Dar maior visibilidade às discussões sobre a ampliação da representatividade de negros e indígenas no Brasil e contribuir para criações de redes entre artistas, criadores, produtores e agentes culturais, é o que propõe o Sesc na Roda de Conversa “Narrativas de resistência, arte e afetos”. O evento conta com a participação de Enme (foto), Lúcia Gato, Rosa Tremembé (Tüny Cwe Wazahi) e tem mediação de Camila Soares. Realizado no Teatro Sesc, toda programação será transmitida ao vivo no Youtube Sesc Maranhão neste sábado(5), às 17h.
A iniciativa integra o projeto Identidade Brasilis, que tem seu propósito centrado na produção de ações, com foco na mediação de saberes e conhecimentos sobre os povos afro-brasileiros e indígenas. Partindo da compreensão de que o Brasil foi forjado na interação entre diversas culturas, e, ao mesmo tempo, a partir da construção de uma narrativa oficial totalizante e homogeneizadora, bases estruturantes de uma sociedade racista e desigual, o Sesc busca, em termos de representatividade e proporcionalidade, discutir e refletir sobre questões urgentes e emergentes acerca do que a contemporaneidade nos convida ao debate.
Trazendo toda a força das narrativas negras e indígenas, sua contribuição sociocultural e colocando em cena o racismo estrutural, a rapper e drag queen Enme Paixão, a ativista nas lutas e resistência dos povos indígenas Rosa Tremembé (Tüny Cwe Wazahi), a militante do movimento de mulheres negras Lúcia Gato e como mediando a produtora audiovisual e pesquisadora de cinema Camila Bezerra. Em seguida, para encerrar em grande estilo o evento, todo o talento da artista Enme Paixão em um show musical composto por músicas autorais e regado a muita dança e energia.
Enme Paixão
Enme é uma artista queer natural do Maranhão, cantora, compositora e rapper que traz os ritmos e tambores nordestinos na sua sonoridade. Iniciou sua carreira em 2014 e, desde então, atuou como produtora cultural, dj, performer e dragqueen.
Com mais de 200 mil reproduções só no Spotify, o ep "Pandú" reúne os tambores do nordeste e rimas sobre a vivência de uma Dragqueen periférica, sendo o material mais ouvido de Enme nas plataformas digitais. O vídeoclipe de "Killa" recebeu duas estatuetas no Festival de Cinema Maranhão na Tela, vencendo nas categorias "Melhor Performance de Videoclipe" e "Melhor Direção".
Em 2019, Enme lançou o single "Juçara", um pagodão com referências aos dizeres populares do Maranhão. A música foi considerada o "hit de carnaval" pela Mtv Brasil e entrou no primeiro ep autoral de Enme intitulado "Pandú". O novo EP com seis faixas autorais ganhou destaque internacional com sua capa publicada na Vogue Italiana.
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