quarta-feira, 30 de março de 2022

Feira do Empreendedor começa nesta quinta-feira (31) em São Luís




Após dois anos em formato digital, em razão do período crítico da pandemia, o Sistema Sebrae volta a realizar seu maior evento de empreendedorismo, a Feira do Empreendedor, em formato presencial, e o retorno será iniciado pelo Maranhão. Em sua 10ª edição, a Feira acontece de 31 de março a 03 de abril de 2022, no Complexo Multicenter Eventos e Negócios.

 

A programação de conhecimento começa às 10h, no Centro de Convenções. Às 17h, terá a primeira master class, com o palestrante de economia Luís Arthur Nogueira. Em seguida, às 18h, haverá a solenidade oficial de abertura da Feira do Empreendedor 2022, que contará com a palestra do cantor Carlinhos Brown.

 

A retomada da Feira marca o fortalecimento do empreendedorismo local, a importância dos pequenos negócios e incentiva a retomada da economia do estado. Este ano, a Feira reunirá, além de empreendedores da região metropolitana, mais de 2 mil empreendedores de 170 municípios maranhenses e, também, de estados vizinhos.

 

Com o tema Bons Ventos para o Seu Negócio, a Feira contará com oportunidades de inserção no mercado com eixos de inovação, conhecimento, empreendedorismo, negócios, oportunidades, capacitação e inspiração.

 

Durante os quatro dias de programação, empreendedores e pessoas que desejam empreender vão contar com mais de 100 horas de programação, divididas em mais de 10 Arenas de Conhecimento, que trarão novas formas de empreender, consumir, promover sua marca, seus serviços, estabelecer conexões, parcerias, fechar negócios lucrativos e sustentáveis.

 

A programação da Feira também terá 11 master classes com palestras de especialistas renomados nacional e internacionalmente, tais como: André Siqueira, Luís Arthur Nogueira, Rodrigo Giaffredo, Anna Flávia Ribeiro, Nina Silva, Luiz Felipe Pondé, Sallete Lemos, Teco Medina, Marcos Rossi e Arthur Igreja.

 

A Feira do Empreendedor está sendo organizada pelo Sebrae e tem como parceiro correalizador o Governo do Estado, sendo patrocinada pelo Sistema Fiema, com participação do Sesi/MA, Senai/MA, IEL/MA e Programa de Desenvolvimento de Fornecedores PDF); Faema-Senar/MA, EEMAP; Star 1; Equatorial Energia/Enova; Fecomércio/MA, Sinduscon/MA; Alvorada Motos; Acústica Produções; Suzano; Safemed/Vitalmed; JR Voltz, Vale, Banco do Brasil e Banco do Nordeste.

 

 Terá, ainda, apoio da Associação Catarinense de Tecnologia – Acate e da Agência Espacial Brasileira – AEB, Prefeitura de São Luís (através da Semfaz, Amdes, Setur, Semispe, Semurh/Blitz Urbana, Semapa e Semus), G7 Cooperativa de Turismo, Amagames, Uniceuma, UFMA. Conselho Regional de Contabilidade – CRC, INSS e Secretaria de Administração de São José de Ribamar Semas.

 

A Feira em números

 

-       16 mil visitantes durante os 4 dias de evento

-       180 expositores

-       32 vitrines empresariais

-       36 caravanas com mais de 2 mil empreendedores de 170 municípios maranhenses 

-       10 eventos paralelos, com seminários e encontros, somando mais de 2.500 participantes

-       11 renomados palestrantes em master classes

-       4 encontros de negócios, com 14 empresas compradoras e 130 fornecedores, dos segmentos de alimentos e bebidas

-       Mais de 10 espaços de conhecimento

-       2 Villas food, com 26 operações

-       1 Espaço Kids, em parceria com a Fecomércio/SESC

-       1.100 vagas no estacionamento

-       Mais de 100 horas de programação

 

Programação

 A Feira irá funcionar das 10h às 22h, durante os quatro dias de evento. A programação completa está disponível no site do evento: feiradoempreendedor.sebraema.com. 

QUINTA (31)

 

1)    LUÍS ARTUR NOGUEIRA

Quando: 17h, Auditório Darcy Ribeiro 1

Palestra: O futuro econômico e as finanças dos empreendedores.


Bio: Luís Artur Nogueira é economista, jornalista, educador financeiro e palestrante profissional, com MBA em mercado financeiro e formação na Business na Universidade da Califórnia, em San Diego. Comentarista econômico e âncora na TV Jovem Pan News, onde apresenta o programa "Mercado Financeiro". Colunista da revista e site ISTOÉ Dinheiro e do blog "Descomplicando a Economia" e do Portal iG, assinando a coluna "A Economia Sem Gravata", homônima do canal no YouTube. Na lista anual dos "50 Jornalistas Mais Admirados do Brasil" e dos “10 Melhores Jornalistas Econômicos" do País.

 

2)    CARLINHOS BROWN

Quando: 19h30, Auditório Darcy Ribeiro 1

Palestra: "Música, Inovação, Visão de Futuro e Transformação e seus impactos na carreira de Carlinhos Brown"

Bio: Primeiro músico brasileiro a fazer parte da Academia do Oscar e a receber os títulos de Embaixador Ibero-Americano para a Cultura e Embaixador da Justiça Restaurativa da Bahia. É compositor, cantor, arranjador, multi-instrumentista, técnico das três versões brasileiras do The Voice, e artista visual. Ao longo da trajetória artística, Brown já formou mais de 15 mil músicos pelo mundo. Ganhador do Prêmio Goya, 2 Grammy's Latinos e 08 indicações, além do troféu em reconhecimento à atuação como arte-educador pela ISME - Sociedade Internacional de Educação Musical. Brown é um dos precursores do movimento Axé Music, criador dos grupos Timbalada, Os Zárabes, a Bolacha Maria, o Vai Quem Vem, a Timbalada, a Pracatum, o Guetho Square, do Museu du Ritmo, o Selo/Editora Candyall Music, com mais de 800 canções

 


 




Projeto Sesc Musicar abre seleção para novos alunos


 

Estão abertas até o dia 7 de abril as inscrições para seleção de alunos do projeto Sesc Musicar na modalidade Prática de Banda: iniciação e aperfeiçoamento musical.  Maiores informações sobre o processo de seleção e o link para inscrição estão disponíveis em www.sescma.com.br.

Com vagas para início imediato e também formação de cadastro de reserva, o projeto oferece de forma gratuita os cursos de saxofone (7 vagas), trombone (04 vagas), flauta transversal (3 vagas), trompa (4 vagas) e trompete (5 vagas).  Para ingressar no projeto, é necessário ser dependente de trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo, estudante de escola pública, ter entre 14 e 24 anos e possuir seu instrumento musical.

As aulas acontecerão em formato híbrido (presenciais e on-line), sendo as presenciais aos sábados das 14h às 18h, na Unidade Sesc Turismo, Olho D’água. Já as aulas on-line seguirão a programação de cada curso que será previamente repassada aos classificados.

SOBRE O PROJETO

O Sesc Musicar contribui há mais de 15 anos para a educação musical e desenvolvimento sociocultural de crianças, adolescentes e jovens, em especial aqueles em situação de vulnerabilidade social.

O projeto incentiva o desenvolvimento artístico musical, a autoconfiança e a motivação por meio do exercício diário de aprendizagem com instrumento e aprimoramento técnico dos alunos.

SERVIÇO

Seleção para o Sesc Musicar | Modalidade Prática de Banda: iniciação e aperfeiçoamento musical

Período de inscrição: De 28 de março a 7 de abril;

Local: www.sescma.com.br;

Seleção dos candidatos inscritos: 8 e 9 de abril;

Resultado final: disponível no site do Sesc MA no dia 11 de abril;

Matrícula dos selecionados: de 11 a 15 de abril na Central de Relacionamento com Clientes do Sesc Turismo - Av. São Carlos, s/n, Olho D'Água.

Compromisso com o Clima abre edital para captação de projetos ambientais


 

Iniciativa tem o objetivo de estimular ações de mitigação às mudanças climáticas

 

O Programa Compromisso com o Clima, uma parceria inédita firmada em 2017 entre Natura e Itaú Unibanco, com o apoio do Instituto Ekos Brasil, acaba de anunciar a abertura de edital para seleção de projetos socioambientais que reduzem emissões de gases de efeito estufa e que gerem impactos socioambientais positivos. Os interessados têm até o dia 10 de abril para efetuar a inscrição.

 

Neste ano, serão priorizadas as ações focadas em agricultura, floresta e uso do solo, energia, manejo de resíduos, substituição de combustíveis fósseis, dentre outros. As inscrições podem ser feitas pelo site https://compromisso.ekos.social/.

 

Todos os projetos selecionados serão submetidos a avaliações técnicas e jurídicas criteriosas conduzidas pelo Instituto Ekos Brasil e pelo escritório de advocacia Mattos Filho. E aqueles aprovados irão compor o portfólio de compensação de carbono de grandes empresas.

 

O Edital Compromisso com o Clima tem o intuito de unir forças para compensar suas emissões inevitáveis de processos produtivos de maneira conjunta ao selecionar projetos que reduzem emissões e geram benefícios sociais e ambientais ao mesmo tempo.

 

Ao longo dos anos, outras empresas se juntaram à plataforma como MRV, Lojas Renner, Localiza, escritório Mattos Filho, MRV, grupo RaiaDrogasil e o iFood, fazendo com que o programa expanda seu alcance e siga no propósito de engajar o setor privado em ações de responsabilidade climática. O sucesso da iniciativa se estabeleceu nos anos seguintes e, agora, em 2022, as empresas lançam o quinto edital.

 

Os projetos selecionados pelo programa são disponibilizados na Plataforma Ekos Social. Atualmente, a Plataforma conta com mais de 15 projetos vinculados ao Compromisso com o Clima. As iniciativas, que estão localizadas nas cinco regiões do Brasil, têm compensado emissões de Gases de Efeito Estufa e gerado impactos socioambientais positivos.

ALL vai lançar edital de concurso literário

 


Se você gosta de escrever e espera uma oportunidade para mostrar o seu talento, é hora de desengavetar aqueles escritos que estavam escondidinhos, ou de botar a mão na massa e colocar as ideias no papel. No dia 4 de abril sairá o edital do Concurso Literário da Academia Ludovicense de Letras, que vai premiar produções nas modalidades Conto e Poesia. O edital será publicado na página oficial da instituição na Internet.

De acordo com Alexandre Lago, um dos coordenadores do concurso, haverá premiação em dinheiro para as duas melhores produções em cada segmento, e menção honrosa para o terceiro lugar.  Ele destaca ainda a importância do concurso. “É a primeira iniciativa dessas de uma academia de letras em 50 anos na capital. Isso é fundamental para incentivar a leitura, a  escrita, novos talentos. Sem contar que o concurso terá um júri de escritores renomados. Será um grande evento literário”, disse.

Dentre os jurados do concurso estão grandes nomes da literatura, como o poeta e ensaísta Antônio Cícero, da Academia Brasileira de Letras; o romancista e contista Cristóvão Tezza, ganhador dos Prêmios Jabuti e Oceanos; o poeta Salgado Maranhão, vencedor de dois Prêmios Jabuti; o poeta Carlos Nejar, da Academia Brasileira de Letras, além de outros que ainda serão confirmados.  

Antônio Cícero

Carlos Nejar

Cristóvão Tezza

                                                                        Salgado Maranhão

A presidente da ALL, Jucey Santana, afirmou que não quer apenas realizar o concurso, mas dar um elevado padrão de qualidade ao certame. Disse, ainda, que o trabalho da comissão tem sido rápido e eficiente. A comissão de elaboração do concurso é constituída pelos escritores José Neres, Alexandre Lago, Ceres Costa Fernandes, Antônio Ailton, com a colaboração do escritor Adonay Moreira.

Após o lançamento do concurso será anunciada a comissão que irá julgar os trabalhos selecionados, e no dia 17 de outubro serão anunciados os vencedores. A expectativa é que um grande número de pessoas participe desta disputa. “Em nossa cidade que tem grandes escritores na história, tem tradição na literatura, não poderia deixar de contribuir com esse tipo de iniciativa e incentivar a produção literária”.

O tom do (mau) humor

 

                                                                           Reprodução


*Patricia Cunha


A noite  de cerimônia de premiação do Oscar, a maior da indústria do cinema mundial foi marcada não só pelo seu brilhantismo, mas pelo protagonismo do ator Will Smith. Grande vencedor da noite da estatueta de melhor ator pelo filme “King Williams”, Will deu um tapa no rosto do também ator Chris Rock, após este fazer uma piada de mau gosto sobre a doença autoimune da atriz Jada Pinkett Smith, esposa de Will Smith.

Da plateia, Will chegou a esboçar um sorriso, mas não demorou muito para que ele subisse ao palco e soltasse a mão na cara do apresentador. Ao sentar, justificou seu alto proferindo frases como: “tira o nome da minha mulher da sua boca”. Sem graça, Chris Rock disse que não mais o faria.

O episódio foi um prato cheio para os internautas. “Bem feito”, “Merecido”, “Desnecessário”, “Perdeu a razão”, foram algumas das opiniões sobre o episódio que deixou a todos abismados, mas que gerou também vários memes.

Ao ser consagrado como Melhor Ator, Will se desculpou com a Academia e falou sobre uma conversa que teve com Denzel Washington nos comerciais: “Denzel me disse há alguns minutos: ‘Em seu momento de maior grandeza, tome cuidado. É nessa hora que o Diabo irá te procurar'”, referindo-se ao que aconteceu anteriomente. Ele pediu desculpas a todos e à Academia, reforçando que ele continuasse sendo convidado para outras festas.

Mas o que os atos de Will e Chris reverberam? Qual o tom do humor? Qual o limite entre o que é engraçado, sarcástico ou maldoso? A agressão que Chris levou foi maior do que a que Jada recebeu ao ser motivo de piada?  E o revide de Will foi correto?

Ao meu ver ambos erraram. Muito se tem falado sobre comediantes que utilizam de quaisquer artifícios para fazer piada. Jada tem alopecia. Chris sabia? Tanto faz? Ele não tinha outro gancho para fazer humor? Tinha que pegar uma característica de alguém da plateia? 

Rock disse que mal podia esperar por Jada em “Até o Limite da Honra 2”, em que a atriz principal do primeiro filme, estrelado por Demi Moore, tinha a cabeça raspada. Jada, apresentadora do “Red Table Talk” tomou a decisão de raspar o cabelo por ter uma doença autoimune, chamada alopecia, que faz com que a pessoa apresente um afinamento e queda de cabelo. É possível perceber, na hora da piada, que  Jada não gosta da comparação. E Will, bom ele resolveu ir “às vias de fato”, como se diz comumente.

Se ao invés de soltar a mão no ator, Will tivesse ido ao palco na hora de receber a sua estatueta e tivesse falado sobre a infeliz comparação ao invés de agredir Chris, teria saído bonito na “fita”? Com certeza. Mas o sangue quente falou mais alto. Agressão não foi e nem nunca será justificativa para nada. Brincar com coisa séria, fazer “bulling” em rede mundial, também não. Ambos erraram e que eles aprendam com seus erros.  Nós também.


*Jornalista, pós-graduada em Assessoria de Comunicação

Bumba Boi para espantar a saudade do São João no Pátio Aberto



Matracas e pandeirões vão dar o tom do Pátio Aberto dessa semana no Centro Cultural Vale Maranhão. A atração da vez é o Bumba Meu Boi Meu Capricho de Paço do Lumiar, que celebra seus 27 anos de história, trazendo um pouco do São João do Maranhão para diminuir a saudade do público. O folguedo acontece nesta quinta-feira, 31 de março.

Com entrada gratuita, o CCVM fica localizado à Av. Henrique Leal, 149, Centro Histórico. A brincadeira terá início às 19h.


segunda-feira, 28 de março de 2022

Gu7o faz desabafo em seu novo single ‘Sad Boy’




 

Natural de São Luís (MA), Gu7o lançou o novo single “Sad Boy”, nas plataformas digitais, que chega acompanhado de um visualizer. A faixa foi escrita pelo artista como um desabafo durante um período ruim em sua vida. 

 

Gu7o faz alerta sobre o suicídio com o lançamento do single “Sad Boy”. O suicídio é a segunda principal causa de morte entre os jovens entre 15 e 29 anos. Todos os dias, pelo menos 32 brasileiros tiram suas próprias vidas. Esses números poderiam ser evitados ou reduzidos consideravelmente se existissem politicas eficazes de prevenção do suicídio.  

 

O single “Sad Boy” antecede o novo trabalho do músico, com lançamento previsto para o fim de abril, o EP “Sad Boy”. O artista ainda planeja uma sequência de singles para finalizar o ano.  

 

Gu7o estreou na música em 2017, com forte influência do Rap, Trap, Pop e R&B acompanhado de um excelente desempenho nas plataformas de streaming de música, alcançando bons números e chegando a playlists oficiais de Trap do Spotify. Ao longo dos anos, Gu7o com seus lançamentos elevaram o Trap maranhense a um novo patamar que permitiram o artista criar uma forte conexão com sua base de fãs que vem crescendo e o acompanha nas redes sociais.  



 

Link (Deezer): https://deezer.page.link/xPwqtHX6EKAHBRDE9  

 

Link (YouTube): https://www.youtube.com/watch?v=d16BTRO3Etc   

 

Fotos: Divulgação 

   


O que mudou no mundo da música para Anitta atingir o topo das paradas?






 *Wanderson Lima Nicolau

Há quem torça o nariz, mas é fato: Anitta, funkeira do subúrbio carioca, entrou para a história da cultura pop ao ocupar o primeiro lugar das paradas com a música “Envolver”, a mais ouvida do mundo na última sexta-feira, 25 de março. Foi a primeira vez que uma artista latino-americana atingiu a marca com uma canção solo, sem feat. Em 24 horas, apenas no serviço de streaming Spotify, a obra cantada em espanhol foi ouvida mais de 6,3 milhões de vezes, impulsionada pelos fãs brasileiros e de outros países latinos.

 

Se antes o sucesso era materializado na venda de discos, na execução de músicas pelas rádios (com direito ao famoso “jabá”, que resiste até hoje) e quantidade de público em shows, hoje, na era da música digital e do mundo globalizado afetado pela pandemia, o streaming se tornou a balança que mensura quem vende, gera lucro e alcança popularidade em escala planetária.

 

O peso reside na quantidade de vezes em que a música é reproduzida em uma das várias plataformas disponíveis no mercado, como Apple Music, Spotify, Deezer, YouTube, SoundCloud, Amazon Music, entre outras. A popularidade de um artista também é potencializada pela quantidade e engajamento de seguidores em redes sociais, um sistema complexo que se retroalimenta e está em constante diálogo com o universo do streaming. Likes, compartilhamentos e views resultam em lucro. Este é o business. 

 

A cultura pop é um fenômeno ligado aos meios de comunicação de massa. O sociólogo britânico Anthony Giddens entende a “pop culture” como um entretenimento criado para grandes audiências, que podemos materializar nas redes sociais e plataformas digitais. Outro estudioso que nos ajuda a avançar na análise é Stuart Hall, que considera cultura popular aquilo que foi excluído da cultura dominante da elite em determinada sociedade, criando uma espécie de subcultura.

 

Lembremos do caso do nosso bumba-meu-boi, hoje tido como o maior baluarte do folclore maranhense, mas, que até a década de 1940, convivia com a proibição de os grupos se apresentarem no Centro de São Luís, restringindo-se aos bairros de periferia, como o João Paulo, palco da popular Festa de São Marçal, em 30 de junho. O próprio Câmara Cascudo, no Dicionário do Folclore Brasileiro, sintetizou o pensamento reinante da época: “O bumba-meu-boi é o divertimento da gente de pé-rapado”.

 

Faço este resgate histórico para mostrar que a cultura é dinâmica, ainda mais a popular, que é produzida pela e/ou para as massas. Ainda assim, é preciso cuidado para não cair na armadilha do elitismo cultural e da ideia de alta e baixa cultura. Os tempos mudaram e quem não acompanha as mudanças não entende a própria sociedade em que vive. Estamos cada vez mais dependentes das novas tecnologias, que democratizaram o acesso aos diversos bens culturais imateriais, e revolucionaram a forma como os artistas interagem com os fãs, apresentam seus trabalhos e vendem músicas e shows.

 

No ano passado, a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) realizou um estudo com 43 mil pessoas de 21 países, incluindo o Brasil, que revelou os três motivos que fazem com que os usuários paguem pelo serviço de streaming: ausência de anúncios durante execução das músicas, flexibilidade para ouvir o que e quando quiser e acesso a milhões de canções.

 

O Brasil se tornou o 11º maior mercado da indústria fonográfica mundial, com faturamento superior a R$ 2 bilhões em 2021, sendo 85,6% das receitas provenientes do streaming. Na América Latina este mercado cresceu mais de 30% no último ano, índice só superado pelo Oriente Médio e norte da África, que alcançaram 35% de alta. No mundo, o mercado da música subiu 18,5%.

 

A pesquisa também mostra que a média semanal, por usuário, é de 18,4 horas dedicadas ao prazer de ouvir canções. 80% das pessoas afirmaram que a música ajudou com o bem-estar emocional durante a pandemia. No caso do Brasil, 61% dos usuários das plataformas de streaming acompanharam lives de seus artistas prediletos, maior engajamento registrado no estudo. Quanto aos estilos musicais mais ouvidos no mundo, o pop está na liderança, seguido pelo rock e canções dos anos 1990 e 1980. O soul/blues aparece em 10º lugar.

 

Amanhã, o ranking das músicas mais baixadas e reproduzidas via streaming vai mudar. Esta é a dinâmica da cultura pop: um mercado sempre ávido por novidades e marcado por produtos com prazo de validade, apresentados em ritmo frenético. O estudo também aponta que 67% das pessoas ouviram novas músicas ou conheceram novos artistas via streaming.

 

Anitta foi descoberta por novos usuários das plataformas com ajuda da coreografia da música “Envolver”, que viralizou em redes sociais como TikTok, Instagram e Twitter. Não foi acaso e nem sorte, foi muito marketing e planejamento para “El Paso de Anitta” se tornar uma febre mundial. Foi um mês de campanha até atingir o ápice do streaming mundial. Um feito a ser celebrado por ela, mas que nos mostra o quanto é difícil conquistar espaço na cultura pop e continuar em alta. No próximo mês, a artista promete lançar o primeiro álbum internacional. Vejamos quais caminhos o produto seguirá.


*Mestre em Comunicação e especialista em Jornalismo Cultural na Contemporaneidade pela Universidade Federal do Maranhão

 

 

sexta-feira, 11 de março de 2022

Juiz lança biografia de Maria Firmina no bicentenário de nascimento dela


Por Patricia Cunha

 



“Mesquinho e humilde livro é este que vos apresento, leitor. Sei que passará entre o indiferentismo glacial de uns e o riso mofado de outros, e ainda assim o dou a lume. […] Deixai, pois, que a minha ÚRSULA, tímida e acanhada, sem dotes da natureza, nem enfeites e louçanias da arte, caminhe entre vós.” - Maria Firmina dos Reis, no livro “Úrsula”. 

O 11 de março de 2022 é uma data emblemática que marca o bicentenário de nascimento de Maria Firmina dos Reis, maranhense, primeira romancista negra brasileira. Nascida em São Luís a  11 março de 1822, Maria Firmina faleceu  em 11 de novembro de 1917,  aos 95 anos, na cidade de Guimarães. Teve em vida o privilégio de presenciar a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República. Foi registrada como filha de João Pedro Esteves e Leonor Felipe dos Reis, prima do escritor maranhense Sotero dos Reis por parte de mãe. Em 1830, mudou-se com a família para a Vila de São José de Guimarães (Guimarães-MA).

Sua obra literária e sua importância na história ganharam o mundo num passado não tão distante. Pesquisadores, escritores, articulistas, curiosos e especialistas vem dando, paulatinamente, a importância e a reverência que a vida e a obra dessa maranhense merecem. Um deles, é o magistrado Agenor Gomes, que lança nesta sexta-feira, 11, a obra literária de sua autoria “Maria Firmina dos Reis e cotidiano da escravidão no Brasil”, em solenidade que acontecerá às 17h, no auditório da sede administrativa da Associação dos Magistrados do Maranhão, no Calhau, com evento aberto ao público, e atenção às restrições cabíveis contra a Covid-19.

Foram 3 anos de trabalho de pesquisa, de coleta, de investigação em bibliotecas; arquivos dos municípios de Pinheiro, Guimarães e São Luís, e ainda do Tribunal de Justiça; cartórios, até que fossem reunidos todos os elementos para resultar em um trabalho de 360 páginas, divididos 13 capítulos. A obra tem ainda 81 fotos relacionadas a documentos que foram encontrados e fala de diversos aspectos da vida de Maria Firmina, para além da vida de escritora.

O livro possui 15 documentos inéditos ainda desconhecidos da vida de Maria Firmina, como procurações, documentos assinados ao longo da trajetória, quando ainda jovem, até a última assinatura quando ela já está cega.

 Encantado pela escritora

O autor, nascido em Guimarães, disse que cresceu vendo toda a cidade lembrando Maria Firmina como a professora referência da cidade, com nomes e espaços que tem o seu nome. Tempos depois, já formado em Direito e participante do Instituto Histórico de Guimarães, participou de uma edição da Feira do Livro do qual Maria Firmina era patrona. A partir daí, observando que as pessoas tinham curiosidade de saber mais referências sobre a vida de Maria Firmina em Guimarães, decidiu fazer a biografia.

Juiz Agenor Gomes

 “Nós conseguimos localizar o registro de óbito da africana Engrácia, avó de Maria Firmina. Eu estava muito empenhado em saber a origem do lado materno da nossa romancista. A pesquisa traz esta revelação. A sua avó Engrácia veio a bordo de um navio tumbeiro (negreiro) no porão. Ela chega em São Luís e é adquirida no comércio por um comendador que era um dos maiores comerciantes de negros escravizados em São Luís, Caetano José Teixeira. Ela é vendida para a família do professor Sotero dos Reis. Depois vem Leonor, mãe de Maria Firmina, até chegar Maria Firmina. Veja então o destino que podia ser reservado para uma mulher africana escravizada que veio da África para o Maranhão. Com empenho e rompendo com todas as dificuldades de uma família escravizada, ela consegue educar a filha Leonor, e depois Leonor consegue educar Maria Firmina. E essa neta vai se tornar a primeira romancista brasileira”, conta Agenor Gomes.

O prefácio do livro foi feito pela crítica carioca Luiza Lobo, primeira pesquisadora que levou a obra de Maria Firmina, há muito anos, para as universidades do eixo Rio-São Paulo. “O Nascimento Moraes Filho (Maria Firmina: fragmentos de uma vida, 1976) lançou o livro dele aqui, mas você sabe das limitações que tem as nossas obras, os livros de autores maranhenses, de chegar no Sul. A Luiza Lobo vem aqui da década de 1980, conhece Nascimento Moraes Filho, a obra, e ela então se interessa pela obra, e chega no Rio e em São Paulo e consegue editar a primeira edição atualizada de Úrsula, em 1988. Isso foi muito importante para a divulgação da obra de Maria Firmina”, disse o autor.

José Ewerton Neto, cronista, membro da Academia Maranhense de Letras, faz o posfácio; e a orelha do livro ficou a cargo do desembargador Lourival Serejo, presidente da AML. O patrocínio é da Academia Maranhense de Letras. 

  Dia da Mulher Maranhense

A vida, obra e trajetória da romancista, inspirou o Dia da Mulher Maranhense, instituído pela  Lei n° 3.754, de 27 de maio de 1976, - sancionada pelo Governador do Estado do Maranhão Osvaldo da Costa Nunes Freire. O Projeto, de autoria do Deputado Estadual vimarense Celso Coutinho, data de 1975, ano de comemoração do sesquicentenário de nascimento de Maria Firmina dos Reis. Em 2017, a Lei 10.763/2017, sancionada pelo Governador do Estado do Maranhão, Flávio Dino de Castro e Costa, alterou o artigo 1º da lei anterior que trata da data de nascimento da escritora, passando de 11 de outubro de 1825 para 11 de março de 1822, com base em pesquisa documental, a pedido da Academia Ludovicense de Letras – ALL.

Maria Firmina dos Reis é a patrona da Academia de Letras da cidade de São Luís e sua obra mais famosa, “Úrsula”, além de reconhecida, enaltecida, é de grande aceitação pelos literários. Uma mulher fabulosa, descendente de escravos que tomou as rédeas da vida. Uma mulher à frente do seu tempo, que rompeu barreiras e encanta com sua obra.

“Úrsula”, escrito em 1859, foi o primeiro romance abolicionista, o primeiro escrito por uma mulher negra brasileira. O romance a consagrou como escritora e também foi o primeiro da literatura afro-brasileira, entendida como produção de autoria afrodescendente.

“Porque que ‘Úrsula’ chama a atenção? Os escritores romancistas tratam o negro escravizado de forma absolutamente subalterna. Os personagens eram seres sem discurso próprio, não falavam de si, tinham um enredo menor. Aí vem Maria Firmina, escreve esse romance, história de dois namorados, da sociedade aristocrática, escravocrata..., e em um capítulo chamado ‘Preta Suzana’, ela embute aos personagens, negros escravizados o discurso de sua própria ancestralidade. Ela fala do negro escravizado com ser humano”, aponta o escritor. 

Agenor Gomes, nascido em Guimarães, é juiz de direito, membro fundador e titular da cadeira nº6 do Instituto Histórico e Geográfico de Guimarães.