quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Xico Sá e “Os machões dançaram”



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Em “Os machões dançaram - Crônicas de amor & sexo em tempos de homens vacilões”, o escritor e jornalista Xico Sá faz uma reflexão sobre como eles andam encarando os relacionamentos em tempos de internet, em que até um “perdido” fica mais difícil porque não há como se esconder. Mas é uma reflexão com o humor peculiar que os leitores reconhecem também da TV, em programas como “Amor & sexo” e “Papo de segunda”. “Há sempre uma crônica pronta em qualquer esquina, basta ir lá e pegar o tema”, diz ele.
O livro, que encerra a trilogia “Modos de macho & modinhas de fêmea”, é dividido em quatro partes: Os tipinhos de homens; Os quereres e os malquereres das mulheres; Quando um homem ama uma mulher; e Estou num relacionamento “fala sério”. Xico diz que as mudanças trazidas pela internet para as relações têm sido cada vez mais rápidas:
 “O amor e o sexo continuam os mesmos do homem da caverna, mas com uma riqueza de facilidades para o encontro, a comunicação, a aproximação entre os amantes ou simplesmente os tarados de plantão. Do primeiro livro dessa trilogia para cá mudou muito. No volume inicial, temos apenas a inocente sacanagem das salas de bate papo etc. Em ‘Os machões dançaram’ há toda essa oferta dos aplicativos, o Tinder, a coisa objetivíssima no mercado do sexo. Vejo toda essa fartura como uma bênção para um cronista de costumes”, opina.
Assim como se encanta com uma calcinha molhada pendurada no chuveiro, Xico Sá desfia características dos hilários tipos que inventa, como o Macunaemo, o Homem de Ossanha, o Macho de Raiz, o Macho-Jurubeba ou o Macho-Buquê.  As crônicas fazem um retrato divertido e irreverente do momento em que vivemos. "O machão mais à moda antiga está perdido no mato sem cachorro e sem GPS, não acerta sequer o caminho de casa - aliás, se conseguir voltar para o lar será surpreendido por um outro homem, de certa forma mais moderno e sensível, que o substituiu", afirma o autor.
 TRECHO:
A utopia do macho alfa
 Essa coca é fanta, esse alfa é beta. Esse alfa, sei não, vacila. No fundo, no fundo, esse alfa não representa um macho-jurubeba.
Na real, nunca fui muito com as certezas absolutas deste rótulo. Tão sob medida para o consumismo quanto o metrossexual, supostamente seu antagonista.
Como pode existir um homem com tantas convicções inegociáveis, com tanto arrojo e determinação em uma era de tantas incertezas?
Há uma arrogância de quinta no macho alfa. Desconfio de tal criatura e de sua leonina juba.
Esse caçador é caça.
                                               Xico Sá nasceu no Crato, região do Cariri cearense. Iniciou sua trajetória profissional no Recife e hoje mora no Rio de Janeiro.  Publica crônicas semanalmente no El País e participa dos programas de TV “Amor & sexo”, “Papo de segunda” e “Extraordinários”.

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