sexta-feira, 24 de março de 2017

Nova geração reverencia a carreira do Skank com coletânea


Mais de 30 dos maiores sucessos da banda mineira Skank serão cantadas por artistas da nova geração que darão seu toque pessoal aos arranjos de composições marcantes do pop rock nacional. Amores Imperfeitos, Dois Rios, Tão Seu, Pacato Cidadão, Vou Deixar, Resposta, entre outras serão interpretados por artistas como Phill Veras, AnaVitória, Phillip Long, Dani Black, Garotas Suecas, e outros de todo o  Brasil na coletânea Dois Lados, idealizada e produzida pelo mineiro Pedro Ferreira.
Da batida reggae do início da carreira, até escancararem suas influências de rock inglês e Clube da Esquina em trabalhos recentes, poucas bandas na história da música pop nacional foram tão bem sucedidas como o Skank. 
É esta mistura de musicalidade, inovação, pegada pop e reconhecimento que motivou o Scream&Yell a produzir a coletânea. Mais que uma homenagem ao Skank, é uma forma de revisitar uma das obras de maior sucesso da música brasileira, com releituras de artistas da nova geração. 
Com lançamento previsto para junho, o projeto reunirá 32 artistas, de 14 estados, em um álbum duplo com 15 faixas e um bônus track cada. Dentre eles está o maranhense Phill Veras, que interpretará Vou Deixar.Com certeza vou fazer diferente do arranjo original. Acho que faz parte do desafio. Talvez faça mais simples, não sei ainda como vai ser, mas vou usar o mês de abril pra maquinar sobre isso”, comenta o artista.
O produto final será disponibilizado para streaming e download gratuito na página do Scream&Yell e em seus perfis nas redes sociais. Pedro Ferreira também foi responsável pela homenagem ao Los Hermanos em 2012, na Coletânea Re-Trato; e pela homenagem a Milton Nascimento e o Clube da Esquina em 2015, na Coletânea Mil Tom. O disco ainda contará com a artista Luyse Costa, ilustradora encarregada pelo projeto gráfico dessas homenagens.
Phill Veras também participou da coletânea sobre Milton Nascimento, e ao ser convidado para a homenagem ao Skank, ele conta que se identifica desde criança com  a banda e fala do álbum Cosmotron (sexto álbum de estúdio da banda lançado em 2003).
Gosto da intenção do álbum. Tem uma coisa de se renovar como banda pop, de experimentar outros timbres e flertar com algo mais eletrônico sem abandonar a essência pop. Pra mim é o que há de melhor na obra da banda. Até a estética visual, a capa, me interessa bastante. Lembro que era moleque e aquele álbum me chamou atenção quando meu pai comprou. É um ‘discão’”, comenta Phill.
Para Pedro Ferreira será uma oportunidade para entender, de forma definitiva, o valor do legado do Skank, e de que forma ele atingiu e inspirou as pessoas durante todos esses anos.
Assim como foi com o Los Hermanos em 2012 e Milton Nascimento em 2015, para produzir um trabalho como este é preciso nutrir certo carinho e admiração pelo artista/grupo homenageado. E com o Skank, não foi diferente. Sou de Mariana, interior de Minas Gerais, uma cidadezinha que fica ao lado de Ouro Preto. Comecei ouvindo o Skank por influência de primos mais velhos que se empolgaram com a gravação do DVD histórico em Ouro Preto no ano de 2001. Por muito tempo essa apresentação foi assunto dos nossos encontros de família e, até hoje, meus primos me provocam por não ter ido ao show, já que era muito novo na época”, conta Pedro.

Abrindo caminho
A trajetória da banda sempre foi marcada por um flerte com o pop radiofônico, que os levou ao topo das paradas durante anos e abriu caminho para toda uma nova geração não só de Minas Gerais, mas dos quatro cantos do Brasil, entusiasmados pela possibilidade de fazer música de qualidade e com forte apelo popular.
O resultado desta soma de aprovações é um legado que, desde o início do século XXI, vem sendo revisitado por inúmeros artistas, evidenciando a grande influência do quarteto mineiro, que nunca deixou de ensaiar outros passos, sempre revisitando seu próprio som e o atualizando. 

Cinco perguntas//Pedro Ferreira
Por que a escolha do Skank?
É  um ano muito especial para a banda, que completa 25 anos do lançamento do primeiro disco, além disso, poucas bandas na história da música pop nacional foram tão bem sucedidas como o Skank. Pensando em tudo isso, nada mais justo que convidar artistas da nova safra musical e alguns experientes músicos para regravar os clássicos de um dos grupos que mais influenciou a nova geração da música brasileira.

Por que Dois Lados?
Além da alusão a dois sucessos: Três Lados e Dois Rios, o nome faz referência aos dois principais objetivos que norteiam o tributo: perpetuar o legado do Skank com novas releituras e direcionar o olhar do público para a nova safra da música nacional. Acredito que o Brasil vive um dos melhores momentos da música e um dos intuitos do disco é estimular o interesse do ouvinte em conhecer essa nova turma.

Os integrantes do Skank já sabem? 
Sim, eles estão cientes do projeto. Entrei em contato com o Henrique Portugal para apresentar a ideia do álbum e ele adorou. Esse disco é uma forma de todos nós (fãs) transferirmos nossos cumprimentos a banda. Por toda sua história de sucesso, o Skank é forte influência para os jovens do país.   

Como foi a seleção dos artistas convidados?  
O processo de seleção é bem parecido em todos os tributos que faço. Procuro convidar músicos que possuem influências do artista homenageado ou carinho pela sua obra. E, claro, frisando sempre, a ideia da coletânea não é ser um disco de covers, e sim deixar os artistas à vontade para imprimirem sua identidade nas canções. Uma nova roupagem para clássicos.

A escolha das músicas se deu por intermédio de vocês do site ou cada banda/artista escolheu a que queria gravar? 
Um pouco dos dois (risos), a intenção sempre foi percorrer toda obra do Skank. Procurei deixar as bandas à vontade durante a escolha, mas dei alguns “pitacos”. A minha única orientação era canções que o Skank gravou, que são sucesso com eles (mesmo que não sejam deles, mas estão ligadas a eles). Por exemplo, Vamos Fugir e Tanto.

Intérpretes e música
AnaVitória (TO) - Amores Imperfeitos
Wado (AL) – Dois Rios 
Ana Larousse e Leo Fressato (PR) – Tão Seu
Costa Gold (SP) – Jackie Tequila 
Ana Muller (ES) -  Acima do Sol
Phillip Long (SP) – Resposta 
André Gonzales (DF) – Ainda Gosto Dela
Dani Black (SP) – Saideira 
rancisco El Hombre (SP) -  Pacato Cidadão  
Zé Manoel (PE) -   Tanto (I Want You)
Phill Veras (MA) – Vou Deixar
Rico Dalasam (SP) - Balada do amor inabalável
Seu Pereira e Coletivo 401 (PB) – Maquinarama
Nevilton (PR) - Te Ver
Teago Oliveira (BA) – Esmola
Manitu (MG) - Garota Nacional
Quarup (SP) – Vamos Fugir
Lulina (PE) – Indignação 
Jéf (RS) – Sutilmente
André Abujamra (SP) – Sem Terra
Garotas Suecas (SP) – Mandrake e os Cubanos
A Banda Mais Bonita da Cidade (PR) – Canção Noturna
Cobra Coral (MG) – Esquecimento
Graveola (MG) – Baixada News
Transmissor (MG) – Siderado
The Baggios (SE) –  A Cerca 
Tuyo (PR) -  Três Lados
Ian Ramil (RS) – O Homem Que Sabia Demais
Medulla (RJ) – As Noites
As Bahias e a Cozinha Mineira (SP) - É Proibido Fumar
Fernando Anitelli (SP) – Formato Mínimo
Esteban (RS) – Mil Acasos

Selvagens à Procura de Lei (CE) – Ali

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