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quarta-feira, 27 de novembro de 2019
Mulheres apresentam proposta de samba-enredo na TQ
Um fato inédito vai ocorrer na próxima sexta-feira (29), a partir das 23h, na Escola de Samba Turma do Quinto, durante a segunda eliminatória do concurso para escolha do samba-enredo da escola da Madre de Deus de 2020 que vai homenagear o centenário de Bacabal.
O fato é histórico e demonstra muita ousadia de quatro compositoras que estão à frente de seu tempo: pela primeira vez, um grupo só de mulheres apresenta proposta de composição autoral, dentro de um espaço ocupado eminentemente por homens, como é a ala de compositores das escolas de
samba maranhenses.
As compositoras Carol Cunha, Selma Delago, Isabel Cunha e Wanda Cunha subirão ao palco para defender seu próprio samba, ladeadas pelas cantoras
Mazé Veras (do Grupo As Sirigaitas) e Andrea Frazão; da cavaquinhista Lia (do Grupo As Brasileirinhas); do violonista Totti Moreira e do baixista Caio César.
Samba-enredo – As autoras tecem o enredo com muita poesia, usando expressões de intenso valor literário que lembram o encanto dos velhos carnavais, cuja narrativa começa no coração para desembocar na história da cidade de Bacabal. É assim que nasce a magia das alegorias que estarão na
passarela para contar uma história mesclada de branco e azul-poesia. E é este o tom do azul que elas emprestam à TQ: poesia!
Fazendo alusão ao Rio Mearim e sua importância para o desenvolvimento da cidade, as compositoras usam uma frase de autêntico valor histórico e metafórico: “O rio corre nas veias”.
O samba, cheio de refrãos e riqueza vocabular, vai alinhavando todos os atores que contribuíram para a edificação do município, quer do ponto de vista histórico, quer do ponto de vista religioso e cultural. Paralelamente, elas também prestam uma homenagem à própria Turma do Quinto, ao trazerem para o presente um bordão do seu passado: “Quinto é povo, povo é quinto” .
Não passou despercebido, também, aos olhos das compositoras o trabalho incansável e sempre competente do ilustre carnavalesco Tácito Borralho: “Pode o tempo passar/Muitas memórias o Quinto tem para bordar./ Faz teatro com o melhor carnaval/ E hoje adorna o palco para louvar Bacabal.
Numa sociedade ainda machista, um samba como esse, entranhado de vozes femininas, dá muito o que falar. Há os que falam bem; há os que falam mal; há os que não falam. Enquanto isso, Carol, Selma, Isabel e Wanda vão deixando suas cifras na história do samba-enredo do Maranhão.
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