A exposição conta com cerca de 100 obras, de mais de 20 artistas, em diversos suportes e linguagens, além de outras obras de arte africana, pertencentes ao acervo do museu e à coleção particular de Emanoel Araujo, diretor curatorial do Museu. A exposição tem foco na criação de artistas africanos, nascidos e residentes no continente ou fora dele, assim como artistas de origem africana que, mesmo tendo nascido fora da África, dialogam com a pluralidade de experiências estéticas e sociais presente nas diversas regiões do continente. No Brasil, os fios que nos unem ao continente e que durante muito tempo ficaram esquecidos e escondidos pelo racismo cordial característico da sociedade brasileira nos impelem a buscar uma África que é, muitas vezes, criada pelo imaginário. A imagem da África veiculada pela mídia brasileira é frequentemente miserabilista ou então sonhada e idealizada, aquela das práticas culturais originárias de uma África que já não corresponde à atual. A primeira etapa do Africa Africans aconteceu no último dia 17 de abril, parte do calendário da 39ª edição do São Paulo Fashion Week (SPFW), onde o museu teve a honra de receber a mostra Africa Africans Moda e apresentou os trabalhos de cinco estilistas africanos: Palesa Mokubung (África do Sul); Amaka "Maki" Osakwe (Nigéria); Jamil Walji’ (Quênia); Xuly Bët (Mali) e Imane Ayissi (Camarões). A mostra de moda ocorreu no espaço central do museu e teve a curadoria do nigeriano Andy Okoroafor, reconhecido editor e diretor de arte, clipes musicais e moda em Paris, França. EXPOSIÇÃO Uma das obras de maior destaque da Africa Africans será a colossal "The British Library", do artista plástico nigeriano-britânico Yinka Shonibare MBE. Nascido em Londres em 1962, Shonibare foi criado na Nigéria e voltou para capital inglesa para estudar Artes, dando início à sua trajetória artística. Sua instalação é formada por 6.225 livros coloridos encapados por tecidos dutch wax - conhecidos como ‘tecidos africanos’, mas fabricados na Holanda com uso de técnicas inspiradas na arte milenar do batik indonesiano. O uso deste material é uma marca registrada do artista. Shonibare debate nesta obra questões que lhe são caras como colonialismo, pós-colonialismo e hibridismo e explora o impacto da imigração sobre todos os aspectos da cultura britânica, considerando as noções de território e lugar, identidade cultural, deslocamento e refúgio. A obra também usa recursos multimídia, a exemplo de iPads. Também com presença confirmada está "Skylines", de El Anatsui, ganês radicado na Nigéria. Nascido em 1944, ele é considerado o mais importante artista africano da atualidade, com grande prestígio na Europa e nos Estados Unidos e foi recém premiado, no dia 9 de maio de 2015, com um Leão de Ouro, na Bienal de Artes de Veneza. Suas obras estão nas coleções públicas do Metropolitan Museum of Art em Nova York; Museum of Modern Art em Nova York; Los Angeles County Museum of Art; Indianapolis Museum of Art; British Museum em Londres; e Centre Pompidou em Paris, entre outras instituições. Muitas das esculturas de El Anatsui possuem formas mutáveis e são concebidas para serem livres e flexíveis de modo que se adaptem visualmente em cada instalação. Ao trabalhar com madeira, barro, metal e, mais recentemente, tampas metálicas de garrafas de bebidas alcoólicas, Anatsui rompe com a tradicional adesão da escultura às formas fixas, embora faça visualmente referência à história da abstração na arte europeia e africana. Outro destaque fica por conta da obra "Cloud Earth Twist", do nigeriano Bright Ugochukwu Eke. A instalação que vem ao Africa Africans tem inspiração autobiográfica. Após sofrer uma infecção na pele decorrente de uma chuva ácida, Eke desenvolveu a obra que consiste em milhares de sacos plásticos cheios de água acidificada. O trabalho de Eke tem sido exposto em cidades como Durban, Lagos, Londres, Nova York e Verona, entre outras. Bright Eke cria uma arte socialmente orientada, explorando os caminhos pelos quais as pessoas interagem com seu meio. Usando água como tema e meio, ele desafia o espectador a pensar sobre este precioso recurso, politicamente, eticamente e ecologicamente. QRCODES - O museu contará ainda com QRCodes, na área expositiva, que fornecerá informações sobre o artista. Esse conteúdo poderá ser acessado através da ferramenta de audioguia disponível no App Museu Afro Brasil, com download gratuito para IOS e Android, em português e inglês. ENCONTRO COM OS ARTISTAS - O Museu Afro Brasil irá realizar ainda, no dia 26 de maio, um Encontro Internacional sobre o tema da exposição, trazendo os artistas convidados para um debate com o público acerca de sua produção e de questões levantadas pela exposição e pelos participantes. Será produzido também um catálogo trilíngue (português-inglês-francês) sobre a exposição, a mostra de moda e o seminário. SERVIÇO: AFRICA AFRICANS Exposição de Arte Africana Contemporânea ABERTURA DA EXPOSIÇÃO 25 DE MAIO - 19H Encontro Internacional sobre Arte Africana Contemporânea 26 DE MAIO - 10H App Museu Afro Brasil disponível para IOS e Android, com download gratuito na Google Play e App Store. Museu Afro Brasil Av. Pedro Álvares Cabral, s/n Parque Ibirapuera - Portão 10 São Paulo / SP - 04094 050 Fone: 55 11 3320-8900 www.museuafrobrasil.org.br O funcionamento do museu é de terça-feira a domingo, das 10 às 17hs, com permanência até às 18hs. Durante o período de exposição, 25/05 a 30/08, a entrada será franca. SOBRE O MUSEU Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do Diretor Curador Emanoel Araujo, o Museu Afro Brasil construiu, ao longo de 10 anos, uma trajetória de contribuições decisivas para a valorização do universo cultural brasileiro ao revelar a inventividade e ousadia de artistas brasileiros e internacionais, desde o século XVIII até a contemporaneidade. O Museu Afro Brasil é uma instituição pública, subordinada à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e administrado pela Associação Museu Afro Brasil - Organização Social de Cultura. Ele conserva, em 11 mil m2 um acervo com mais de 6 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje. O acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira. O Museu exibe parte do seu Acervo na Exposição de Longa Duração, realiza Exposições Temporárias e dispõe de um Auditório e de uma Biblioteca especializada que complementam sua Programação Cultural ao longo do ano. MktMix - Agência de Comunicação: |
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