A partir deste
sábado, 30, a banda Jackdevil começa uma extensa agenda de shows que inclui a
segunda edição do Metal Force Day, com a participação da bandas Mortos (Imperatriz), e das locais Tanatron,
School Thrash, Risim, Leopard Machine, e ainda concurso de Air Guitar com
premiação, clipes no telão, Guitar Hero liberado,
entre outras atividades. A festa do metal é no Clubão da Cohab, a partir das
18h.
“Há
dentro da música aquela velha história de que o músico abandona o circuito de
sua cidade e acaba nunca ajudando seus conterrâneos. Dentro dos limites do Jackdevil,
o Metal Force Day significa poder
contribuir diretamente para o cenário local até mesmo pelo fato de ser um
evento organizado por músicos (Tanatron e Jackdevil), portanto temos a
preocupação de oferecer o melhor que podemos tanto para o público quanto para
quem for se apresentar. Esperamos encontrar uma casa cheia no Clube da Cohab
justamente para celebrar a força do rock maranhense”, convida André Nadler, vocalista
da Jackdevil.
A banda
veio de uma bem sucedida turnê pela América do Sul, tem seu nome em destaque de
várias publicações especializadas, em line up de shows de bandas importantes, e
agora desembarcará em fevereiro para a segunda parte da turnê
pela América Latina
para 9 países ao lado da banda espanhola Crisix, com shows que
vão do Brasil ao México. “O orgulho agora vem em dobro, pois não é todo dia que
uma banda brasileira divide uma turnê dessa proporção com um grupo de
outro país. São gotas e gotas de suor, dias e dias de trabalho sem cessar para
que a engrenagem não pare nunca”, comenta Nadler. E a partir do dia 30 de março a banda segue para os Estados Unidos
finalizando a turnê no final de abril.
“Após quatro anos de
carreira tivemos a oportunidade de conhecer como é ser músico de verdade,
saindo do Brasil e conhecendo o sistema que envolve a música pesada de outros
países. Um dos momentos mais significativos da turnê aconteceu em Assunção, no
Paraguai. Encontramos um grupo de fãs já na porta do hotel, nos esperando com
camisas, cd’s e até LP’s do Jackdevil. Naquele momento começamos a entender o
tamanho do nosso trabalho fora do Brasil”, conta André Nadler, o vocalista da
banda.
Consciente do que
seja a cena local do metal, o vocalista desabafou em uma rede social sobre as
dificuldades que o segmento tem para se
estabelecer e os desafios que as bandas enfrentam para realizar produções.
Segundo André, o desabafo se deve ao fato da banda nunca se acomodar ou
calar para as coisas que não achem corretas.
“Aqui na capital maranhense costumamos ver tanto público
quanto integrantes de banda falando demais e fazendo de menos, isso incomoda,
não acha? Por muitas vezes o nosso estilo musical é tratado como algo que se
posiciona à margem da sociedade porque o que parece representar o cenário de
São Luís são aqueles artistas de sempre, da tal MPM, mas quem carrega o nome da
música maranhense e faz acontecer no mundo real sempre foi e sempre vai ser o
rock n' roll que surge dessa cidade. Nossas bandas saem em revistas fora do
país, ganham prêmios em diversos países e fazem show pelos quatro cantos do
mundo representando o Maranhão e sem nenhum interesse, pois não mamamos nas
tetas do governo para isso”, critica.
E o vocalista prossegue: “O metal mostra resultados reais
porque não recebemos apoio direto de prefeitura ou governo, não temos políticos
investindo por trás e tudo que conquistamos surge do esforço e dedicação total
ao nosso trabalho. Nesse momento, exigimos respeito e reconhecimento pelo que o
circuito do rock maranhense está fazendo atualmente. Se você gosta ou não,
tanto faz, mas deve admitir que estamos vivendo um momento ímpar”, alfineta.
Cinco perguntas//André
Nadler
Em viagens sempre acontecem coisas inusitadas. Cite uma.
O momento mais louco
com certeza foi quando toquei com o braço da minha guitarra quebrado em uma das
nossas apresentações. Durante o transporte, a companhia aérea quebrou meu
equipamento e só descobri na hora de subir no palco, como tocamos em uma
afinação diferente dos outros músicos que também iriam se apresentar naquele
dia, afinei minha guitarra, mesmo com o braço rachado, e mandei ver no show
como se não houvesse problema algum. No show seguinte fomos ressarcidos e
comprei outra.
E agora sobre as duas novas turnês?
O compromisso de encarar quase três meses na estrada precisa
ser levado a sério. Os inúmeros cuidados e perigos que enfrentamos diariamente
nos exigem empenho e cuidado em dobro, portanto a primeira expectativa gira em
torno da segurança ser realizada com perfeição. Esperamos também bons shows e
conhecer diversos lugares que nunca iríamos conhecer se não fosse a nossa
música.
Como você vê a cena em São Luís depois de ter vindo de uma
turnê dessas?
Acredito que o exemplo está dado e vejo que a cena acordou
com o barulho que fizemos nos últimos meses. Quem diria que uma banda do
Maranhão, que geograficamente é distante de tudo e que não tem uma cena e
público como os grandes centros, em meio a inúmeras adversidades chegaria até
aqui? Se nós chegamos outros também podem chegar.
Espero que a partir de agora as bandas se empolguem mais e
busquem chegar ainda mais longe. Aqui em nossa cidade temos diversos grupos que
oferecem material de qualidade como a School Thrash, Tanatron, Fúria Louca,
Brutallian, etc. Sou convicto de que não vai demorar muito para outras bandas
de São Luís saírem daqui e entrarem para o circuito de shows no exterior.
Realizando sonhos?
Ainda nem acordamos de verdade de tudo isso que está
acontecendo. Pra ser sincero, não imaginava que um dia iríamos sair daqui da
capital maranhense para apresentações em lugares distantes. Sequer passava pela
nossa cabeça chegar em São Paulo (risos). Lembro que no primeiro ano de
trabalho a nossa meta principal era tocar em Teresina e quando conseguimos
fizemos até uma festa para comemorar.
Para a Jackdevil o céu é o limite?
(Risos). Nossa maior preocupação é sempre com o presente e
nossos pensamentos estão voltados para dar continuidade ao projeto, mas sempre
buscando evolução. É necessário dar privilegio ao processo de composição para
que novos discos venham em breve, e claro, manter sempre a humildade e boa
convivência entre nós mesmos, fãs e outros envolvidos no mundo da música.
Turnês
Evil Strikes Again Tour (2016)
26 de fevereiro a 20
de março - América Latina
New Blood From Brazilian Jungle Tour 2016 (EUA)
30 de março a 24 de abril
Serviço
O quê? Metal Force Day
Quando? Hoje, 30, a partir das 18h
Onde? Clubão da Cohab
Quanto? Ingressos na Mad Rock Store (Rio Anil Shopping)
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