Roteirista de obras
consideradas clássicas do cinema nacional, o escritor e jornalista maranhense
José Louzeiro, falecido em dezembro do ano passado, será homenageado no curta-metragem “José
Louzeiro - Depois da Luta”, dirigido pela cineasta Maria Thereza Soares, que
será lançado nesta sexta-feira em sessão para convidados no Cine Praia Grande e,
também, será exibido no sábado, às 18h, no Cine Praia Grande em sessão aberta
ao público. A sessão de sábado será seguida de debate com a diretora do filme e
com a jornalista Bruna Castelo Branco, que assina a pesquisa e argumento da
obra. Além dessas duas sessões, o filme também será exibido no 41º Festival
Guarnicê de Cinema, que será realizado em junho.
Aprovado no II Edital do
Audiovisual do Maranhão, concebido por meio de uma parceria entre Governo do Estado e Agência Nacional de Cinema
(Ancine), o filme tem apoio da Federação do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio), Restaurante Thai – Cozinha
Contemporânea e TV UFMA. Com duração de 15 minutos, a obra é voltada para
a contribuição de José Louzeiro para o cinema brasileiro.
De autoria do
maranhense, foram adaptadas para o cinema obras como “Infância dos Mortos”, que
foi para às telas com o título “Pixote – a lei do mais fraco” e “Lúcio Flávio –
o passageiro da agonia”, cinebiografia de um anti-herói brasileiro, ambos
dirigidos por Hector Babenco. Além deles, José Louzeiro colaborou no roteiro de
obras como “Quem Matou Pixote? ”, dirigido pelo cineasta José Joffily e “O
Homem da Capa Preta” em parceria com o cineasta Sérgio Rezende, entre outros. A
sua última contribuição para o cinema foi como colaborador do documentário
“Lembrar para não esquecer”, de Milton Alencar Júnior, sobre a chacina de
Vigário Geral.
Segundo a cineasta
Maria Thereza Soares a opção por explorar no documentário a atuação de José
Louzeiro como roteirista foi para valorizar essa faceta do maranhense. “Nós
temos um vasto material de gravação, mas José Louzeiro já é conhecido como
jornalista, como escritor e a sua faceta como roteirista traz um legado
importantíssimo para o cinema nacional e ficava relegada a segundo plano,
portanto foi o enfoque que quisemos ressaltar no documentário”, destaca.
Gravações
O filme começou a ser
produzido no ano passado, as gravações foram feitas no Rio de Janeiro, cidade
na qual José Louzeiro era radicado desde a década de 1950, e também em São
Luís, além de entrevistas com o escritor, a obra contou com depoimentos de
amigos e parceiros de trabalhos. No Rio de Janeiro, as filmagens duraram cerca
de 10 dias e foram rodadas na casa do escritor e na Cinemateca do Museu de Arte
Moderna do Rio de Janeiro. Cineastas como José Joffily, Sérgio Rezende e Jorge
Duran foram alguns que deram depoimentos sobre as obras. Em São Luís, o filme
teve depoimento de escritores e amigos e, entre as locações, a sede da Academia
Maranhense de Letras, entidade da qual José Louzeiro era membro desde a década
de 1980.
De acordo com Bruna
Castelo Branco que assina a pesquisa e o argumento do filme, a ideia inicial
era trazê-lo a São Luís, mas, essa proposta foi alterada no decorrer do
projeto. “Queríamos muito fazer um
reencontro de Louzeiro com a sua cidade natal, terra que sempre foi muito
presente em suas memórias. Porém, como ele já tinha 84 anos quando fomos gravar,
a saúde debilitada, achamos melhor, pelo conforto dele mesmo, entrevistá-lo somente
no Rio de Janeiro”, explica.
Trajetória
Falecido no dia 29 de
dezembro de 2017, aos 85 anos de idade, o maranhense José Louzeiro tem uma
trajetória de vida e profissional marcante. De menino pobre, morador do bairro
Camboa, em São Luís, conseguiu imprimir seu nome no jornalismo, na literatura e
no cinema nacional. Louzeiro passou pelas redações de O Imparcial e O Combate
até transferir-se para o Rio de Janeiro, em 1954, quando atuou em diversos
jornais e revistas.
Autor de mais de 40
livros, José Louzeiro colaborou esporadicamente com artigos em jornais até os
84 anos e tinha como projetos escrever sua biografia e transformar em filme o
romance-reportagem “Aracelli, meu amor”, sobre o assassinato da menina Aracelli
Crespo, violentada e morta aos 8 anos de idade, em Vitória (ES), no dia 18 de
maio de 1973. Hoje a data da morte da garota Aracelli é lembrada como o Dia
Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, graças
também ao trabalho incansável de Louzeiro em denunciar o crime.
A data da morte de
Aracelli Crespo é emblemática por ser um símbolo de luta do escritor contra as
injustiças sociais no Brasil. “Nós escolhemos a data do dia 18 de maio para
fazer a sessão de lançamento por causa desse episódio lamentável e também uma
forma de dizer que a luta de José Louzeiro não pode ser em vão”, destaca Maria
Thereza Soares.
Serviço
O quê: lançamento do Documentário
José Louzeiro – Depois da Luta
Quando: Sexta (sessão
para convidados) e sábado, às 18h (aberta ao público)
Onde: Cine Praia Grande
Entrada gratuita no
sábado
Ficha
técnica
Direção: Maria
Thereza Soares
Pesquisa e
Argumento: Bruna Castelo Branco
Produção
Executiva: Maria Thereza Soares e Bruna Castelo Branco
Produção de
Set: Fernanda Oliveira
Assistente de
Produção: Claudia Marreiros
Direção de
Fotografia: Paula Monte e Paulo Malheiros
Still: Paula
Monte e Claudia Marreiros
Assistente de
Direção: Thiago Barbosa dos Santos
Técnico de
Som: Paulo Senise e Marcos Belfort
Design de Som:
Paulo Senise
Edição: Bruno
Santos
Assessoria de
Imprensa: Bruna Castelo Branco
Masterização e
Mixagem: Daniel Braga
Colorização e
Designer Gráfico: Aléssio Seabra
DCP: Lumna
Studios
Locação de
Equipamentos: Youle, Paulo Malheiros e Super8 Filmes
Trilha
original: Rui Mário
Tradução para
inglês: Dafne Baddini e Alcance Consultoria de Idiomas
Tradução para
francês: Marilia de Laroche
Tradução para
espanhol: Alexis Espinosa
Tradução e
interpretação em Libras: Rita Costa Pereira
Roteiro de
Audiodescrição: Monica Magnani
Consultoria:
Elizabet Dias de Sá
Narração:
Márcia Caspary
Edição:
Bernardo Garcez
Consultoria
jurídica: B, F e B Advogados
Contabilidade:
Delta Assessoria Contábil
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