Roupas caipiras, ou mais sofisticadas,
chapéus, passos de dança típicos, música mecânica ou sanfonada, tradicionais ou
estilizadas, e muita, muita animação. Assim são as quadrilhas juninas, uma
atração cultural junina indispensável em qualquer arraial que se preze. Das
mais novinhas, que estão aparecendo no cenário mais recentemente, até as mais
antigas, em cada bairro a cada ano surgem mais dessas manifestações
folclóricas, com um único propósito: diversão. Do grupo mesmo e também do
público, além de manter a tradição. As quadrilhas mostram a riqueza das
coreografias com músicas que misturam diferentes ritmos como o forró, baião,
xote e cantigas típicas das festas juninas.
As quadrilhas juninas resistem entre
tantos ritmos maranhenses presentes nas festas juninas. Tanto no interior do
estado quanto na capital, grupos de pessoas se reúnem meses antes do período
junino para acertar detalhes de roupa e coreografia para participarem de
competição em todo o Maranhão e até fora dele.
Fundada pela universitária Stéphanie
Oliveira, a Junina Mexe Mexe , sediada no bairro Jardim América, logo foi
crescendo e atraindo jovens dos bairros adjacentes que somaram para o
crescimento e reconhecimento do mesmo, desenvolvendo através da arte e da
cultura um trabalho sociocultural.
“Sempre gostei do São João e sempre dancei
nas quadrilhas locais. No ano em que eu não pude ensaiar com a quadrilha que eu
dançava na época, resolvi eu mesma montar uma quadrilha de última hora, só pra
não ficar sem dançar no São João. Nós
hoje continuamos com a quadrilha por puro amor pelo São João. Amamos o que
fazemos” diz.
Com quatro anos de atividade, o grupo
tem 40 dançarinos na faixa etária entre 15 e 25 anos e está envolvida com os
preparativos da quadrilha desde o final do ano passado.
Este ano o grupo fala do cangaço
contando a história de Lampião e Maria Bonita com o tema O Sertão das Maravilhas, com Lampião e suas Marias.
“Tivemos dificuldades financeiras, mas
estamos com algumas apresentações agendadas, inclusive estamos na programação
oficial do São João do governo do estado, infelizmente só com uma apresentação,
mas vamos nos apresentar em vários lugares neste ano e ainda estamos com a
agenda disponível. A Junina Mexe Mexe conhece bem sua importância. Constrói
arte, significado, relevância e mantém viva a cultura”, diz o vice-presidente
do grupo, Demétrius Cunha.
Segundo a diretoria, o que a diferencia
das outras, além da alegria constante, é o clima familiar que toma conta do
grupo. Além disso, por ser uma quadrilha
estilizada, aposta no luxo dos acessórios e das indumentárias para chamar a
atenção do público, sem perder a autenticidade do ritmo junino. “Com
cumplicidade em tudo o que fazemos, estamos caminhando cada dia mais longe.
Cada ano surpreendendo nosso público com uma maravilhosa apresentação”, disse a
secretária e atual rainha da Junina Mexe Mexe, Stéphanie.
O grupo se apresenta no próximo neste
dia 14, às 20h30 no Arraial Realeza; dia 15, no Raízes de Portugal; às 20h, no
Arraial Chapéu de Palha; às 21h30, na estreia da dança Boiadeiro Cavalo de Aço; e às 22h30, na Igreja
do Amendoeiras de Santa Luzia. A programação ainda segue até julho.
Quadrilha
caipira
Com 18 anos de história, a Quadrilha
Sertaneja Rosa Amarela é tradicional sanfonada, com indumentárias estilizadas. Natural
do bairro da Madre Deus e fundada por Maria de Jesus Cardoso, a dona Pretinha,
a brincadeira resiste ao tempo.
“Nós recebemos uma ‘brincada’ pelo
Governo do Estado e temos que correr atrás de outras apresentações para arcar
com nossos gastos. A gente é cultura, respira cultura, faz cultura porque
gosta. Está no meu sangue e a gente vai continuar lutando pelas quadrilhas”,
disse dona Pretinha.
Segundo ela, há alguns anos havia 34
danças sanfonadas cadastradas oficialmente (no cadastro da Secretaria de Estado
da Cultura), mas com a falta de apoio foram reduzidas a 17. “Dessas 17 acho que
só 12 vão se apresentar este ano. A gente ama o que faz, mas precisamos de
apoio também”, pede a produtora cultural.
Para dona Pretinha, é importante manter
a tradição. No seu grupo, que possui cerca de 20 pares, a banda formada por
zabumba, triangulo, sanfona, tenta valorizar a cultura. “Temos prazer em manter
esse formato e levar nosso grupo para os arraiais e divertir o público”, conta.
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