O Festival Zabumbada, arraial fora de época de São Luís, encerrou neste sábado, na sede do Grupo Grita, no Anjo da Guarda, a sua primeira etapa de atividades em 2023, que leva a alma do bumba meu boi a crianças e jovens de escolas públicas por meio de oficinas gratuitas de danças e percussão. Em uma semana a Caravana Zabumbada ocupou escolas da área Itaqui Bacanga e Cidade Operária. Nesta edição, pela primeira vez o projeto ocupou um centro cultural, o Grita, que atua há décadas naquele território e realiza a Via Sacra mais tradicional da cidade.
Agora é preparar os corações para a etapa festiva do Festival Zabumbada, que ocupará a Praça das Mercês nos dias 7 e 8 de julho com uma sequência de shows e apresentações folclóricas, reunindo o melhor do nosso bumba meu boi, danças populares e artistas da música a convidados especiais que neste ano chegam a São Luís para zabumbar bonito: a multiartista amazônica Gaby Amarantos e o Olodum, que é a maior banda percussiva do planeta.
O Zabumbada é um projeto da Temporana Produções Culturais, patrocinado pelo Instituto Cultural Vale por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Pertencimento
Participaram desta etapa cerca de 1.000 crianças e jovens e a maioria deles nunca tinha experimentado o bumba meu boi fora do espetáculo. As oficinas deram oportunidade de ter contato mais próximo com o papel dos principais personagens desse gênero da cultura popular e o ritmo que marca o sotaque de zambumba, que dá nome ao projeto.
“É muito bom participar para entender melhor o bumba meu boi, porque antes eu ia assistir, mas não conhecia. Agora eu conheço e vou ter bem mais respeito e admiração”, disse Lara Sousa, aluna do Centro de Ensino Maria José Aragão, da Cidade Operária.
Para a diretora do projeto, Carol Marques, a largada do Zabumbada já está abençoada pelos santos juninos, dado o entusiasmo com que foi recebida pela comunidade de diretores, professores e alunos por onde passou. “Estamos muito felizes com os primeiros resultados. É emocionante o encontro desses jovens com instrumentos e indumentárias do bumba meu boi e como eles se entregam ao ritmo e à dança. Não temos dúvida de que o nosso patrimônio cultural está na alma da gente e só precisa de um estímulo para florescer e tornar cada um de nós parte desse patrimônio”, afirma.
As oficinas de dança levaram aos participantes coreografias e indumentárias de índias, índios, caboclos de pena e de fita e miolo do boi. E as de música foram dedicadas aos tambores: zabumba e pandeirão. A estudante Laylla Vitória, também aluna do Centro de Ensino Maria José Aragão, escolheu a oficina de zabumba. “Eu só conhecia por nome mesmo, da época do São João. Realmente me surpreendeu o toque do tambor, achei muito divertido”, contou.
A Caravana Zabumbada tem por propósito apresentar os personagens no contexto cultural em que estão inseridos, estimulando o sentimento de pertencimento da comunidade ao Maranhão, berço do bumba meu boi, que é a maior manifestação cultural do estado, tombada como patrimônio imaterial do Brasil.
O quê: Festival Zabumbada
Quando: Junho (etapa educativa de 5 a 10) e Julho (festival dias 7 e 8)
Onde: Escolas da área Itaqui-Bacanga (etapa formativa) e Praça das Mercês (festival)
Todas as atividades são gratuitas
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