sexta-feira, 16 de junho de 2023

Exposições cartográficas retratam desenvolvimento urbano em cidades colonizadas por portugueses


Duas novas exposições entram em cartaz no Centro Cultural Vale Maranhão:  Urbanismos de Influência Portuguesa e Cartografias Urbanas do Maranhão apresentam diferentes perspectivas cartográficas de territórios e como as intervenções realizadas ao longo dos séculos reverberam até hoje em diferentes cidades ao redor do mundo.

Urbanismos de Influência Portuguesa sintetiza os resultados de um projeto de investigação elaborado entre 2005 e 2008 na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, que apresenta a evolução conceitual e metodológica da prática urbanística portuguesa num período significativo do século XX, por meio do estudo das influências que se estabeleceram entre Portugal e as antigas colônias na África. A curadoria é de Maria Manuela da Fonte e Sérgio Padrão Fernandes.

A exposição faz parte da programação do IX Fórum Internacional de Patrimônio Arquitetônico Brasil-Portugal – FIPA, realizado pela primeira vez em São Luís com apoio da Prefeitura através da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (FUMPH). “Essa exposição é um testemunho da importante contribuição da arquitetura e da engenharia portuguesa pelo mundo. São Luís, em específico, é um dos marcos que assinalam a identidade de Portugal nesse mundo de expansão marítima. Então, trazer essa exposição é contribuir com os maranhenses e os brasileiros para um entendimento da nossa formação enquanto cidade”, afirma a historiadora Kátia Bogéa, presidente da FUMPH e coordenadora da FIPA em São Luís.

A segunda exposição – Cartografias Urbanas do Maranhão – é uma linha do tempo demonstrada por meio de mapas do estado em diferentes épocas, do século XV ao XX, desde o conhecimento do novo território através de rios e mares, aldeias indígenas e bancos de areia, passando pelo traçado da vila idealizada por portugueses e finalizando com o processo de expansão urbana da cidade. Entre os itens expostos, o mapa holandês de 1641-44, do livro de Gaspar von Barleus, representa os primeiros registros do território maranhense, que inclui o traçado urbano deixado pelo engenheiro-mor português, Francisco Frias de Mesquita.

Os mapas que compõem a exposição fazem parte do acervo da Biblioteca Nacional. “Essa exposição demonstra a importância do estudo da cartografia como instrumento do planejamento urbano contemporâneo. O resgate dos mapas antigos no acervo da Biblioteca Nacional proporciona um confronto com a cartografia atual e permite compreender o planejamento urbano do Centro Histórico e de São Luís”, comenta Grete Pflueger, arquiteta, doutora em urbanismo (UFRJ), mestre em Desenvolvimento urbano (UFPE), professora associada do curso de Arquitetura e Urbanismo e Programa de Mestrado em Desenvolvimento socioespacial e Regional da UEMA e curadora da exposição ao lado de Rosilan Garrido, artista visual e doutora em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Lisboa, mestre em Artes (USP) e professora adjunta de Arquitetura e Urbanismo da UEMA.


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