domingo, 31 de maio de 2015

Poema sujo sob sob as lentes de Márcio Vasconcelos




Visões de um poema sujo, a mais nova exposição do fotógrafo Márcio Vasconcelos, se propõe a ser uma releitura da cultuada obra de Ferreira Gullar, Poema Sujo, escrito pelo maranhense de maio a outubro de 1975, quando estava exilado em Buenos Aires, durante a ditadura militar. As 60 fotografias que retratam a visão de Márcio, inspirada no livro de Gullar, estarão à disposição do público a partir de hoje, 28, às 19h, no Museu de Artes Visuais (Praia Grande).
São mulheres, objetos, lugares, situações... Imagens que revelam a São Luís de antigamente, mas também um outro lado do fotógrafo conhecido por seu trabalho documental e de pesquisa: o lado poético.  “Há tempos já vinha namorando a coisa da fotografia com a poesia, literatura, querendo misturar as artes. Querendo mostrar a delicadeza da poesia e um trabalho mais voltado para a alma feminina. Acho que a poesia ajuda nisso. Essa exposição deve ser um marco nessa mistura que me propus fazer", comenta o artista.
A mistura a que ele se refere é que além da fotografia, a abertura da exposição terá poesia, teatro, dança, performance e discotecagem de Jorge Choairy.  O texto de apresentação da exposição é do poeta Celso Borges, que também dirige os atores Áurea Maranhão e Claudio Marconcine. O figurino é assinado por Claudio Vasconcelos.
Para essa mostra Márcio fez um sem número de fotografias. Percorreu ruas, becos e vielas do Centro Histórico e outras localidades de São Luís que retratassem trechos do poema. Deu a sua visão da obra. “Peguei fragmentos do poema, considerando a importância dessa obra que foi feita como se fosse o final da vida dele, o último.  E queria mostrar a São Luís que ele tinha deixado, precisa falar da memória que ele tinha aos 7 anos. Ele achava que ia morrer em Buenos Aires, no exílio”, conta Márcio.
Márcio começou a ler o poema e passou a ver fotografia em tudo. Começou a destacar os fragmentos e quando percebeu tinha para mais de 80 marcados. “Aí fui para a rua. Mergulhei na cidade. Andava por São Luís e ficava imaginando o poema. Depois de 1 ano e meio comecei a fazer os agrupamentos de 3, 4 fotos, 10 fotos que comungam entre elas”, explica. Alguns agrupamentos reúnem sagrado e profano, por vezes despretensiosamente. Como um deles que mostra uma prostituta seminua ao lado de São Sebastião.
“Por isso a exposição se chama Visões de Um Poema Sujo. A São Luís que ele não fala, mas que acho que caberia dentro do poema estão fotografadas. Seu eu tivesse no exílio como veria a São Luís dos meus 7 anos? E sem legenda. Quem conhecer o poema vai identificar. Quem não conhecer acho que vai ter a curiosidade de querer conhecer”, aponta.
A exposição de Márcio é a conclusão do XIV Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia. O olhar do artista registra e reinventa a cidade do poeta, que nasceu e viveu em São Luís nos anos 30 e 40 do século 20. Para a exposição Márcio pediu a autorização de Ferreira Gullar, que de pronto, concedeu os direitos.
Estará presente na abertura uma curadora paulista, Mônica Schalik, pois o projeto já está aprovado na Lei Rouanet e posteriormente virará uma publicação e uma exposição no Centro Cultural de São Paulo. 

Serviço
O quê? Exposição Visões de um poema sujo, de MárcioVasconcelos
Quando? Até julho
Onde? Museu de Artes Visuais (Rua Portugal-Praia Grande)
Quanto? Aberto ao público


Composição maranhense em I Love Paraisópolis




A música foi composta em 1999 e integrou o disco Passagem Franca pra Caro Custou (2002) produzido por Marco Mazzola. Naquele mesmo ano a música ganhou o Prêmio Universidade de Melhor Música. Em 2012 a banda baiana Jammil e Uma Noites pediu autorização para gravar e agora, 16 anos desde a gravação original, ela faz parte da trilha sonora da novela global “I Love Paraisópolis”, das 19h.  Você é Tudo, composição de Mano Borges (foto), está na voz de Levi Lima, vocalista da banda Jammil, e o artista está muito empolgado com as possibilidades que uma música em uma novela global podem trazer para a carreira dele. Mano se junta a outros artistas maranhenses que tiveram músicas suas em trilhas de novelas, como Zeca Baleiro, Alcione, Flávia Bittencourt, Antônio Vieira, Nonato Buzar, por exemplo. Alcione inclusive, está na trilha da novela também com a música A Loba.
“Eu acredito que abre portas para que outros intérpretes se interessem em conhecer mais do meu trabalho. Abre uma expectativa não só para mim, mas para  a produção maranhense.Muitos artistas gostariam de ter uma música na novela, porque isso tem a importância de levar a música para muita gente, abre caminhos, chama a atenção para a música do Maranhão, gera notícia. É algo muito positivo que faz com que outras pessoas tenham curiosidade sobre a produção maranhense”, acredita Mano.
Em 2012 Jammil estava em Minas Gerais quando entrou em contato com Mano Borges para pedir autorização para gravar a música. Desde então, a música faz parte do repertório da banda e ganhou videoclipe que tem mais de 700 mil visualizações no canal You Tube. A banda já emplacou outras músicas em novelas globais e comemora mais esse feito. “Estamos todos muito felizes com a canção Você é Tudo na trilha da novela. Obrigado a todos que torcem e apoiam nossa jornada! A faixa também estará no #DVDJAMMILDETODASASPRAIAS em uma versão especial!”, celebrou Levi na página oficial da banda.
Mano Borges gostou do resultado e do arranjo feito para a música que continuou na levada pop. “Eu acho que eles conseguiram permanecer com a versão original, dando a interpretação deles, a cara deles, mas mantendo a originalidade da canção. Agora é só esperar ela começar a tocar. Ainda não sei para qual personagem ela estará direcionada, mas é algo que todo artista almeja: fazer parte da trilha sonora de uma novela. A produção nacional é muito grande, então quando se consegue entrar nesse meio é como um prêmio”, frisa Mano Borges.
Logo que soube da notícia Mano fez questão de compartilhar nas redes sociais e se surpreendeu com a repercussão que a postagem fez entre amigos e pessoas que ele nem conhecia. “Eu quis dividir essa alegria com todas  as pessoas que sempre gostaram e prestigiaram meu trabalho. Foi muito comemorado nas redes sociais. As pessoas torcem para que você apareça a nível nacional. Elas se sentem representadas também, pelo que pude perceber. Foi uma surpresa ver a manifestação positiva de tanta gente, de se ver representado no outro, de ver a sua cultura sendo divulgada. Não é uma coisa pessoal, não é uma vaidade minha”, afirma.

Amor sem prisão
A letra da música não foi dirigida para alguém em especial. Mas inspirada nas relações sociais, amorosas, familiares. Você é Tudo, segundo Mano, fala de amor sem prisão. Um tema que pode caber bem em vários tipos desse sentimento, seja entre  casais, ou entre amigos.
“É um tema universal, e que bom que chegou aos ouvidos de quem teve essa sensibilidade de que a música serve para personagem tal. Tudo isso aconteceu de forma muito natural. Não escrevi pensando que ela entrasse em uma novela e isso traz uma alegria maior ainda. Foi mérito da própria canção que traduz de modo geral essas relações do cotidiano. Ela é um pouco reflexo das pessoas e de como elas se identificam com a carga da música, de como elas gostariam de dizer para alguém o quanto esse alguém é espetacular, sem aprisionar”, explica.

Sucesso
Jammil e Uma Noites já emplacou sucessos em outras tramas globais, como Alto Astral, Salve Jorge e Fina Estampa. A música é uma das faixas do novo DVD do grupo, Jammil de Todas as Praias, que chega em julho às lojas e foi gravado em Maceió (AL) e Salvador (BA).
Além da gravação com Jammil, o que Mano Borges ainda não sabia e que a reportagem de O Imparcial revelou para ele, é que Você é Tudo também foi gravada em CD e DVD lançado recentemente, pelo artista goiano Gilberto Correia, no trabalho Do Amor e Da Liberdade (2015). “É verdade?”, indagou ele. “Acontece. As pessoas gravam sem autorização”, avalia Mano.
O artista já teve as músicas Lua Diamantes gravada por Lecy Brandão, e Essa Dona, por Rita Benneditto.

Repertório eclético
A trilha sonora de I Love Paraisópolis é formada por um CD Internacional e um álbum nacional com músicas dos gêneros sertanejo, funk, pop e eletrônica. Com sucessos internacionais, o repertório também não deixa de fora os hits nacionais do momento de Ludmilla, Projota, Pablo e Seu Jorge e novos nomes da música. “A gente está lançando gente muito nova. Isso é o mais importante. A nossa abertura é de um rapaz de Paraisópolis (Victor Kreutz) que compôs a história e a gente está fazendo com uma banda também de Paraisópolis. Então é uma trilha muito específica e original. A maior parte das músicas vai bombar a partir de Paraisópolis. Estou muito feliz”, conta o diretor geral e de núcleo, Wolf Maya, na página oficial da novela.


Músicas Nacionais da Novela
Dom M - Aqueles Olhos
Pretinho da Serrinha - Bom Vivant Maneiro
Tiê - A Noite
Sandy - Ciranda da Bailarina
Marcelo D2 & Projota - Elas Gostam assim
Jamz - Eu Quero, Eu Gosto
Ana Carolina - Coisas
Pablo - Homem Não Chora
Banda Uó Ft. Mr. Catra – Catraca
Dienis - O Ar Que Eu Respiro Part. Negra Li
Ludmilla - Te Ensinei Certin
Tchê Garotos - Ninguém Segura Essa Mulher
Pollo - Solta na Noite Part. Sorriso Maroto
Victor Kreutz - A Cor do Brasil (Tema de Abertura)
Henrique e Juliano - Não Tô Valendo Nada
Luan Santana - Escreve aí
Tânia Mara Part. de Brian Mcknight - Seria Tão Fácil
Rubens Daniel - Jogo Alto
Jammil - Você é Tudo
Seu Jorge - Mina Feia
MC Leozinho - Patricinha da Favela
Alcione - A Loba
Mosquito - Não Enche


Você é Tudo
De: Mano Borges

Você é tudo e muito mais.
Tudo e muito mais.
O que sou capaz é muito pouco eu sei.
Você faz tudo muito bem,
Não se compara a ninguém.

Então faça de mim
O seu bem-me-quer.
Faça de nós tudo o que quiser.
Você faz tudo muito bem,
Não se compara a ninguém.

Porque anos atrás
Você tocou meu coração
E me amou, mas aprendi;
Tudo na vida
Tem o seu princípio e fim.

E se ainda assim
Você quiser, eu vou estar onde estiver.
A felicidade é uma janela aberta
A espera de alguém
Que esteja a fim.


Festival do Vinil Ano I



Quinze equipes discotecando diretamente do vinil. Mais de cinco mil vinis disponíveis e muito reggae para a massa regueira. Serão 12 horas do ritmo que consagrou São Luís como a Jamaica Brasileira e um encontro inédito de várias equipes responsáveis por festas de reggae todas as semanas em São Luís. É o Vinil Festival Ano I que promete deixar os amantes do reggae extasiados com seu som. O evento é uma produção do Circuito Rasta Reggae que será realizado hoje, 31, na Chopperia Marcelo, a partir das 14h.
De São Luís serão 14 equipes e uma da cidade de Caxias, a Castelo do Vinil. Da Ilha estarão se apresentando as Radiola Reggae e Rádio Zion, Star Discos, Hot Fire, Orquestra Invisível, Clube do Vinil, Power Discos, Irie Disco, Disc Memory, Black Saudade, Discool Music, Equipe de Ouro, Lion Vibes, Mega Vibes, e a convidada Disco Retro, além dos DJs convidados Jorge Black e Cassio Maluvem. O Festival começa com a Disco Music e encerra com Castelo do Vinil.
Alan Soares, produtor do Festival, afirma que a ideia é reunir o pessoal que trabalha e é apaixonado pelo vinil e também mostrar a cadeia produtiva que a atividade proporciona, bem como a geração de emprego.
“Vamos reunir parte das equipes que vivem da cultura do vinil. É muita gente envolvida. Pessoas que tem as suas profissões, como radialistas, jornalistas, engenheiros, mas que também produzem festas e que geram empregos também, direta e indiretamente. Para você ter uma ideia, em média uma festa emprega 35 pessoas e mais diretamente uma equipe tem de duas a seis pessoas. Além disso, vamos valorizar o vinil. Eu sou um colecionador, vendo vinil de reggae na minha loja, mas tem gente que tem milhares de vinis e é isso que a gente vai proporcionar nesse festival”, avalia Alan Soares, do  Circuito Rasta Reggae.
O evento promete reunir 7 mil pessoas, que é a capacidade da Casa. Cada equipe terá 40 minutos para fazer sua apresentação com música que vão da década de 1970 até os dias atuais. “E preparamos uma superestrutura de som, decoração temática com motivos jamaicanos. Vai ser um grande Festival”, acredita Soares.

Reggae da confraternização
Para Henrique Chaves, da equipe radiola Mega Vibes, o Festival será a chance de reunir boa parte das pessoas que realizam festas de reggae. “É a primeira vez que tantas  equipes assim se reúnem em um só evento. Normalmente a gente nunca toca junto, então além de estar todo mundo junto, é uma forma de valorizar a discotecagem de vinis. É a primeira vez também que a Mega Vibes participa de um Festival desses e vai ser bom estar com todo mundo que produz festas de reggae na cidade”, comenta.
O diferencial dessa apresentação no Festival, segundo Henrique, será a seleção de músicas que vai dos anos 1970 até os dias atuais. “Normalmente a gente toca as antigas, mas nesta apresentação vamos mostrar os lançamentos, o som desses artistas novos que estão no mercado. Vai ser oportunidade de mesclar tudo e valorizar o artista que está começando na música”, aponta.
A Mega Vibes é composta por Henrique e pelo DJ Waldiney. Com nove anos de atividades, o negócio começou meio por acaso. Henrique conta que estava na casa de um amigo no bairro Barreto esperando para comprar LPs e Waldiney também estava esperando para gravar. Lá eles se conheceram, pegaram o mesmo ônibus, e com a afinidade e paixão pelo reggae e pelos vinis se tornaram amigos. Henrique que já tocava em eventos de caráter social, convidou Waldiney para tocar com ele. Foi aí que surgiu a Mega Vibes e uma amizade que já dura mais de 10 anos.  


Duas perguntas//Henrique Chaves
Você é também é um colecionador de vinil?
Sim. Não sou muito bom de números, mas devo ter uns mil LPs só de reggae. Agora tenho um acervo bem particular do Benito di Paula, que também é a minha paixão.

E como foi que entrou no universo do reggae?
Ouvindo a rádio AM, a Difusora, Educadora. Esse foi o meu primeiro contato com o reggae e as músicas de Jimmy Cliff, Bob Marley. Fui gostando e já tem uns 25 anos que estou no movimento. Com o Chico do Reggae (especialista em venda de vinis de reggae) eu tive meu primeiro contato com vinil. Queria comprar, gostava de uma música e já queria o LP. Então de lá para cá não tive mais freio (risos). Considero que a rádio AM e o Chico do Reggae foram meus influenciadores.


Equipes participantes
Disco Music
Irie Disco
Star Discos
Hot Fire
Orquestra Invisível
Clube do Vinil
Power Discos
Radiola Reggae e Rádio Zion
Disc Memory
Black Saudade
Discool Music
Equipe de Ouro
Lion Vibes
Mega Vibes
Castelo do Vinil
DJ Cassio Maluvem
DJ Jorge Black


14 BIS ao Vivo hoje em São Luís



Todo Azul do Mar, Planeta Sonho, Linda Juventude, Espanhola, Mais uma Vez, Caçador de Mim, Sonhando o Futuro, entre tantas outras canções que exalam poesia, melodia, harmonia e letras singulares nas vozes de artistas que em 35 anos de carreira deixaram marcados seus nomes na música brasileira.  A banda mineira 14 BIS depois de pelo menos 8 anos do último show em São Luís, volta a se apresentar na cidade com o show 14 BIS Ao Vivo hoje, 31, às 20h, no Teatro Arthur Azevedo, pelo projeto MPB Petrobras. A abertura será com a cantora Nathalia Ferro, que recentemente lançou nas plataformas digitais o CD Alice Ainda e faz parte da nova safra de artistas maranhenses.

A banda 14 BIS formada pelos músicos Sérgio Magrão (contrabaixo e voz), Claudio Venturini (guitarra e voz), Vermelho (teclado e voz) e Hely Rodrigues (bateria e voz) é referência na música brasileira original, popular e ao mesmo tempo sofisticada, e está a todo vapor realizando shows em todo o Brasil, paralelamente ao projeto MPB Petrobras, com o espetáculo  Encontro Marcado, com Flávio Venturini, Sá e Guarabyra em que todos os músicos cantam todas as suas canções.

“O show está ‘bombando’ em todo o Brasil com teatros cheios, ingressos esgotados em todo lugar. Já fizemos 10 shows em todo o Brasil e teremos nos próximos dias no Rio de Janeiro, em Brasília, Goiânia, Uberlândia”, informa Magrão em entrevista por telefone.

Em São Luis a banda vai apresentar o espetáculo homônimo ao CD e DVD, que apresentam grandes sucessos do grupo, além da produção mais recente da banda. Ao todo, a 14 BIS tem 13 álbuns lançados e sucessos que marcaram gerações. “É importante voltar a São Luís depois de algum tempo. Acho que o último show também foi pelo MPB Petrobras. Então, levar nossos sucessos desses 35 anos e reencontrar o público daí vai ser bem legal”, comenta Magrão.

Com uma média de 60 shows por ano a banda que ganhou DVD de Ouro pelo 14 BIS Ao Vivo (Sony Music), primeiro DVD da banda com participação de Flávio Venturini, Beto Guedes, Rogério Flausino e Marcus Vianna, aguarda uma brecha na carreira para se dedicar ao próximo DVD. O trabalho reunirá sucessos da banda e inéditas do grupo compostas especialmente para comemorar as mais de três décadas. O trabalho deve ser iniciado no final do ano. “A gente não para. Nunca parou na verdade, graças a Deus”, reforça Magrão.

 

DNA musical

Foi em 1979  que os cinco rapazes do 14 BIS, Flávio Venturini, Vermelho, Hely Rodrigues, Cláudio Venturini e Sérgio Magrão, que entre outras influências - brasileiríssimas por sinal - tiveram nos Beatles o fator decisivo para sua formação, se juntaram para produzir um som próprio, moderno, lírico e de qualidade.

Flávio, Vermelho, Cláudio e Hely estavam planejando montar uma banda ainda sem nome. Precisavam de um contrabaixista e convidaram Magrão,  considerado um dos melhores músicos da década de 70.

 A gravadora EMI-Odeon vinha sondando Flávio Venturini para gravar um disco solo, este propôs o trabalho da banda, ainda sem nome. Depois de muito, surgiu o nome 14 BIS que agradou a todos e batizou também o disco. Convidaram Milton Nascimento para produtor. A estreia em disco, em 79, não podia ter melhor padrinho.

As canções melódicas, originais, com vocais apuradíssimos e a interessante mistura de rock progressivo e a música regional repercutiram não só entre o público mas também na crítica, que recebeu favoravelmente o trabalho.

 E lá se vão 35 anos. Sobreviveram à saída do líder da banda, Flávio Venturini, em 87, sem perder o rumo. Os rapazes do 14 BIS encararam cada trabalho como uma oportunidade de renovação.

Qual o segredo? Tudo tem sabor de primeira vez. Dos Beatles, ídolos de sua juventude e influência maior, fazem questão de manter uma diferença: para eles o começo foi um sonho, um sonho real que não tem mais fim.

 

Alice Ainda

Nathalia Ferro oferece o que de mais original representa a safra de novos e talentosos artistas maranhenses. Propõe uma transformação das origens reggae que por anos revestiam a estampa musical de São Luis. Sem negar suas influências, a moça reinventa seu universo de colagens sonoras e cria uma ponte universal ampliando as possibilidades da sua música.

Compositora e cantora, Nathalia é dona de uma voz nada comum, que casa bem com seu som, cruzado pelo metal e o regional da Jamaica brasileira. Atualmente, a artista está voltada para o lançamento do seu novo álbum, Alice Ainda, no qual conta com talentosos parceiros musicais, como Adnon Soares, que assina composições e melodias desse mais recente trabalho.

 

 

Curiosidade

A composição da música Mais uma Vez, em parceria de Flávio Venturini e Renato Russo aconteceu por acaso. Segundo Cláudio Venturini, as duas bandas - 14 BIS e Legião Urbana gravavam em estúdios conjugados. Quando Cláudio saiu para beber água, Renato estava sentado em um sofá próximo, ouvindo a gravação do 14 BIS. Perguntou a Cláudio se a última música tocada já tinha letra. Com a negativa da resposta, no outro dia ele a entregou pronta, gravou com a banda e se tornou o sucesso que é até hoje.

 

 

Cinco perguntas//Sérgio Magrão

 

Passados 35 anos de carreira, se vocês fossem começar hoje acha que seria mais fácil ou mais difícil?

Muito difícil. É só observar a nova música. O negócio empobreceu. As pessoas tem que saber que uma música reúne ritmo, melodia, letra. O cenário musical não só para mim, mas para muita gente, está bem ruim. Músicos como Djavan, Milton Nascimento, Ivan Lins, todos que já estão com mais de 70 anos, você vê algum do nível deles hoje? Não vê.

 

E o que você costuma ouvir quando não está trabalhando nas próprias composições da banda?

Eu ouço essa galera de antes com certeza. Tava até contando em uma entrevista que fiz, que eu cresci ouvindo Gonzagão e a minha formação é muito pro lado do Nordeste. Depois veio Beatles, Clube da Esquina, a galera de Minas Gerais, embora eu seja o único carioca do grupo, então eu gosto muito de ouvir Geraldo Azevedo, Lenine, que tem um trabalho incrível e eu acho que o público tem que ouvir. Vai ouvir o quê? Hoje está complicado.

 

Em que sentido?

Músicas que ocupam o espaço todo. Não tem mais espaço em lugar algum. É só música de um segmento. Agora é sertanejo. E aqui não é só crítica, é uma constatação. O povo não aguenta mais.

 

Na contramão disso que você falou os shows da banda são lotados...

Isso. E tem um público, uma geração de 15 a 25 anos que não eram nem nascida quando nós começamos e curtem a nossa música por influência dos pais. Nós tivemos, de modo geral, pelo menos 3 décadas de uma produção musical que vai do Beatles, rock progressivo, que aí começou a declinar sem se saber o porquê. Acho um cenário bem ruim.

 

Sobre o show em São Luís?

Serão os nossos sucessos dos 35 anos de carreira e mais alguma produção recente. Estamos rodando já pelo MPB Petrobras há um bom tempo e que bom que estaremos de volta a São Luís. É um projeto espetacular que dá oportunidade também para os artistas locais que não tiveram chance ainda de se apresentar para um grande público, de poder mostrar o seu trabalho.

   

 

 

Serviço

O quê? Show Banda 14 BIS

Quando? 31 (domingo), às 20h

Onde? TeatroArthur Azevedo

Quanto? Convites: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada)

Realização: Caderno 2 Produções Artísticas

Patrocínio: Petrobras