O longa-metragem Baronesa, de Juliana Antunes, foi o ganhador do Troféu Barroco, dado pelo Júri da Crítica, na 20ª Mostra de Cinema de Tiradentes, e de prêmios de parceiros do evento. A cerimônia de encerramento aconteceu na noite de sábado (28 de janeiro), no Cine Tenda. A produção mineira também levou o Prêmio Helena Ignez, dado a um destaque feminino e que foi dado a Fernanda de Sena, diretora de fotografia do filme.
O trabalho marca a estreia de Juliana Antunes como diretora. Nos dez anos da Aurora, este é o segundo vencedor assinado por uma mulher (o outro foi Os Dias com Ele, de Maria Clara Escobar, em 2013; A Fuga da Mulher Gorila, ganhador em 2009, tem direção de Marina Meliande e Felipe Bragança). Em 2014, Juliana esteve em Tiradentes como integrante do Júri Jovem que premiou A Vizinhança do Tigre, de Affonso Uchôa.
Na Mostra Foco, o Júri da Crítica escolheu o curta-metragem Vando Vulgo Vedita, filme do Ceará dirigido por Andréia Pires e Leonardo Mouramateus. Ele também levou o Prêmio Aquisição Canal Brasil, no valor de R$ 15 mil.
Na Mostra Olhos Livres, o Júri Jovem premiou a produção maranhense Lamparina da Aurora, de Frederico Machado. Pelo Júri Popular, os ganhadores foram o curta Procura-se Irenice, de Marcos Escrivão e Thiago B. Mendonça, e o longa Pitanga, de Beto Brant e Camila Pitanga.
Confira os premiados da 20ª Mostra de Cinema Tiradentes
- Melhor curta-metragem Júri Popular: Procura-se Irenice (SP), de Marcos Escrivão e Thiago B. Mendonça
- Melhor curta-metragem pelo Júri da Crítica, Mostra Foco: Vando Vulgo Vedita (CE), de Andréia Pires e Leonardo Mouramateus. “Por instaurar uma vibração que transforma cada plano em um território lúdico, aberto à imprevisibilidade dos jogos de encenação; por traduzir, com frescor e beleza, uma experiência contemporânea de comunidade e resistência, frente aos extermínios em curso; por incluir a performance como estratégia narrativa no cinema.”
- Melhor longa-metragem pelo Júri Jovem, Mostra Olhos Livres, Prêmio Carlos Reichenbach: Lamparina da Aurora (MA), de Frederico Machado. “Pela singularidade irredutível da sua forma, este filme se distancia, de maneira absoluta, dos centros de gravidade habituais do cinema brasileiro. Um filme cujo desejo expressionista força a linguagem em direção ao inconsciente de si mesma e dos personagens: são olhos livres que percebem o que ainda não tem forma definida. Mais vale a força da experiência que o determinismo da gramática. Uma questão, sobretudo, de cinema, para além de qualquer função meramente comunicativa da linguagem.”
- Melhor longa-metragem da Mostra Aurora, pelo Júri da Crítica: Baronesa (MG), de Juliana Antunes. “Pela cumplicidade sem condescendência em relação às pessoas filmadas; pelo enfrentamento de estereótipos apaziguadores da boa consciência; pelo reconhecimento e afirmação da alegria e do prazer em meio aos desastres da experiência social brasileira; pela retenção da violência do extracampo; pelos riscos da mise en scène, ao assumir um gesto fílmico na iminência de desabar.”
- Prêmio Helena Ignez para destaque feminino: Fernanda de Sena, diretora de fotografia de Baronesa (MG). “Pela ressignificação do olhar sobre um universo de exclusão; pelo rigor da imagem e abertura do cinema ao mundo filmado; pela ocupação qualificada do espaço, numa função raramente conduzida por mulheres.”
- Prêmio Aquisição Canal Brasil: Vulgo Vando Vedita (CE), de Andréia Pires e Leonardo Mouramateus
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