de Irmã Selma, a freira humorista mais famosa da Internet, os personagens: Mônica Goldstein, uma apresentadora de um programa sensacionalista inspirada, por exemplo na apresentadora Márcia Goldschmidt ; Walmir, o ex gay que “mudou” de vez; Maria Botânica, uma atriz e cantora; e Xanaína, uma prostituta que é pura e ingênua e que resolve virar cantora.
São cinco personagens, cada um com sua nuance. “É como se fossem cinco pequenas peças. Cada personagem é muito aplaudido ao final e é um show muito familiar, não tem palavrão, não tem baixaria, e honestamente, as pessoas riem o tempo todo. Elas aplaudem a cada 20 segundos e a primeira risada começa aos 10 segundos de peça!”, afirma Tatá.
Irmã Selma e Seu Terço Insano ficará em cartaz no Teatro Gazeta de 17 de janeiro a 18 de abril. Além das viagens com a peça ele também está no SBT participando do programa A Praça é Nossa, e começa a ensaiar um novo espetáculo, Sacrilégio, que deverá estrear no próximo mês de março. “Eu só tenho a agradecer por tudo que tem acontecido. Estou muito feliz com a peça e os projetos, na verdade falo que é um show porque tem atuação e música e a plateia tem papel importante”, destaca Octávio.
Cinco perguntas//Octávio Mendes
Você disse que as pessoas aplaudem a cada 20 segundos. Então como é eu você consegue manter o foco no texto?
Às vezes passa um pouco dos limites, mas eu preciso continuar senão penso que nunca vou sair dali (risos). Então começo a cortar aos poucos. Tem pontos no texto que as pessoas sempre aplaudem. Por exemplo, tem uma parte da cena do programa de TV que eu leio umas cartas e as pessoas aplaudem a cada carta, daí eu continuo, porque se parar... Eu tenho certeza que deixo o público feliz em todas as apresentações, Teve uma vez só que uma pessoa se levantou, mas aí depois eu vi que era grávida.
Como assim? O que aconteceu?
Eu a vi levantar e sair. Fiquei muito chateado porque era a primeira vez que isso acontecia. Mexeu mesmo comigo, mas aí depois ela voltou e aí eu pensei que ela tinha ido chamar a pessoa pra ir embora com ela. Ai ela sentou, depois levantou, saiu de novo, depois sentou. Aí eu fui saber que ela estava grávida. Daí fiquei aliviado.
E mesmo com a concentração no texto você consegue ter essa percepção do que as pessoas estão fazendo na plateia?
A plateia faz parte da concentração, porque você tem que perceber o que acontece à sua frente, ainda mais quando você está sozinho no palco e é responsável pelo que está acontecendo.
E já aconteceu algo inusitado?
Sim. Eu fiz uma vez uma piada idiota sobre a copa no dia em que o Brasil perdeu de 7 a 1 da Alemanha e o público não gostou. Foi um silêncio constrangedor. Eu não ligo pra futebol e com a derrota do Brasil, para mim, perdeu, perdeu. Mas o público estava magoado. Não era o momento para se fazer brincadeira (risos). Outra vez tinha uma criança na plateia e ela falava comigo, e eu comecei a conversar com ela também. Não tem como ignorar isso. E pra você ver, o espetáculo não é impróprio para crianças, é só que tem uma linguagem adulta e trata de alguns conflitos existenciais.
E quais as nuances dos seus personagens?
É como se fossem cinco pequenas peças. Cada um aborda um tipo de assunto e de conflitos existenciais, mas são personagens para todos os públicos, com brincadeiras familiares, saudáveis e ao mesmo tempo sérias, como no caso do ex-gay que foi criado porque eu não consigo entender como as pessoas interferem na vida dos outros; a Márcia, que foi inspirada nos programas sensacionalistas e de como as coisas são expostas na televisão. A Xanaína é uma prostituta que quer ser cantora e, meu, nós temos tantos artistas incríveis e há uma renca que ta aí na mídia, com tanto lixo como música; A Maria Botânica é uma brincadeira. Uma vez, como eu tenho narigão, o cara me chamou de Maria Betania; e a Irmã Selma que é a mais popular e é o sucesso da Internet.
Anota aí!
O quê? Espetáculo Irmã Selma e Seu Terço Insano
Quando? Hoje (sexta) e 10 (sábado) às 21h, e 11 (domingo) às 19h
Onde? Teatro Arthur Azevedo
Quanto? Sexta é preço único 40,00; Sábado e domingo plateia 60,00/frisa e camarote 50,00/Balcão e galeria 40,00
Informações: 3083-1430
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