Xande de Pilares vai envolver a orla
marítima com muito samba em São Luís nesta sexta-feira (4), na Casa das Dunas
(Avenida Litorânea), a partir das 20h. O sambista vem mostrar o primeiro álbum
da carreira solo e ainda os grandes sucessos da época do grupo Revelação, em
que foi vocalista. A Casa ainda vai apresentar diversas atrações locais, como
grupo Argumento e a discotecagem do DJ Marcelo Guzman.
O sambista está em turnê de divulgação
do disco Perseverança, primeiro álbum
da carreira solo, após deixar o Grupo Revelação em 2014. Entre as músicas do
novo trabalho estão Elas Estão no
Controle (cujo clipe tem a participação da atriz Juliana Alves), Clareou, Sintonia do Amor, além da canção-título Perseverança. Mas os fãs
também vão sambar ao som dos grandes sucessos da época do grupo Revelação, como
as canções Deixa Acontecer, Tá Escrito,
Só Vai de Camarote, Velocidade da
Luz, A Paixão me Pegou, entre outros.
Xande é um dos nomes mais expressivos da
nova geração do samba, mas embora seja considerado assim, Xande diz não se
preocupar com rótulos. “Eu
prefiro ser considerado um dos sambistas que tentam seguir o caminho
dos sambistas consagrados, das antigas, dos que começaram lá atrás. Eu
estou mais preocupado em dar continuidade ao o que aprendi com eles, do
que ser o grande sambista da nova geração. Na realidade eu sou um sambista
apaixonado pelo samba. Que sonha em ver o samba ser considerado como Música
Popular Brasileira. Nós sambistas temos que aprender a lutar pelo o que
é nosso. Viver e valorizar o que é nosso. Nosso país é conhecido lá
fora como o do samba. Carmem Miranda saiu do Brasil para cantar samba. Tom
Jobim, a Bossa Nova, que não deixa de ser um samba. Então o samba
tem que ser considerado música popular brasileira, sim. Porque samba também é
música”, avalia.
O cantor e compositor começou a carreira
ainda na infância no Morro da Chacrinha, Zona Norte do Rio de Janeiro, nas
reuniões familiares. Um tio tocava violão, outro cavaquinho e bandolim. O avô
tocava acordeão, a avó e a mãe cantavam.
Aos 16 anos, também começou a tocar
pelos pagodes do subúrbio carioca e foi nessa época que surgiu Velocidade da Luz, grande sucesso do
sambista. De lá para cá, foram várias composições de sucesso, parcerias, shows
e incursões pelo samba, até chegar na carreira solo e se destacar com canções
que falam direto ao coração.
“Minhas composições falam muito de amor. Eu sou
muito romântico, eu procuro falar do cotidiano, do que acontece na
vida dos casais, na vida do ser humano. Eu gosto de escrever muito a
realidade, o que vai de encontro aos corações das pessoas. Sempre tem
alguém precisando de uma palavra amiga. Até nas minhas composições mesmo eu procuro
dar um 'toquezinho', uma palavra, um recado, aqui ou ali”, conta Xande em
entrevista a O Imparcial.
Depois de passar pelo Revelação e seguir
carreira solo, Xande segue se reinventado e experimentando. O cantor e
compositor, estreou em 2014 no cinema, no filme Made in China (Estevão Ciavatta),
ao lado de Regina Casé. Confira mais da entrevista!
Três
perguntas//Xande de Pilares
Qual é o
melhor de se fazer carreira solo?
O melhor de se fazer carreira solo é se
sentir recomeçando. O primeiro passo pra esta reconstrução é
gostar do que faz, estar focado no que quer, saber que direção
tomar, sem desespero, com calma, respeitando o espaço de todos.
É importante saber e ter consciência, que este recomeço é igual quando
você desce todos os degraus que você subiu. Você começa
construir tudo de novo.
Tudo na vida tem que ter desafio, pois quando não
tem desafio, não tem graça. E o recomeço da minha carreira é uma coisa muito
tranquila, porque eu não tenho pressa de nada. Mas não é fácil, não, tem que
ter disposição. Você ter um catálogo e ter que fazer outro... não
é mole não, mas desafio é desafio, porém gostar de samba,
de cantar e estar no meio do povo, dá força e facilita.
Como você
avalia o samba hoje no Brasil?
O samba tem o seu reduto. Hoje o movimento
sertanejo junto com o forró está muito bem, mas como já vi em outros
anos, como nos anos 80, quando a música internacional influenciava muito,
o samba teve que voltar pro seu reduto. Nos anos 90 com a
entrada da lambada, a mesma coisa, mas ele está sempre aí, ele tem lugar
cativo. Eu vejo o samba hoje muito bem reconhecido. Teve uma época em que
se tinha os muros, ali é sertanejo, ali é o samba, ali é o
funk. Agora não tem mais, está tudo misturado, as pessoas
já sabem o valor que ele tem. Mas é momento de peneira, o samba tem o seu
lugar, mas está sofrendo uma mudança.
São vários anos, várias décadas de
movimento. Nos anos 70/80 tivemos Clara, Agepê nas paradas
de sucesso, Benito de Paula, Paulinho da Viola, entre outros.
Depois vieram os Originais do Samba também.
Em meados da década de 80 foi lançado aquele disco Raça
Brasileira que trouxe nomes como, Jovelina Pérola Negra, Zeca Pagodinho,
Pedrinho da Flor e o samba foi para o topo de novo ao ponto
de parar no programa do Roberto Carlos na época.
Na década de 90 veio a rapaziada, Negritude Jr.,
Katinguelê e Zeca Pagodinho , Fundo de Quintal já estavam ali. E por
aí foi indo. Já em 2000 foi a vez do Revelação, Sorriso
Maroto e assim vamos sempre caminhando.
Sobre São
Luís, você tem um público fiel... preparou algo especial?
Esse público que conquistei em São
Luís deve-se muito a minha carreira junto com o grupo Revelação. E após minha
saída ainda posso desfrutar e continuar trabalhando por causa dessa
referência. É um público que eu respeito muito até porque é a cidade da minha
amiga idolatrada, Alcione, do meu amigo Camilo Mariano, entre outros poetas da
cidade. São Luís tem um ótimo clima e mulheres bonitas também. E eu vou
preparar um lance bem especial, bem animado como foi da última vez, priorizando
o meu primeiro CD solo, Perseverança,
e é claro cantando alguns sucessos autorais
Anota
aí!
O quê? Show Xande de Pilares
Quando? Hoje (4), às 20h
Onde? Casa das Dunas (Avenida Litorânea)
Quanto? R$ 60,00 (pista) e R$ 90,00
(front). Nas lojas ADJI, na Bilheteria Digital do Shopping da Ilha e Rio Poty
Hotel, 100% Vídeo da Avenida dos Holandeses e Casa das Dunas.