quinta-feira, 30 de março de 2023

Mnha relação com o Skank e o fim da banda


No final de semana que passou a banda Skank encerrou a carreira, com o último show da turnê Despedida, no Mineirão (MG). Mais de 30 anos de um brilhantismo impecável, composições que são verdadeiras poesias e shows inesquecíveis. 

A minha vida caminhou lado a lado com a carreira deles. Em 1991, quando a banda nasceu, em Belo Horizonte, capital das Minas Gerais, eu completava 20 anos e estava namorando há 1 ano com o homem que se tornou meu marido. E enquanto eu seguia uma vida amorosa, o Skank ia crescendo. E suas músicas iam fazendo história com a gente também.

Eu não consigo me lembrar de todas as datas dos shows que o Skank fez em São Luís, mas foram muitos, diria que quase todos os anos nesses 30 anos de carreira,  e em todos eu e meu marido estávamos  lá.

Lembro claramente do primeiro. Foi em 1994, na Praia do Calhau, em um projeto que a Radio Mirante FM fazia nas férias. O show que reuniu músicas dos discos Skank (93) e Calago (94) foi só a comprovação de que eu era apaixonada por eles. Quase todas as músicas do primeiro disco já eram sucesso: Gentil Loucura,  In(Dig)Nação, Macaco Prego, Tanto (I Want You), Homem Que Sabia Demais,  Let Me Try Again,  Cadê o Pênalti?, Jackie Tequila, Esmola,  Te Ver, Pacato Cidadão, são as minhas preferidas e embalaram muito o meu namoro. Sou apaixonada até hoje.

Em seguida, creio que em 96, eles fizeram outro show no extinto Gremio Lítero, e eu fiquei colada na grade, cantando todas (pena não ter registro da época). Depois, foram muitos outros shows: Arena da Lagoa em 2009, Rock in Rio em 2011, Lagoa de novo,  em 2013... 

Os outros não recordo os anos (rs), até chegar no dia 29 de abril de 2022, o show da Despedida, no Multicenter Sebrae. Era para ter sido em 2020, mas como todos sabem, em função da pandemia tudo ficou para depois. 

E como esse show foi maravilhoso. Eu não sabia se eu pulava, cantava ou chorava. Em alguns momentos fiz tudo ao mesmo tempo. 

Agora, 1 ano depois desse show, e com a despedida de verdade, eu não consigo me conformar com o fim da banda. Parece que agora que caiu a ficha. Eu sei, as músicas são eternas, e Samuel vai continuar compondo e tocando em seu projeto solo, e quem sabe, daqui a 10 anos a banda se reúne pra comemorar os 40 anos, mas parece que fiquei orfã.

Tem 3 dias que escuto as músicas no repeat. Se me perguntar o que gosto neles? tudo. Sonoridade, poesia, letra, melodia, carisma... tudo. 

E das músicas quais gosto mais? gosto de todas, mas preferencialmente as baladas e coincidentemente, as que Samuel tem em parceria com Nando Reis (rs) Vou citar só algumas aqui por ordem alfabética: 


A

A Cerca

Acima do Sol

Ainda Gosto Dela (part. Negra Li)

Algo Parecido

Amores Imperfeitos

Assim Sem Fim

Até o Amor Virar Poeira

B

Balada do Amor Inabalável

Bola de Meia, Bola de Gude (part. 14 Bis)

C

Cadê o pênalti?

Chega Disso!

Canção Noturna


D

De Repente

Dois Rios

E

É Proibido Fumar

E Que O Tempo Nos Espera

É Uma Partida de Futebol

Ela Me Deixou

Esmola

Eu Disse a Ela

Eu e a Felicidade

Esquecimento

F

Fotos na Estante

G

Galápagos (part. Nando Reis)

Garota Nacional

Gentil Loucura

H

Homem Que Sabia Demais

I

Indignação

J

Jackie Tequila

L

Let Me Try Again

Lugar

M

Macaco prego

Mil Acasos

Multidão (part. B. Negão)

N

Noites de Um Verão Qualquer

Notícia

O

O Beijo e a Reza

P

Pacato Cidadão

Périplo (part. Nando Reis)

Por Um Triz


R

Resposta

Romance Noir

S

Saideira

Siderado

Simplesmente (part. Roberta Campos)

Sutilmente

T

Tanto (I Want You)

Tão Seu

Te Ver

Telefone

Três Lados

Tudo Isso

U

Um Dia Qualquer

Uma Canção É Pra Isso

V

Vamos Fugir

Vou Deixar


Turnê da Despedida (skank.com.br)

 Foram nove álbuns de estúdio, alguns deles presença obrigatória em listas de melhores de todos os tempos do pop-rock nacional e que somam mais de 5 milhões de exemplares vendidos; três ao vivo que registraram para a posteridade o nível de ataque e a catarse de seus shows em diferentes fases da carreira; e uma coleção de sucessos que não encontra paralelo nas últimas três décadas no país. Fora cerca de 40 hit singles, 29 deles entre as 100 mais tocadas do ano no Brasil (muitas vezes defendendo sozinhas o pop-rock num mar de sertanejo universitário), 25 em trilhas de novela, dois mega-hits que marcaram fases distintas e igualmente bem sucedidas do grupo (“Garota Nacional” em 1996 e “Vou Deixar” em 2004) e um sem-número de favoritas do fãs que vez por outra aparecem de surpresa nos shows. “Algo Parecido”, o single inédito lançado em 2018, passou dos 30 milhões de plays em pouco mais de um ano. E ainda temos a nova “Simplesmente”, delicada balada folk lançada especialmente para acompanhar a Turnê da Despedida. 

Até onde podemos enxergar, esta será a última oportunidade de assistir a Samuel Rosa (guitarra e voz), Lelo Zanetti (baixo), Henrique Portugal (teclados) e Haroldo Ferretti (bateria) tocando seus clássicos, juntos, num mesmo palco. Em novembro de 2019, a banda anunciou a separação motivada pelos desejos individuais de experimentar novos caminhos – musicais e pessoais. Sem brigas, sem decadência, sem barracos públicos e sem descartar a possibilidade de reuniões futuras. Pontuais? Comemorativas? Definitivas? Só o tempo dirá. 

A separação do Skank é uma forma de colocar um ponto final (ou um ponto-e-vírgula) numa carreira iniciada na curva entre a moda do rock brasileiro dos anos 1980 e uma nova década que apontava para a brasilidade, para o ritmo e para as misturas. Inicialmente uma simpática banda de vinda de Minas Gerais tocando música de inspiração jamaicana, rapidamente o Skank tanto apontou caminhos para toda uma nova geração (de Chico Science, Raimundos, Pato Fu, Jota Quest, Mundo Livre SA, O Rappa e tantos outros) como ganhou musculatura e tamanho de mercado. Isso ali por 1996, quando chegou no incrível feito de ter, no mesmo período de doze meses, dois álbuns diferentes com mais de um milhão de exemplares vendidos – Calango e O Samba Poconé. Foram tempos de turnês internacionais, hits no mercado latino e a confiança para arriscar a mudança que viria nos anos seguintes: canções mais melódicas, com mais violões e guitarras e climas psicodélicos. Em meio a momentos tão diferentes, algumas características continuavam: os sucessos na boca do público, as canções na vida das pessoas, os grandes shows pra lavar a alma e a coerência com sua própria história, de olhar para frente e encarar os desafios. É essa coerência que levou Samuel, Lelo, Henrique e Haroldo a dependurar as chuteiras por hora e buscar desafios em outros territórios.

Nenhum comentário:

Postar um comentário