A iniciativa recebeu 57 projetos, dos quais 47 foram habilitados numa primeira fase de análise documental. Na segunda e última fase, os projetos foram submetidos à Comissão de Mérito, formada por cinco integrantes de notório saber do cinema brasileiro, responsável pela seleção final de 14 propostas, de acordo com os critérios de gestão, relevância artística-cultural, valorização do Maranhão e plano de comercialização.
Em solenidade realizada na quarta-feira, (17), no Palácio dos Leões, o governador Flávio Dino certificou os projetos contemplados: dois longas-metragens, 10 curtas-metragens e dois telefilmes foram contemplados e representam um marco para o cinema maranhense. Também participaram de cerimônia, os secretários de Estado de Cultura e Turismo (Sectur), Diego Galdino, de Ciência e Tecnologia, Jhonatan Almada, o representante do Ministério da Cultura, Yuri Logrado, além de representantes dos 14 projetos contemplados com a certificação.
Revolucionário
Marcos Ponts (foto), coordenador técnico dos cursos e presidente da Associação dos Produtores e Cineastas do Maranhão (Aprocima), contemplado com o edital de certificação dos projetos do Edital de Audiovisual do Maranhão, pelo longa-metragem "Chorando Se Foi", destaca o Estado como um celeiro de bons produtores de audiovisual.
"O Maranhão já demonstra uma vocação natural pela cinematografia. E o sonho em ter uma Escola de Cinema no Estado é mais antigo que a minha própria existência. O sonho se concretizou com a criação de uma escola produtiva. Estamos com curta-metragem “Bodas de Papel”, que vai concorrer no Festival de Brasília de Cinema Brasileiro. Esse foi o primeiro filme feito pela Escola de Cinema em tarefa desenvolvida pelos alunos orientados pelos professores", explicou o cineasta de apenas 26 anos.
Marcos Ponts considera como democrática e revolucionária as ações do Governo do Estado em favor da produção cinematográfica local. "Embora tenha chegado atrasado, vejo o cinema do Maranhão vivenciando um novo momento. Isto acontece graças a atitude de um governo democrático que entendeu que o cinema não é apenas manifestação artística. É um setor estratégico, uma indústria soberana. Importante comercialmente, mas também um agente capaz de ensinar, mostrar o Maranhão aos maranhenses e ao resto do mundo, por meio das diversas plataformas audiovisuais, desconstruindo o processo de aculturação. Entendo que o fruto desse edital é muito positivo no fomento, capacitação e formação de plateia", ressalta.
‘Divisor de águas’
A cineasta e produtora cultural, Mavi Simão, idealizadora do Maranhão na Tela, contemplada com o edital de certificação dos projetos do Edital de Audiovisual do Maranhão, na categoria Telefilme, com ‘Terminal Praia Grande’, elogiou a atitude do governo do Estado em priorizar, também, as pessoas envolvidas na cadeia produtiva do audiovisual local.
"Finalmente o que está acontecendo no Maranhão é uma política cujo o objetivo é potencializar, congregar os produtores, o mercado e a política pública de fomento do setor audiovisual. Enfim, legitimar quem não será preciso sair do Maranhão para se fazer cinema. Isso tudo o que estamos vivenciando defino como 'um divisor de águas'. Estamos em um ótimo momento, graças, a sensibilidade de um governo que não vê o cinema local como algo supérfluo, mas essencial", assegura.
Coletividade
Arturo Sabóia contemplado com o edital de certificação dos projetos do Edital de Audiovisual do Maranhão, na categoria curta-metragem com ‘Farol', disse que todo esse incentivo, patrocinado numa parceria, entre o Governo do Estado e a Ancine, reflete uma conquista coletiva. Sabóia torce para que tenha vida longa.
"Toda a produção cinematográfica local era feita de forma independente. Esse é um momento histórico para quem produz cinema no Maranhão. É uma conquista coletiva. Eu torço para que o edital permaneça e a gente, que produz cinema, possa contar a História do Estado nas diversas plataformas audiovisuais", finaliza.
Arturo Sabóia foi o grande vencedor do 41º Festival de Cinema de Gramado, realizado em agosto de 2013, na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul. Foram seis Kikitos conquistados, entre eles o de melhor filme na categoria curta-metragem e melhor diretor em "Acalanto".
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