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sábado, 4 de novembro de 2017
São Luís será capital da literatura com a realização da FeliS promovida pela Prefeitura e Governo
A identidade racial e de gênero estará no centro dos debates da 11ª edição da Feira do Livro de São Luís (FeliS), que será realizada de 10 a 19 deste mês, das 10h às 22h, na Praia Grande. A romancista maranhense Maria Firmina dos Reis, referência por quebrar barreiras, se destacar numa área onde homens dominavam e ter marcado em seus escritos a postura antiescravagista, é patrona do evento. Esta edição da feira - realizada pela Prefeitura de São Luís em parceria com o Governo do Estado - vai se concentrar na obra da escritora e outras literaturas de referência afrodescendente.
"A Feira do Livro de São Luís é um importante instrumento que incentiva a cultura local e se soma às muitas ações realizadas pela nossa gestão que tem trabalhado no sentido melhorar nossos indicadores educacionais. Devemos articular os diversos segmentos em um momento único em prol da nossa educação e cultura, valorizando os escritores maranhenses e aproximando a comunidade dos livros", enfatizou o prefeito Edivaldo destacando ser a Feira um grande expediente literário da cidade.
A grandiosidade da FeliS se traduz em uma das mais referenciais manifestações culturais maranhenses e representa a memória histórica de berço da literatura que é a capital, pontuou o governador Flávio Dino. "São Luís, que já foi a Atenas Brasileira, tem neste evento o resgate das boas produções, a descoberta de novos talentos e, sobretudo, um espaço para os autores e nomes das nossas letras. Nós acreditamos na leitura como um patrimônio de um povo, meio de desenvolvimento e construção social. A feira reflete todo este contexto e exalta nossa cultura e população", enfatizou o governador.
A FeliS terá 40 estandes de livreiros, 10 espaços para sebos, 10 performances poéticas, sete intervenções artísticas, 60 contações de história, sete espetáculos circenses de rua, uma orquestra e 55 lançamentos de livros. São esperados mais de 200 mil visitantes e venda de mais de dois milhões de livros, a fim de superar o evento do ano passado. Criada pela Lei Municipal, nº 4. 449/2005, a Feira do Livro de São Luís é ferramenta de fortalecimento da vocação e produção literária maranhense.
"É uma grande satisfação estarmos envolvidos neste evento de referência para a literatura maranhense, que este ano traz um projeto específico para os estudantes da rede pública e vem se consolidando como um fomento ao turismo. Mais uma vez, uma parceria de resultados entre as duas gestões", enfatizou o secretário de Estado de Educação (Seduc), Felipe Camarão.
ESTÍMULO
Para estimular o consumo literário, será entregue o vale-livro, uma das principais ações da edição. Serão R$ 300 mil reais em recursos a serem destinados aos alunos da rede pública de ensino municipal e estadual. O passaporte literário, que será disponibilizado pelo Governo, será distribuído na própria escola, a partir de critérios, e poderá ser trocado por livros durante a Feira.
"O simbolismo desta edição reforça o esforço das gestões pela educação, pela leitura e pelo reconhecimento da literatura maranhense. A FeliS é construída no princípio da ação participativa e na democratização social e cultural da cidade", destacou o secretário municipal de Cultura (Secult), Marlon Botão.
Para o titular da Secretaria de Estado da Cultura e Turismo (Sectur), Diego Galdino, "a Reira representa a diversidade e riqueza da produção literária local, que não pode ser esquecida e tem neste evento seu espaço de celebração".
DEBATES
A FeliS é um espaço para o debate sobre as produções do negro e conquistas ao longo dos tempos, pontuou o secretário de Estado de Igualdade Racial (Seir), Gerson Pinheiro. "É o momento mais oportuno para esta deferência e resgate das figuras históricas do movimento negro. E uma mulher negra é mais que merecedora dessa homenagem", ressaltou. A secretaria foi a articuladora para a escolha de Maria Firmina dos Reis para patrona do evento.
"A participação nesta feira nos alegra e reforça ainda mais o compromisso com o estímulo à leitura e divulgação das produções literárias do nosso Estado. É um evento muito significativo para nossa instituição, do qual não poderíamos deixar de apoiar e nos dedicar. E será mais um evento de grande sucesso", pontuou a diretora de Programas Sociais do Sesc, Regina Soeiro. A instituição é correalizadora da FeliS.
A Vale, também parceira, vai contribuir, entre outros, com a cessão do Centro Cultural da empresa para as atividades da feira. "A empresa tem em sua filosofia contribuir com a valorização do que é genuinamente maranhense e a Feira é uma referência cultural e espaço diferenciado da literatura, aos escritores e produtores da arte local", disse o diretor de Relações Institucionais da mineradora, Dorgival Pereira.
O evento tem parceria da Vale, Sesc, Associação dos Livreiros do Maranhão (Alem), Instituto Federal do Maranhão (IFMA), Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Federação das Indústrias do Maranhão (FIEMA), Rede de Museus Educadores e Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM).
PROGRAMAÇÃO CULTURAL
Mais de 100 atividades estarão disponíveis na 11ª FeliS, incluindo palestras, teatro, rodas de conversas, exposições, mostras de cinema, sarau e café literário, entre muitas outras atrações. Um dos destaques, o Espaço Sesc, vai divertir o público, principalmente as crianças, com as contações de histórias, música, dramatizações, dança, pintura de rosto, oficinas, dobraduras, apresentações de projetos das escolas municipais, brincadeiras e jogos educativos e ainda momento de autógrafo com escritores maranhenses.
A programação da FeliS ocorrerá na Casa do Maranhão, Galeria Trapiche, Portugal e Estrela, no Cine Praia Grande, Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, Praça Nauro Machado, Escola de Cinema (IEMA), Beco Catarina Mina, estacionamento da Câmara Municipal, auditório da Defensoria Pública do Estado do Maranhão, auditório da Associação Comercial do Maranhão, o Teatro João do Vale, Anfiteatro Beto Bittencourt e Biblioteca Pública Benedito Leite, entre outros.
SAIBA MAIS
Patrona
Maria Firmina dos Reis demonstrou sua afinidade com a escrita ao publicar 'Úrsula' em 1859, primeiro romance abolicionista e primeiro escrito por uma mulher negra brasileira. O romance a consagrou como escritora e também foi o primeiro romance da literatura afro-brasileira, entendida esta como produção de autoria afrodescendente. Em 1887, no auge da campanha abolicionista, a escritora publica o livro 'A Escrava', reforçando sua postura antiescravista. Este ano marca o centenário de morte da maranhense.
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