sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Sonora Brasil: As Quebradeiras de Coco Babaçu se apresentam neste sábado


Com um importante trabalho de desenvolvimento e qualificação da cultura brasileira, a 18ª edição do projeto Sonora Brasil, considerado o maior do país em circulação musical, encerra a programação em São Luís com a representante das nossas raízes culturais: As Quebradeiras de Coco Babaçu, que se apresentam neste sábado, dia 19 de setembro, a partir das 19 horas, no Teatro Alcione Nazareth. A entrada é gratuita e a classificação livre.

Com um repertório de 17 canções, as oito componentes que integram o Tema Sonoros Ofícios – Cantos de Trabalho apresentam a luta, vida e ofício das mulheres quebradeiras de coco em três blocos: O primeiro reúne músicas, geralmente cantigas de roda, cantadas durante o trabalho para os filhos que acompanhavam os pais na labuta. Já o segundo mostra rotina de trabalho e familiar dos adultos, enquanto o último é composto por canções ligadas ao movimento das mulheres que trabalham nos babaçuais e lutam por seus direitos.

A prática do canto durante a quebra do coco e a caminhada para os babaçuais é uma experiência que as mulheres trazem desde a infância, quando acompanhavam os mais velhos, geralmente mães e avós, na rotina diária. Nessa época, as crianças participavam ativamente no trabalho de agricultura na zona rural em diversas regiões do país, visto que o acesso à escola era raro.  Mas o repertório que prevalece hoje está diretamente relacionado à luta política. As músicas abordam assuntos relacionados à valorização do trabalho, da mulher, dos direitos das minorias e da luta pelo acesso aos babaçuais que estão localizados em grandes latifúndios, entoados com voz firme e potente, marcados pelo ritmo das ferramentas usadas na quebra: o machado e o porrete.  

Esse importante papel de liderança na defesa e valorização do trabalho das quebradeiras, na preservação e na garantia de acesso às áreas de ocorrência da palmeira do babaçu é exercido por meio da Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (Assema) e do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), que está sediado em São Luís e engloba seis regionais organizadas em três municípios maranhenses e outros três localizados no Piauí, em Tocantins e no Pará.

Integram o grupo Dora, Moça e Silena, de Lago do Junco (MA); Nice, de Penalva (MA); Dijé, de São Luís Gonzaga (MA); Iracema, de São Domingos do Araguaia (PA); Francisca Lera, de Esperantina (PI); e Nonata, de São Miguel (TO). Para Maria das Dores Lima (44), a Dora, é uma grande conquista e orgulho representar a trabalhadora rural e uma oportunidade de diminuir a discriminação. “Com o canto a gente fala da nossa vida, trabalho e luta das mulheres”, explicou. Já para Raimunda Nonata Nunes (61) o projeto Sonora Brasil permitiu ao grupo ser visto e ouvido. “A expectativa é muito grande. Esta será a mais longa viagem da nossa trajetória, mas sem dúvida a mais gratificante.

Sonora Brasil

O Sonora Brasil cumpre a missão de difundir o trabalho de artistas que se dedicam à construção de uma obra não comercial. A formação de plateia é o que se busca por meio do contato do público com a qualidade e a diversidade da música, estimulando o olhar crítico sobre a produção e os mecanismos de difusão da música no país. Todas as apresentações são essencialmente acústicas, valorizando qualidade sonora das obras e de seus intérpretes.
  

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